/Capítulo 13/

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Acordei de manhã e tentei levantar-me, mas tinha um braço à minha volta, só depois percebi que era Michael e todos os acontecimentos do dia anterior vieram à minha cabeça. Afastei-me dele lentamente para não o acordar mas era difícil pois ele estava agarrado a mim, mais umas tentativas e ele começou a mexer-se, abrindo os olhos pouco depois e sorrindo ao olhar para mim.

"Bom dia, princesa" Sorriu e beijou-me a testa, eu sorri e beijei-lhe a bochecha. "Bom dia, Michael. Tenho de ir andando se não dou à minha mãe mais uma razão para me matar"

"Mais uma? O que é que fizeste, minha menina?"

Ri-me e contei-lhe o que tinha acontecido, ele riu-se também mas depois ficou sério.

"Até onde foste com o Alex?"

"Bem..." Comecei um pouco envergonhada, ele percebeu logo e suspirou, eu olhei para outro lado corada.

"Não tem mal, é só que... hum... ele agora está com a tua mãe"

"Não precisas de me lembrar disso, Michael"

"Ainda sentes alguma coisa por ele?"

"Não... mas ele vai ser sempre especial, não posso simplesmente esquecê-lo assim quando estou todos os dias com ele"

"Pois..."

Suspirei e levantei-me indo-me vestir, depois voltei para o quarto e peguei nas minhas coisas, calcei os meus sapatos e arranjei o cabelo, estava pronta para ir embora.

"Não vás já, vamos tomar o pequeno almoço juntos e depois deixo-te em casa, prometo"

Suspirei e assenti, ele levantou-se e arranjou-se. Pegou na carteira e no telemóvel, depois descemos os dois, os outros três rapazes estavam na sala a ver Spongebob, eu adorava aquele programa e sentei-me ao pé de Ashton e Calum e comecei a cantar com eles a introdução, quando acabou rimo-nos e eu levantei-me indo ter com o Michael.

"Já acabaste?" Perguntou rindo-se.

"Desculpa, não posso evitar, o Spongebob é o meu ídolo"

"Totalmente compreensível, vocês os dois tem bastantes semelhanças"

"Ah, Ah, Ah, então tu és o Patrick"

Ele riu-se e deu-me a mão entrelaçando os nossos dedos, fomos os dois para um pequeno café, entrámos e sentámo-nos, era aconchegante e confortável de se estar ali, ia voltar de certeza, se a comida fosse boa como é óbvio. Veio uma empregada de mesa dar-nos os menus e eu fiquei a ver o que queria até me decidir com panquecas e um café, Michael pediu o mesmo e ficámos à espera dos nossos pedidos enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias e nos riamos das histórias que contávamos. Passado um pouco veio a comida e assim que pus um pedaço de panqueca na boca senti-me no paraíso, eram as melhores panquecas que alguma vez tinha comido, por isso tentei ignorar o facto de me estar a sentir mal porque deviam ter toneladas de açúcar e gordura e tentei aproveitar, não iria comer mais nada o dia todo para compensar.

"É bom não é? Venho cá sempre que preciso de comida reconfortante"

"É tão bom, isto é o paraíso das panquecas"

Ele riu-se e comemos num silêncio confortável, estava a dar uma música calma que tornava todo o ambiente melhor, depois de acabarmos tivemos a típica luta de quem pagava, acabei por conseguir pagar a minha parte, apesar de Michael querer pagar tudo. Depois saímos e fomos para minha casa, ele deixou-me à porta e despedi-me dele com um beijo nos lábios e depois fui para casa. Entrei e a minha mãe estava na sala à espera que chegasse, provavelmente, Alex estava ao pé dela, suspirei e sentei-me à frente deles.

"Onde estiveste?"

"Não é como se quisesses saber, vou para o quarto"

"Não vais não! Se julgas que és assim tão independente que podes fazer o que te apetecer, podes ir arrumar as tuas malas e sair ainda hoje"

"Não acho isso certo, amor, castiga-a, mas não devias expulsá-la de casa assim sem mais nem menos" Interrompeu Alex olhando para a minha mãe.

"Mas vou fazê-lo! Ela ainda tem sentimentos por ti e para além disso anda a desrespeitar-me, se pensa que pode fazer o que lhe apetecer por baixo do meu teto, está muito enganada"

"Nem foste tu que compraste a casa, a casa é do Alex. Não me podes expulsar de casa só porque te apetece"

"Posso e é isso que vou fazer, a minha decisão está tomada, antes da hora de almoço quero-te fora de casa"

"Mas vou para onde? Não tenho sitio para ir, vou dormir na rua"

"Onde é que dormiste esta noite? Podes voltar a dormir ai outra vez"

"Não posso apenas pedir para viver em casa de um amigo"

"Ah, então estiveste com um amigo! Ainda agora deixaste de namorar e já deixaste outro rapaz comer-te, não acredito que criei uma puta!"

"Sabes que mais? Vou voltar para casa e viver com o pai e a mana!" A minha mãe riu-se, não entendi porquê.

"O avião onde iam o teu pai e a tua irmã caiu, ninguém sobreviveu"

Lágrimas formaram-se nos meus olhos, corri para o quarto e fechei-me na casa de banho e peguei na minha lâmina, ao contrário do que normalmente fazia, não cortei os meus pulsos, fi-lo na perna para Michael não ver, por alguma razão sabia que não o devia fazer e se ele visse, ia ficar desiludido, não queria isso. Quando acabei tomei banho e fui arrumar as minhas coisas, tentei que coubesse o máximo numa mochila, depois fui ao quarto da minha mãe e tirei dinheiro guardando-o e sai de casa sem olhar uma última vez para trás.

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