Capítulo 4

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Capítulo 4

Duas semanas se passaram e tudo havia voltado ao normal. Apesar de ter prometido voltar a vê Virginie, Richard não entrou mais em contato. Não porque queria, mas porque tudo em seu reino estava de pernas pro ar. Seu pai se reuniu com ele e sua mãe, para anunciar algo que o chocou profundamente e o irritou muito também. 

Ele sabia que o tal Rei Alexander era abusado, mas não a esse ponto. Ao saber da notícia, sua mãe continuou calma, seu pai estava com um brilho de poder no olhar e ele parecia ser o único revoltado. Mesmo sabendo que não tinha muito o que fazer diante daquilo, ainda assim ele queria trucidar o tal Rei.

Genevieve, que sempre fora alheia aos problemas do reino, logo foi chamada a sala de reunião. Ela viu que seu irmão estava com o maxilar cerrado, furioso. Assim que entrou olhou a todos sem entender.

- O que aconteceu? - perguntou, esperando que alguém pudesse lhe por a par de tudo.

- Sente-se Genevieve. Vamos conversar. - Ordenou o pai.

Genevieve sentou-se no sofá da sala, ao lado da mãe.

- Certo, estou sentada. O que houve?

Olhando bem para a filha Nicholas começou:

- Há muito tempo venho administrando nossas terras como posso. Embora nosso solo seja fértil, não estávamos suprindo nossos fornecedores como antes. Sendo assim, fui obrigado a pedir ajuda a outros nobres, como nós. Alguns nos viraram as costas e outros não tinham condições para tal. A contra gosto, tive que recorrer as últimas consequências. Fiz um empréstimo com o reinado de Modrieva. Porém, aquele fedelho de calças curtas fez outra proposta.... Ele nos daria tudo o que precisássemos se tivesse a sua mão em casamento. Achei uma tremenda loucura no começo, mas refleti com nossos contadores e conselheiros a proposta e... Você vai se casar com Alexander.

Genevieve olhou para a mãe que estava calma como sempre e pedia calma para ela com o olhar. Olhou para seu irmão que estava com uma expressão resignada, deixando claro que achara aquilo um absurdo e por fim olhou para seu pai, com esperança de que ele estivesse brincando.

- Eu vou o que? - ela perguntou com um grito. - O senhor está brincando, meu pai? 

- Não, Genevieve. Falo sério minha filha e tem mais, casando-se com ele temos o perdão da dívida. Pense no que esta união vai trazer à nossas terras... - ele disse tentando persuadi-la.

- À nossas terras? E a mim? O que essa união trará a mim? Por Deus, é da minha vida que estamos falando! - ela se levanta do sofá e começa a andar de um lado para o outro. - Eu simplesmente não posso acreditar, o que vocês pensam que eu sou? Uma mercadoria, pra me vender como perdão de uma dívida? Eu não quero me casar, ainda mais com esse homem prepotente! Eu não me caso!

- Você vai se casar com ele sim, Genevieve! - Falou alto e firme. - Sua vida pertence ao reino, assim como a de todos nessa sala. Não há outra maneira, você se casará com o rei de Modrieva quer queria ou não. - Disse sério.

- Isso é absurdo! Tudo isso é absurdo, vocês não podem querer mandar e desmandar na minha vida dessa forma! - ela diz alto, sentindo vontade de chorar.

- Eu também penso da mesma forma, minha irmã. - Richard disse, olhando pra ela te forma impotente. - Mas Henri disse que se você não se casar ele vai cobrar a dívida em dinheiro... Nosso reino não tem tanto dinheiro assim, pra pagar o empréstimo e os juros. Ficaremos mil vezes pior do que estávamos antes dele nos emprestar o dinheiro.

- Isto mesmo, Richard! Ajude sua irmã a por juízo na cabeça. - Disse o pai. Nicholas se volta para filha - Genevieve, você é a única que vai nos livrar da miséria total. Encare como um ato heróico, filha! - Insistiu.

- Um ato heroico que vai arruinar a minha vida, que maravilha! - ela diz, limpando os olhos com as lágrimas que não deixou cair. - Ele ao menos disse se é algo temporário? Eu não me importo de ser uma mulher divorciada e que nunca mais consiga um marido, contanto que não tenha que passar o resto da minha vida com ele...

- Ele não nos deu prazo. Será como o rei determinar. - Nicholas disse convicto a filha.

- Ótimo. - ela alinhou o vestido com força. - Diga a esse Rei que eu só estou fazendo isso porque existem pessoas muito pobres em Vernay, pessoas que passam por uma situação difícil, pessoas das quais eu gosto muito e que só estou fazendo isso única e exclusivamente por causa delas. - ela olha a todos com atenção. - Deixe isso bem claro. - dito isso, ela sai da sala, batendo com força a porta atrás de si.

No castelo em Modrieva, a princesa Virginie deslisou seu vestido negro com bordados dourados até o jardim. Com um livro nas mãos sentou no banco começando a ler o antigo romance que sua mãe tinha tanto apreço. O enredo era fantástico e os personagens prendiam a atenção.

No fim de tarde ela retorna para dentro encerrando seu momento de paz absoluta. No caminho até seus aposentos encontrou o irmão.

- Olá, minha irmã... Estava lhe procurando. - ele diz, a expressão impassível se relaxando. - Podemos conversar?

- Sim, meu irmão. - Respondeu responde solícita.

- Irei me casar. - disse sem rodeios, sorrindo no final.

- Casar? Com quem? - Disse sorrindo surpresa.

- Com Genevieve Marie Blanchard Bellemare... Princesa de Vernay

- Santo Deus! - Murmurou com os olhos arregalados - Por que a princesa de Vernay? Ela mal fala comigo... Ela me odeia, Henri!

Henri riu, divertido.

- E ela me odeia também, Virginie. Mas isso é questão de tempo, eu lhe garanto. - ele piscou.

- Henri, pelo amor de Deus... Esta casa vai virar de ponta cabeça. - Ela disse - Deixe a moça, escolha alguém do nosso reino. Há muitas outras que se derramam aos seus pés.

- Mas nenhuma delas é como Genevieve, minha irmã. Ela me afronta, não gosta de mim, e é a mulher mais bonita que já conheci. Eu a quero e o melhor, eu posso tê-la. Nada me impedirá, Virginie.

Virginie respira fundo sabendo que não adiantaria contesta-lo. Indo até ele pegou sua mão e segurou firme.

- Já que não posso fazê-lo mudar de ideia.... Então que Deus nos ajude, meu irmão.. - Ela sorriu de leve.

- E Ele vai, minha irmã. - ele sorriu. - E, por Deus, Virginie. Ao menos em meu casamento, não use preto. Pode fazer isso por mim? Estou pedindo educadamente.

Ela torce o lábio e depois sorri de leve.

- Está bem, vou tentar.... Por você.

- Obrigado, querida. - ele disse, contente.

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