Nenhuma metáfora do mundo seria capaz de caracterizar o que se tornara São Paulo de 1808 após receber o convite para uma tríade de assassinatos misteriosos. Entre as vítimas está Julia Margarete, a prostituta por quem a rica e mesquinha Anelise Aign...
PARTE UM: Bem vindos a Paulicéia, cuidado não olhe muito para os lados, há cadáveres no chão e romances nas sombras.
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Perdão, meu Deus, se a túnica da vida... Insano profanei-a nos amores! Se da c'roa dos sonhos perfumados
Eu próprio desfolhei as róseas flores!
No vaso impuro corrompeu-se o néctar, A argila da existência desbotou-me... O sol de tua gloria abriu-me as pálpebras, Da nódoa das paixões purificou-me!
E quantos sonhos na ilusão da vida! Quanta esperança no futuro ainda! Tudo calou-se pela noite eterna... E eu vago errante e só na treva infinda...
Alma em fogo, sedenta de infinito, Num mundo de visões o vôo abrindo, Como o vento do mar no céu noturno Entre as nuvens de Deus passei dormindo!
A vida é noite! o sol tem véu de sangue... Tateia a sombra a geração descrida!... Acorda-te, mortal! é no sepulcro Que a larva humana se desperta à vida!
Quando as harpas do peito a morte estala, Um treno de pavor soluça e voa... E a nota divinal que rompe as fibras Nas dulias angélicas ecoa!