Rosé
Eu estou mais que acabada, estou multilada por dentro. A única pessoa que eu posso confiar é a minha amiga. Eu estou voltando para casa e espero seriamente que os meus pais me entendam. Afinal, eles são meus pais, e me disseram que iriam me compreender de qualquer forma.
Não aguento mais sofrer bullying na escola, qual o problema de eu gostar de alguém do mesmo sexo que o meu? E o pior de tudo isso, foi ter que ouvir isso sair da boca da pessoa que eu amava. Preciso mudar de escola urgentemente, por isso preciso me abrir para os meus pais.
Cheguei em casa finalmente. Como sempre, meu pai estava lendo jornal no sofá e minha mãe estava assistindo ao jogo de futebol. Bati a porta sem querer e eles perceberam minha presença.
– Oh! Filha, você chegou. – disse minha mãe vindo até mim e tirando minha bolsa das costas. – a janta está pronta, temos frango e macarronada. Caprichei no frango, vá tomar um banho e desça para o jantar! Seu pai e eu esperamos você aqui! – disse doce como sempre.
Subi para o meu quarto e tomei um banho quente. Acho que minha mãe vai me entender, já meu pai... Tenho medo do que ele possa fazer comigo. Vesti uma roupa confortável e desci.
Sentei no mesmo lugar de sempre, onde já estava o meu prato. Estava todo mundo em silêncio até minha mãe quebrar o clima.
– Então, como foi o dia de vocês dois? – disse com um sorriso estampado.
– Meu dia foi cansativo, o promotor deu um escândalo dizendo que não aguentava mais o trabalho. Ele foi demitido, felizmente, já não aguentava mais ele enchendo meu saco. – disse meu pai primeiro, minha mãe riu da situação e então olhou para mim.
– E o seu, querida? – disse doce.
Eu estava trêmula, mas tinha que dizer. Suspirei fundo antes de começar a falar.
– Bem, meu dia foi péssimo e eu espero que eu tenha total compreensão de vocês. Principalmente de você, pai. – ele me olhava estranho, comecei a falar. – faz um tempo que eu estou querendo mudar de escola, porque, eu venho sofrendo bullying de um tempo pra cá. Eu estou amando uma pessoa e tenho sofrido por causa disso. Todos me zoam e me xingam, como se eu fosse uma aberração. – eu já estava aos prantos. – Já chegaram até a me bater por isso, pois é, esse é o motivo das manchas roxas na minha perna. E hoje foi o dia mais insuportável da minha vida, a pessoa que eu gosto, disse essas coisas na minha cara, e ela disse que tinha nojo de mim. A única pessoa que ne acolheu foi Lisa, e é por isso que eu preciso de toda a compreensão de vocês, eu quero mudar de escola. – eles estavam pasmos.
Minha mãe estava chorando, já meu pai estava achando a situação estranha. Minha mãe abria a boca para falar, mas nada saia de sua boca, ela realmente estava em choque. Eu não conseguia parar de chorar ao ter que lembrar disso tudo, não mencionei o fato de eu ser lésbica por medo, acho que assim será mais fácil, ou não.
– Rosé, qual é o nome dessa pessoa? – perguntou meu pai sem expressão.
Eu fiquei calada por um momento.
– Acho que não é necessá...– fui interrompida.
– Rosé, eu perguntei qual o nome dessa pessoa. – perguntou meu pai levantando-se.
– Soo bong, não é necessário que... – falou minha mãe tentando conter o meu pai.
– Ah Mirae, a pessoa que eu gosto é Ah Mirae. A garota mais simpática da sala. – falei trêmula.
Os dois me olhavam pasmos. Os olhos de minha mãe encheram-se de lágrimas. Ela levantou-se da cadeira rapidamente.
– Soo bong, isso é normal, é apenas uma forma de am... – minha mãe foi interrompida por um tapa na cara.
Eu me assustei. O meu pai, ele bateu, ele bateu na minha mãe. O que irá acontecer agora?
– Cale a boca, mulher inútil. Não faz nem as atividades em casa direito e quer me dizer que eu estou errado. E você, – ele apontou para mim – eu entendo seus amigos. DEVIA AGRADECE-LOS POR POUPAR UMA ABERRAÇÃO ASSIM. COMO VOCÊ PODE SER MINHA FILHA?! – ele veio chegando mais perto.
– Soo bong... – chamou minha mãe aos prantos.
– JÁ DISSE PRA FICAR QUIETA, VADIA. – ele a chutou longe.
Ele levantou a mão e me bateu no rosto. Eu tentei segurar a mão dele mas é inútil, ele é mais forte que eu.
– Appa. – chamei manhosa.
– QUEM É VOCÊ PARA ME CHAMAR DE APPA, HÃ? – ele tirou o sinto e me bateu mais.
Eu gritava esbanjando dor. Minha mãe estava desacordada no chão. A única coisa que me resta é... Desculpe por te deixar aqui mãe, um dia eu volto para te buscar.
– Eu sou, – me aproximei da faca que estava na bancada da cozinha. – PARK CHAEYEONG. – eu taquei a faca no ombro dele. Ela ficou lá. Isso me deu tempo para fugir de casa.
Fui correndo para qualquer direção sem pensar. Quando estava bem longe de minha casa, me sentei no chão e comecei a pensar para onde eu deveria ir. Eu chequei o meu bolso e lá estava meu celular. A primeira pessoa que me veio a cabeça foi Lisa, a única pessoa que podia me acolher nesse momento.
Disquei o número de Lisa e ela atendeu imediatamente.
– Rosé? E aí? Contou para os seus pais? O que eles disseram? – indagou Lisa.
– Aish! – falei dolorida. – Não me faça tantas perguntas, apenas me ajude. –
– Mas o que aconteceu? Onde você está? Me diga, irei te buscar agora. –
Eu olhei ao redor e percebi que eu estava em um canto desconhecido. Não havia quase ninguém na rua.
– Eu não sei, mas eu estou em frente a uma parada de ônibus, do lado da parada tem um poste e atrás é cheio de árvores. Quase não vejo carros por aqui. – descrevi o lugar.
– Já sei onde é, estou indo aí com minha mãe. – desligou o telefone.
[…]Depois de ter contado tudo para Lisa, ela me disse onde havia um lugar que eu poderia morar de graça por 2 meses, isso é tempo suficiente para conseguir arranjar um trabalho. Espero que eu consiga sair dessa condição.
°√Notas da autora√°
Yo, yo blink, esse é o cap falando sobre o que aconteceu com a Rosé. Ela se passa no tempo em que a Lisa e a Rosé ainda eram colegiais, e obviamente, ocorreu antes do caso da Lisa. Espero que tenham gostado, até mais ^^!
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[Chaelisa] O conto da vida real.
FanfictionLisa é uma pequena jovem que acabou sendo expulsa do ensino médio por espancar uma colega de sala. Ela abandonou o colégio por dois anos, onde teve que viver na casa de sua amiga Rosé até conseguir um trabalho. Rosé foi expulsa da casa de seus pais...