/Capítulo 5/

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Olhei para trás e lá estava o Michael com uma cara nada feliz a agarrar-me o pulso, o que me magoou um pouco mas tentei não o mostrar.

"Porque é que me ignoraste?" Disse ele, a sua voz não parecia zangada, em vez disso parecia triste e um pouco desiludido.

"Não sei, talvez porque ainda ontem te conheci, não é como se fossemos amigos"

"Mas não tem nada a ver, tu precisaste e eu ajudei-te"

"Por me levares a tua casa e dormirmos juntos"

"Ao menos ajudei-te, ficas-te melhor e distraíste-te durante algum tempo"

"Mas não devia ter ficado contigo na mesma cama, Michael, nem usado uma camisola tua. Não te conheço de lado nenhum"

"Se achas isso" Disse virando as costas e indo-se embora, eu nada fiz pois era isso que eu queria, nós não podíamos ser tão próximos porque tínhamos acabado de nos conhecer.

"Skye, não devias ter sido assim com ele, notou-se que o magoaste a sério" Disse a Katherine, interrompendo o silêncio um tanto desconfortável que se tinha formado entre nós.

"Não quero saber, eu não devia ter confiado nele logo no princípio como fiz. Vou andando para o hotel"

"Espera, devíamos ter os números uma da outra assim podemos encontrar-nos mais vezes..."

"Está bem"

"Mas não te tinhas mudado para cá?"

"Só vou para a casa nova amanhã"

Ela assentiu e depois de trocarmos os números, fui para o hotel. Assim que abri a porta lá estavam a minha mãe e o Alex agarrados um ao outro e foi enquanto andava para o quarto que consegui realmente mentalizar-me de tudo o que tinha acontecido, não consegui controlar e comecei a chorar, desta vez sem medo que eles me vissem, que achassem o que quer que fosse, simplesmente deixei tudo sair e chorei por tudo o que tinha acontecido, à espera que os males fossem com as lágrimas. Mas não foram.

Foram várias horas a chorar, a tentar manter-me afastada das lâminas que tinha sempre na minha casa de banho para alturas como esta, mas, cada vez que me conseguia acalmar um pouco, lá vinha tudo de novo parar à minha cabeça e voltava a chorar, já não aguentava mais, tranquei-me na casa de banho e peguei numa das minhas lâminas e passei-a pela minha pele várias vezes, cortes cada vez maiores, cada vez mais fundos, mas não tantos quanto gostaria pois, pouco depois, a minha mãe entrou no meu quarto e bateu à porta da casa de banho.

"Filha, nós vamos jantar fora, queres vir também?"

"Não, estou bem aqui"

"Estás a chorar desde que chegaste a casa. Não tens razões para isso, Skye"

"Achas que não? O meu namorado traiu-me com a minha mãe durante quase um ano e tu fizeste o mesmo ao pai!"

"Mas eu não controlo quem amo, filha"

"Ele tem idade para ser teu filho!"

"O amor não escolhe idades"

"Isso não pode ser amor, vocês apenas sentem atração um pelo outro, ele é praticamente uma criança e tu és uma puta por andares com ele! Eu odeio-te! O pai odeia-te! A mana odeia-te! Vais acabar na sozinha e ainda bem porque é o que mereces"

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