Mais um dia de trabalho, tão comum quanto os outros. Trabalhar numa biblioteca é tão sem graça, provavelmente o lugar menos frequentado pela população do planeta inteiro. Quem sabe do universo.
Mas até que não é um problema... Quer dizer, tenho tempo livre, posso estudar para meu curso de enfermagem, tranquilamente, com livros grátis e totalmente disponíveis.
Na verdade, eu sempre quis ser médica. Imagina, doutora Chou Tzuyu. Poder ajudar as pessoas, fazer o bem ao próximo... O problema é que é tão caro, seria impossível pagar. Eu até tentei, fiz o vestibular... para minha tristeza — não me surpreendendo — eu não consegui passar, fui boa mas não o suficiente.
O sonho do meu appa era que eu tivesse um bom futuro. Sempre tivemos uma boa condição, nunca faltou nada... Ele sempre quis muito, era ambicioso, digo que foi a possível causa da sua morte.
Ele sempre trabalhou muito, mais do que seu corpo aguentava. Isso o fez ficar doente, ele não se tratou, não cuidou da saúde, e se foi. Tornou-se a estrela mais brilhante e radiante dos céus.
Minha omma não soube lidar com isso... ela era apaixonada, acabou se envolvendo com bebidas e foi tão desagradável. Se tornou apenas mais uma vítima do álcool.
Depois que ele se foi, as coisas ficaram mais complicadas. Eu comecei a trabalhar já que minha omma não teria condições e também comecei a faculdade. O dinheiro não sobra, mas também não falta.
Minha sorte é que eu tenho pessoas para me ajudar e principalmente para estar ao meu lado... Minha melhor amiga, Momo, e a família dela são como anjos... Me ajudam tanto financeiramente, e também com minha omma.
Não posso me esquecer de Bambam e Taehyung, meus oppas. O que seria de mim sem eles, afinal? Não existem melhores amigos como eles; me alegram o tempo todo com gracinhas e estão ao meu lado sempre que preciso.
– Chewy... - Momo me chama e a olho.
– Sim, unnie.
– Você está bem pensativa... Qual é o problema?
– Nada demais, só pensando na vida... é tudo tão sem graça às vezes. - limpo uma estante e organizo os livros.
– Eu sei que você queria medicina... mas depois que você fizer enfermagem você pode fazer o vestibular de novo e tenho certeza que você vai passar. - sorrio fraco, ela é tão otimista.
– Não vai valer a pena... mas não é isso... é que todos os dias são iguais... Trabalhar, estudar, cuidar de minha omma... - digo enquanto limpo alguns livros.
– Você não devia reclamar disso... pensa que ao menos você tem capacidade e saúde pra fazer tudo isso... seria pior se você estivesse com uma doença, mas você não está. Você devia agradecer pela oportunidade, é uma forma de crescer e ter maturidade. - a olho chocada.
– Wow... Em que site leu isso? - digo e ela ri.
– É sério... se quiser, podemos ir a festas e... - ela começa a dizer.
– Nunca... prefiro ler um bom livro, assistir séries ou algum filme, comer alguma coisa em casa. - ela revira os olhos.
– Tão anti-social. - ela diz.
Antes que eu possa responder, um garoto entra e começa a procurar um livro nas estantes e vou até ele. É raro ver essa cena.
– Boa tarde, posso ajudar em alguma coisa? - digo e o mesmo me olha, mas não diz nada e continua a procurar o livro.
Olho para trás e vejo Momo fazer um sinal, me chamando. Vou até ela.
– Preciso ir, minha omma precisa de ajuda em casa... qualquer coisa me liga, okay? - assinto e ela pega sua bolsa e sai.
Me viro, vendo o garoto ainda procurando o livro. Respiro fundo, indo até ele novamente.
– Você precisa de ajuda? Talvez se me falasse, eu poderia te ajudar. - digo e ele para de procurar e se vira para mim.
– Aqui não tem o livro que eu preciso... Eu não encontro em lugar nenhum.. Acha mesmo que você iria ajudar? - diz e sai, me deixando surpresa.
– Mas que ousadia, quem ele pensa que é? - digo irritada, indo até o lado de fora, mas ele já estava longe. Droga.
Quem ele pensa que ele é?
Após meu horário acabar, pego minhas coisas e fecho a biblioteca. Caminho em direção ao supermercado e compro algumas coisas para tomar café. Depois de pagar, vou pra casa.
– Cheguei, omma. - digo ao entrar e não a vejo na sala. Vou pra cozinha e não a vejo. Coloco a sacola na mesa e olho ao redor.
Vou até meu quarto e não a encontro.
– Omma! - chamo e não obtenho resposta. Vou até o quarto dela e a vejo deitada na cama, com algumas garrafas ao seu lado.
Corro até ela e verifico sua respiração. Ela estava respirando e seus batimentos cardíacos estavam normais.
– Omma... - chamo enquanto a balanço devagar, tentando ver se ela respondia, mas não tive resultado. Ela começa a resmungar. Respiro aliviada, ao menos não é nada sério. Deve ter bebido e caído no sono.
Pego as garrafas, vou até a cozinha e as jogo na lixeira. Nunca vi um vício tão horrível e maldito como esse. Prende as pessoas e as mata logo em seguida.
Me sento e tomo meu café sozinha, enquanto algumas lembranças da minha infância invadiam minha mente. Meu appa odiava fazer qualquer refeição sozinho. Lembro que quando eu tinha uns doze anos não gostava disso — a famosa fase do isolamento — e muitas vezes ele me obrigava, ainda mais por ser filha única.
Percebo que uma lágrima escorre e sorrio. Sinto uma falta tão grande dele. Apesar de tudo, ele me entendia e me apoiava no que fosse. Agora tenho que lidar com minha omma naquele estado, é difícil até mesmo dialogar às vezes.
Termino de comer e me apresso em ir para a faculdade. O dia foi cheio mas mesmo assim não acabou.
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Annyeong :)
Como estão? Como prometido aqui está o primeiro capítulo. Sei que não está tão bom, mas espero que gostem.
Aos poucos a história vai ficando melhor, eu espero.
É isso, não esquece de votar e comentar pra que eu possa saber sua opinião. Obrigada ♡
Até o próximo capítulo.
♡
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My Only Hope ~ Jungkook&Tzuyu
FanficSinceramente, se apaixonar é um perigo. Você perde o juízo e age sem pensar. O problema é você ter 21 anos e agir como uma adolescente que se apaixonou pela primeira vez. Mas não tem problema, por você eu serei essa adolescente de novo. Porque depoi...