Karen entrelaçou seu braço direito com o meu e me puxou dali o mais rápido possível, porque em menos de 5 minutos o sinal iria soar novamente e teríamos que voltar para classe.
— Você viu aquele filho de Poseidon entrando na sala? Q— U— E— R— O ele para mim agora! — realmente ela soletrou a palavra e foi bem teatral com o corpo, como se nunca tivesse visto um cara bonito na vida.
— Não o achei tudo isso. — Não iria admitir para ela tão facilmente sobre a beleza do desconhecido. — Cuidado que esses garotos bonitos, eles tem um contraste maior para serem gays... — A lembrei de sua última desilusão amorosa, o cara que ela ficava só a usou para fazer uma "capa" para família, Karen sofreu por umas duas semanas mas logo superou.
Ela cerrou os olhos me desaprovando, respirando alto e continuou a falar:
— Verdade, mas mesmo assim temos que ser amigas dele, se ele se aproximar de Júlia vai ser um desastre. — Nossa turma era composta por "grupinhos" e o menor deles era o nosso - Fredd, Karen e eu. Os outros alunos nunca se interessaram em se aproximar da gente, mesmo assim eu não me importava, mas Karen meio que tinha uma rixa com Júlia, a garota não trazia a ela boas lembranças de sua infância.
— Talvez, mas vamos ver primeiro qual é a dele. — Falava enquanto percebi Fredd se aproximando da gente. Karen e eu estávamos no corredor principal, que levava a todas as salas. — Olá Fredd! — O cumprimentei.
— Willy. — As saudações estavam feitas. — Acho melhor vocês entrarem, a professora de redação já está na sala. — falou dando os ombros.
Seguimos até nossa sala, onde estava nossa única professora bonita, mas que ninguém até hoje sabia seu nome. Ela sempre falava, mas simplesmente ninguém lembrava, o que era bastante confuso.
Voltei para minha carteira e em minha frente estava aquele garoto, seu cheiro ainda exalava em minhas narinas. Precisava saber qual era aquele perfume.
Sem pensar duas vezes o cutuquei com o meu dedo indicador, ele estava com uma camisa polo branca, sem detalhes, a não ser a gola que era costurada com diversas cores, azul, verde, amarelo e rosa. Rapidamente ele se virou e olhou no fundo dos meus olhos.
— Posso ajudar? — não tinha mais dúvidas, era a mesma voz do sonho.
Fiquei ali olhando seu rosto, cada milímetro, cada pelo sobre sua pele, gravando cada detalhe em minhas memórias.
— Posso ajudar? — insistia ele.
Voltei-me a sua voz e prossegui.
— Desculpe, mas esse perfume que você está usando, qual é? — tentei soar normal (o que logo percebi ser totalmente estranha).
— Como assim? Meu perfume? Que engraçado, pensei que iria me pedir desculpas. — Ele mostrou sua brilhosa arcada dental, sorrindo.
— Pedir desculpas por quê? Eu não peço desculpas por besteiras. — Se ele estivesse falando do momento em que tinha sido um pouco dura com ele, certamente poderia esperar minhas desculpas de alguma forma confortável pois iria demorar bastante.
— Uau! — Com essa pequena palavra ele se virou e voltou a sua posição de antes sem responder minha pergunta.
A aula não estava boa, mas a professora do nome que ninguém lembrava resolveu fazer algo terrível: Um trabalho em quarteto. O problema nisso era que todos os grupos já eram pré-formados e o único grupo que não tinha quatro integrantes era o nosso.
Júlia se levantou de sua carteira e sugeriu algo:
— Professora, você pode adicionar o novato no nosso grupo? — Julia era aquela menina que forçava ser popular, mas na real ninguém ligava para ela. — Ah sim, ia me esquecendo, qual é seu nome garoto bonito? — Isso sim todos queriam saber.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O recomeço de sua chegada
RomanceMeu nome é Willy Luanna, mas todos só me chamam de Willy, o ponta pé inicial de onde minha vida começou a ter um verdadeiro sentido foi no último ano do ensino médio quando conheci a pessoa que iria mudar totalmente o meu conceito do mundo e realida...