/Capítulo 3/

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O Alex estava deitado no sofá em cima da minha mãe, ambos sem roupa, as mãos dele no seu rabo e as dela no cabelo dele. Apesar de eu ter entrado e ter feito algum barulho ao deixar cair as coisas no chão por causa do choque ao ver a minha mãe e o meu namorado a, pelos vistos, divertirem-se bastante, nenhum deles pareceu ouvir-me ou se ouviram não quiseram saber. Desviei os meus olhos daquele cenário e vi que na porta da sala estava o meu pai com lágrimas nos olhos e uma postura desiludida e em baixo. Ele amava mesmo a minha mãe e eu pensava que a minha mãe também o amava, mas pelos vistos não. Apesar de, por um lado querer ir ter com o meu pai e consolá-lo, e por outro querer separar a minha mãe do Alex, não fiz nenhuma das duas, voltei a pegar nas minhas coisas e saí do hotel a correr na esperança que o Michael ainda estivesse por perto.

Assim que saí, consegui logo vê-lo. Estava encostado a um muro de uma das casas do outro lado da estrada, um cigarro estava preso entre os seus dedos e por momentos esqueci-me do que tinha acontecido lá em cima. Não tinha nada contra ele fumar, nem podia ter, eu mesma já tinha fumado há uns anos atrás por isso não era ninguém para julgar, para além disso achava sexy em alguns casos, este era definitivamente um deles.

Passei a rua em passo acelerado e apenas me apercebi que as lágrimas que tinha tentado segurar agora escorriam livremente pela minha cara quando ele me olhou preocupado e as limpou com cuidado, abraçando-me a seguir. Abracei-o de volta e com força, os seus braços à minha volta eram como duas barreiras que me faziam sentir segura, como se nada me pudesse fazer mal.

"Que se passou, princesa?" Perguntou preocupado enquanto me fazia festinhas no cabelo.

"O... o Alex... ele..." Não acabei pois voltei a chorar sem conseguir controlar os soluços que escapavam da minha boca.

"Shh... conta quando estiveres preparada, só quero que estejas bem" Continuou a fazer-me festinhas e beijou-me a testa "Anda vamos para minha casa"

"Não... Não sei se é boa ideia..."

"Não te vou deixar nesse estado sozinha"

Suspirei e assenti, ele tinha razão, neste estado se estivesse entregue aos meus pensamentos, seria muito pior e provavelmente ia fazer coisas que me iria arrepender depois. Ele pegou na minha mão e começou a andar levando-me com ele, durante o caminho ele fazia-me festinhas com o polegar e olhava para mim com preocupação para ver se estava bem.

Uns minutos depois chegámos a uma rua cheia de casa grandes e com um ar caro, o que não era para admirar já que ele fazia parte de uma banda, que pelos vistos era bastante conhecida. Entrámos numa ao final da rua e vi logo os seus amigos sentados no sofá da sala a jogar, o Michael olhou para mim e meteu um dedo em frente da sua boca a dizer para fazer pouco barulho. Em passos pequenos e o mais silenciosamente que conseguíamos subimos as escadas, no cimo da escadaria via-se um corredor com várias portas, entrámos numa que parti do princípio ser o quarto do Michael. Ele deitou-se na sua cama e eu fiz o mesmo, deitando-me ao seu lado.

"Estás mais calma? Já consegues contar o que aconteceu?"

Suspirei e contei-lhe o que se tinha passado antes de o ter conhecido, quando o Alex e a minha mãe tinham sorrido um para o outro, depois disso contei-lhe o que se tinha passado depois de entrar no quarto de hotel.

"Devias falar com eles..."

"Mas eu não quero... o meu namorado traiu-me com a minha mãe. Que nojo, ele tem idade para ser filho dela"

"Eu sei, mas acho que era o melhor que tinhas a fazer. Mas percebo que não o consigas fazer já"

"Podemos só fazer qualquer coisa para me distrair um pouco?"

"Claro vou buscar qualquer coisa para estares mais confortável"

"Não é preciso daqui a pouco vou-me embora"

"Fica esta noite... Por favor, tenho medo de te deixar sozinha, não estás bem e precisas de companhia"

"Michael... não dá, é melhor não"

"Vá lá..." Disse ele com um beicinho que era bastante fofo e que me fez rir e duvidar das minhas capacidades de resistir.

"Pronto, está bem..."

Ele sorriu e beijou-me a testa levantando-se depois, andou até ao seu armário e foi buscar uma camisola, era branca e dizia "Clifford" atrás e o número 95, provavelmente quando ele nasceu. Peguei na camisola dele e fui para a casa-de-banho que ele tinha no quarto e despi-me, vestindo a sua camisola depois por cima da minha roupa interior, ficava-me como um vestido por isso não mostrava muito. Dobrei a minha roupa e voltei para o pé dele, que me olhou de cima a baixo e sorriu.

"Vira-te de costas" Disse a sorrir e apesar de estar um pouco desconfiada fiz o que ele tinha pedido. Assim que me virei ouvi o som da câmara do telemóvel a tirar uma fotografia.

"Esta vai para o Instagram" Ele olhou para mim e sorriu mostrando-me a foto onde se via apenas o meu cabelo, logo as fãs não iam perceber quem eu era, mas tinha medo que as fãs que nos tinham visto na rua associassem e começassem a mandar-me hate.

"É melhor não, Michael... Tu és famoso"

"E? Tens medo das fãs?"

"Mais ou menos, não delas, mas do hate..."

"Não tenhas, elas não te vão fazer nada, princesa. Ainda por cima não se percebe que és tu"

"Pronto está bem..."

Ele sorriu e continuou aquilo que estava a fazer, que não demorou muito, um pouco depois, pousou o telemóvel e olhou para mim.

"Então, queres fazer o quê?"

"Não sei, que tens para fazer?"

"Podemos jogar, tenho muitos jogos deve haver um que gostes..."

"Tipo quais?" Ele começou a mostrar-me todos os jogos que tinha, eram bastantes, e eu não tinha sequer ouvido falar da maioria "Nunca joguei a maioria deles, escolhe tu"

"Então eu ensino-te" Disse ele com um sorriso escolhendo um dos jogos.

Levantou-se e foi ligar a televisão, pôs o CD do jogo e pegou num comando antes de se voltar a sentar ao meu lado e encostar-se à parede.

"Hum... Michael, eu não preciso também de um comando?"

"Mas como te vou ensinar a jogar é mais fácil começarmos com um"

Ele sorriu e meteu-me no meio das suas pernas, com as minhas costas encostadas ao seu peito. Abraçou-me e meteu o comando em cima das minhas pernas, isto tudo tinha-me deixado um pouco desconfortável o que me fez mexer um pouco, ele pareceu reparar nisso.

"Desculpa, se quiseres ficar ao meu lado se preferires, é só porque assim é mais fácil"

"Não, não, é só que não estou habituada a isto, eu fico assim"

"Está bem, se quiseres sair é só saíres, sem problema"

"Sim, não te preocupes"

Ele começou o jogo e enquanto demonstrava, falava também, mas baixo e perto do meu ouvido o que tornava tudo mais difícil e não me conseguia concentrar. Depois de ele me ensinar a jogar, jogámos os dois durante umas horas.

"Por muito que goste de jogar contigo, acho que já chega, já é tarde"

"Está bem, então vamos dormir?"

"Humhum"

Ele levantou-se e foi arrumar e desligar o jogo e a televisão. Voltou e deitou-se, deitei-me ao seu lado e depois de nos taparmos, abracei-o e fechei os olhos, ele fez o mesmo e beijou-me a bochecha.

"Boa noite, Michael"

"Boa noite, princesa"

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