L E M B R A N Ç A S

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"Tudo bem. Você consegue!"

Digo pra mim mesma, mas não adianta.

Acho que perdi o ânimo pela vida. Sério! Relacionamentos deveriam vim numa caixa com as palavras PERIGO!

São quase duas da tarde e eu não consigo me levantar da cama sem me punir por isso. Acho que sair e fingir estar tudo bem é uma auto traição. Eu não estou bem, eu não estou feliz!

Deus, me ajuda! É um saco tudo isso!

Meu telefone toca. Penso que talvez possa ser ele... Será que é ele? Vai me falar que foi um mal entendido ou um pesadelo... Vai dizer que não conseguiu me esquecer...

Pego o telefone na escrivaninha, respiro fundo, meio trêmula e atendo.

- Lizza falando?- digo com a voz mais suave possível.

Tum TumTumTumTum... É tudo o que eu ouço.

AFF! Esse povo que liga e depois desliga na cara. Sei não viu?

Volto a me deitar frustrada mais uma vez. Olho fixamente para o teto.

Penso em toda a minha vida amorosa. Meu primeiro namorado se chamava Caíque. Foi na quinta série. Ele disse que me amava e conseqüentemente eu o amei. Quer dizer, achava que era amor. Ele era menor que eu alguns centímetros, pele morena e cabelo Black Power. Andávamos de mãos dadas por todo o colégio e ele pagava lanche pra mim. Era perfeito na minha concepção. Terminamos com 1 mês. Ele disse para as minhas amigas que não me conhecia. Foi um dia triste pra mim.

Aos 17 me apaixonei por um rapaz chamado Diego. O conheci no grupo de apoio aos Missionários no Mundo. Ele tinha um estilo nerd peculiar, usava óculos retangulares bem fininhos que destacavam o azul dos seus olhos,sobrancelhas cheias e escuras, porém definidas, bem feitas na verdade. Ele gostava de usar uma camisa de manga comprida como casaco. Super lindo. Estava em todas as reuniões por causa dele porque queria de alguma forma chamar a atenção dele pra mim. Um gesto, uma frase na hora certa, um perfume especial... Tinha tudo ao meu favor. Porém ele foi mandando pra uma missão especial no México e desde então nunca mais nos vimos. O que é uma pena.

Depois veio Gregory. Namoramos por seis meses. Os seis meses mais confusos da minha vida. O conheci num culto infantil e tivemos a ideia de namorar. O começo foi bom, ele era super fofo, mas depois comecei a ter uma impressão de que ele me via como um troféu, eu não sentia nada por ele e tava na cara que ele não sentia nada por mim. Vai entender né? Nosso término foi o melhor a ser feito. Com certeza, como dizem por aí, livramento!

Então veio o Brian...Alto, forte, cabelos negros bagunçados com alguns fios platinados, sobrancelhas cheias e bagunçadas de um modo elegante, seu nariz é tão perfeito que deveria receber um prêmio por isso.Ele é tão atencioso e sofisticado que nunca pensei que fosse me desapontar. Ironia do destino? Tinha que ser comigo. A "sonserina". Eu ainda estou esperando que as coisas mudem. Acho que você também deve concordar comigo. Eu oro para que isso aconteça.

Não! Marlee não sabe, senão ela me mataria. Diria coisas do tipo: "Para de ser idiota!" "Você tem que se valorizar" "Esquece esse cara imbecil!"

Acontece que ninguém segue os seus próprios conselhos.

Eu não seguiria os meus.

Não mesmo.

Existe um propósito para sua vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora