B O L H A D E S A B Ã O

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Chegamos na igreja às 19:00, de acordo com o relógio digital do carro de Jefferson. Saímos do carro e, eu e Marlee, fomos diretamente procurar lugar para se sentar antes que o culto desse início. Achamos um lugar perto do púlpito, na terceira fileira. Dobramos nossos joelhos para orar como de costume, é um sinal de reverência e humilhação. Eu sempre costumo falar com Deus antes de iniciar o culto. Falar sobre meu dia, meus problemas, minhas metas e também agradecer por mais um dia. Aquele era um dia diferente. Me lembro que antes disso, eu dobrava os joelhos e só fazia chorar por causa do Brian. Minhas orações eram cheias de rancor e indignação, ficava revoltada pelo fato de eu e Brian não ter dado certo. É a vida. Eu comecei a entender o propósito. Talvez. Estava começando a ver uma nova oportunidade pra mudar minha forma de ver a vida, não através das percas, mas através de todas as lições que ela trás consigo. Talvez um atleta não tenha que se esforçar mais, se em todas as competições ele alcança o primeiro lugar. O que seriam das grandes biografias do século sem um gosto amargo do sofrimento? Me diz qual a graça dos romances se não há tempos que o amor tenha espaço para se superar?
Não haveria graça contar uma história em que o protagonista não conhece o sabor da derrota. Quem iria acreditar que Jó era íntegro se ele não passasse por todo aquele sofrimento? Ele tinha tudo, no entanto perdeu tudo aquilo para um bem maior. Engraçado que lemos essas histórias, mas não conseguimos adaptá-las em nossas vidas. É como se aquilo fosse irreal.
Se até Jesus passou por aquele sofrimento todo, morrendo numa cruz por nós, para só depois disso alcançar a vitória de vencer a morte, quem dera nós, pobres seres humanos.
Como se vivêssemos em uma bolha de sabão. Se algo der errado, a proteção se esvai e caímos de onde estivermos.

Existe um propósito para sua vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora