Acarim Iziras.

8 0 0
                                    

O irmão de Nina.
Alto, magro, músculos bem definido para a idade, era elegante de olhos vivos e brilhantes, sempre que falava era como ouvir um vento suave, muito habilidoso movia-se graciosamente, usava camisa com magas compridas, calça jeans e completava o visual com tênis velhos e surrados.
Nina aproximou-se de Iziras.
— Como pode ser sempre noite aqui? Disparou Nina, Iziras surpreendeu-se Nina não falava com ele desde o dia em que eles entraram na toca ele por sua vez fez várias tentativas, fazia perguntas, contava histórias e sempre obteve como resposta o silêncio, tudo fez para se aproximar, todas as vezes ela simplesmente o ignorou, ele a conhecia muito bem, sabia que para ela era difícil dar o braço a torcer, por isso ficou meio mudo quando ela veio e dirigiu-lhe a palavra, espantado eu diria, Nina parou, fitou olhos do irmão, ele parecia não ter se importado com a pergunta dela, talvez ele tenha razão pensou, pois ela vinha se esquivando dele há alguns dia, a ela parecia justo ficar zangada, ele é que desapareceu, não recebendo resposta adiantou o passo meio furiosa, Iziras despertou postou-se ao lado dela, tagarelou sem muito pensar não podia perder a oportunidade.
— Esse é um universo paralelo no qual Ghrates é o senhor da noite. Falou quase que correndo atrás dela.
— Como? Eu não entendo?
— É realmente estranho, cada paralelo tem seu Senhor e cada senhor cuida de seu legado, quando Ghrates tornou-se o último descendente de seu povo a noite que sempre pertenceu a seu povo ficou sem ter quem a vigiasse e como último  de sua especie sobrevivente ele foi obrigado a largar os estudos e se tornou um Acarim que significa aprendiz dos Senhores, quando se formou foi eleito Dandarim o mesmo que mestre, somente seu povo sabia cuidar da noite, reparou que ele se parece em certas partes um gato?
— Claro que reparei, não dá pra não ver a calda e os olhos, são fascinantemente de gato.
— Valerios vendo que ele ficou só depois que seu povo se foi entregou a ele a noite, Ghrates na verdade estudava arte era um aluno apaixonado, contudo sua vida tinha mudado e ele esforçou-se durante anos para aprender, a noite passou a ser seu legado a única lembrança de seu povo, ele teve que amadurecer, desistir da arte foi difícil no início, mas perder todos a quem amava exigiu coragem, quando ele estava pronto foi nomeado por Valerios Dandarim Ghrates o Senhor da noite.
— Quem é Valerios?
— Valerios é o representante dos Antigos Anciões que não habitam mais nosso mundo, antes de tudo existir eles os Antigos criaram nosso mundo e dividiram em paralelos e conforme o homem evoluía aprendendo aos mais aptos foram dividindo as tarefas de cuidar desses paralelos, porém Valerios foi o único que entendeu os ensinamento dos Antigos então quando eles se foram ele foi deixado para ajudar na evolução e repassar o que aprendeu, Valerios ainda mantém contato não sei como com os Antigos Anciãos. Ele foi meu mestre também, eu tive que implorar e me esforça muito para ser aceito como aprendiz, pois nosso nascimento foi considerado absurdo, enfim consegui e saiba que poucos já foram aprendizes dele, voltando a Ghrates ele se baseou na coragem que é seu lema e é assim que comanda a noite.
— Mas só existe noite nesse paralelo?
— Neste sim por escolha de Ghrates, nos outros é como no Paralelo Terra, dia de sol e noites normais, em particular eu adoro ficar aqui, amo a noite tanto quanto nosso mestre.
— Só nós estamos aqui?
— Não, existem cidades da noite, onde pessoas como eu nos adaptamos sem o sol.
— E me diz como as árvores conseguem crescerem sem fotossíntese, que eu saiba essa tal toca deveria ser muito fria.
— Bom Ghrates utiliza a pedra dos Antigos para repor os nutrientes tanto da vegetação como para manter o ambiente aclimatado.
— Nossa! Quanto mais você explica mais confuso fica, que pedra é essa com tanto poder?
— Veja, ele retirou de baixo da camisa um pedra azul para ela ver, essa pedra que carrego é uma pedra chamada saúde que nos da vigor, podemos com ela viver uma centena de anos sem envelhecer ou desenvolver doença e ainda podemos escolher depois dos dezesseis anos qual aparência teremos para o resto da vida.
— Nossa! Isso é incrível, quer dizer então que não morremos aqui?
— Bem, não é assim que acontece, quando um acidente é muito grave a pedra não consegue regenerar o corpo e perde brilho e força dai nos morremos, como aconteceu com o povo de Ghrates.
— O que aconteceu ao povo de Ghrates?
— A milhares de anos quando os Antigos ainda formavam todos os Pararelos ouve um grande terremoto em suas terras, ninguém sobreviveu, Ghrates estava estudando na biblioteca Renkonti, que fica messes de caminhada de sua aldeia e por algum motivo ele foi o único que sobreviveu.
— Nossa! Que triste.
— Realmente triste.
Caminharam por um bom tempo em silêncio em respeito a morte de um povo, Nina realmente sentia tristeza e pesar, ela em seu íntimo ficou relembrando como se sentiu só sem seu irmão, mas as perguntas logo voltaram, ainda tinha muito para saber sobre esse estranho mundo de noites infinitas.
— Porque vim parar aqui? E porque tenho que passar por testes?
— Calma Nina um pergunta por vez. Doía em Iziras ver a confusão em seu olhar, resolveu explicar.
— Por que estamos aqui? É uma longa história eu a contarei com o tempo é muito longa.
— Me conte agora, Exigiu Nina.
— A primeira coisa é ter paciência, Nina quase explodiu ao ouvir essa palavra, Iziras estava prevenido, sabia como essa palavra já estava deixando-a louca, tocou em seu ombro, caminhou ao lado de Nina meditando um tempo em total silêncio, ele tinha que decidir como contar a ela toda essa história e ao mesmo tempo não influencia lá, enquanto Iziras pensava Nina se impacientou, para ela quase se tornou infinito o tempo em que Iziras ficou pensativo e quando ela já estava sufocando ele falou sem olhar para ela.
— Primeiro tenho que esclarecer como entramos e fazemos parte desses mundos paralelos, é uma história longa e difícil de entender, mas se você tiver paciência eu conto (paciência pensou Nina essa palavrinha está me perseguindo há dias). Ele ficou calado alguns momentos suspirou e num tom muito calmo, começou pelo bosque.

Mundos paralelos.Onde histórias criam vida. Descubra agora