F A Ì S C A

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Como nos mais belos dias de verão, a borboleta sai em busca do seu jardim favorito. Ela brinca com suas asas pelo céu e dança com o compasso do vento. É uma borboleta feliz. Bem, eu não posso dizer o mesmo. Depois daquele diálogo terrível com o Brian e minha insensatez de não fazê-lo ficar por pelo menos uns 3 segundos, eu estou bem triste.
Ainda estou na cama, sem um pingo de vontade de pôr os pés no chão. Começo achar injusto me sentir assim, enquanto milhares de pessoas lutam diariamente por suas vidas num leito de hospital, numa cela, num beco em uma avenida qualquer.
Eu me sinto idiota por não ouvir os conselhos de Marlee, de não ouvir meu irmão, não ouvir a mim mesma. Por quê ser tão burra?
Enquanto isso os dias se arrastam lentamente e a tristeza de não ter feito o certo me corrói.
O Brian foi durante um tempo, alguém em quem podia confiar de olhos fechados... Como isso tudo pôde virar cinzas de uma hora pra outra? É cientificamente impossível para mim. Talvez não seja pra você. Mas ainda bem que não temos o direito de julgar né?
Todavia, eu ainda tenho uma faísca dentro de mim, algo que me faz querer respirar por mais esse dia, e se esse dia basta, os outros também podem bastar. É complicado, talvez você não esteja me entendendo. Como alguém pôde mentir pra manter tudo em aparências, enquanto a outra parte pintava e bordava ao seu bel prazer. Chega a ser ridículo. Mas esse ridículo chegou para ser a minha realidade.

Existe um propósito para sua vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora