ATEMPORAL (Romance Gay)

9 - TUDO SOB CONTROLE

Perdão pela demora... Surgiram uns problemas e tive que adiar os capítulos. </3 

Mas... finalmente estou aqui! Hoje lançarei esse (9) e o próximo (10).

Estão recheados de dicas e de pontos importantes.

Boa leitura e beijos do You. <3

Colocou o seu enorme chapéu negro em sua cabeça, passou um batom vermelho escuro em seus lábios preenchidos com botox, borrifou um perfume francês em seu pescoço e respirou fundo enquanto admirava o seu reflexo no grande espelho que ficava em seu quarto.

- Você está magnífica, minha cara.

Disse a grande matriarca da família Napoleão, Beatriz.

- Tudo cai bem em você... Impressionante como o tempo só ajuda a gente, não é mesmo, querida? Esses brincos que custariam a vida de um pobre coitado qualquer... Esses preenchimentos que te tornam mais jovem... Esse colar que poderia comprar uma favela inteira desta cidade... Ah, Beatriz Napoleão... Se eu fosse outra pessoa, gostaria de ser você! – Falou enquanto passava a mão pelo seu longo vestido preto. – Agora vamos! Vamos que você tem que passar uma imagem de mulher devastada diante das câmeras e dessas cobras peçonhentas, minha cara. Está na hora de enterrar o seu maridinho e o seu filhinho abestado... – Abaixou o tom da sua voz. – Finalmente.

A senhora de pele alva caminhou até o meio do seu quarto, pegou a sua pequena bolsa em cima de sua cama, tirou de dentro um frasco com um pequeno conta-gotas e pingou um pouco de um liquido transparente em cada olho. Pronto. Estava feito! Agora qualquer um poderia ver e provar a olho nu que, devido às lagrimas que cairiam em breve sem cessar por aquele rosto pálido, ali, estava uma mulher sofrendo pela trágica morte do seu marido e de seu filho mais velho... Bem, era isso que ela queria que todos pensassem.

Antes de finalmente dar às caras para as pessoas que estavam em seu jardim dos fundos, a aguardando para o início de o funeral, Beatriz se perguntou mentalmente o porquê de ser tão sortuda. Com a morte do seu marido e seu filho, ela agora se tornaria a CEO e principal acionista do Grupo Napoleão; Teria o controle total sobre os seus (e agora) dois únicos filhos e dobraria sua fortuna pessoal... Sorriu novamente enquanto as primeiras lágrimas desciam pela sua face, agradeceu aos céus ou ao que quer que exista pela sorte de tê-los perdido e girou a maçaneta da porta, dando início à uma personagem de esposa e mãe sofredora.

Ƹ̴Ӂ̴Ʒ

O jardim estava tomado de gente e apenas veículos midiáticos do Canal 1 - pertencente às Organizações Napoleão e vice-líder emissora do país - estavam fazendo a cobertura do funeral. Várias cadeiras estavam enfileiradas e em frente a um pequeno palco com um púlpito em cima. Empresários, políticos, famosos e socialites tomavam conta do gramado perfeitamente aparado.

Assim que Renato e sua irmã mais nova, Clarisse, apareceram acompanhados de sua mãe, as pessoas rapidamente tomaram os seus lugares. Beatriz segurava o braço esquerdo do seu filho, enquanto uma loira com beleza fatal do outro lado enxugava com um pano negro o rosto molhado da mãe. Era uma cena triste e lamentável para quem não sabia de toda a verdade que estava escondida por trás daquela cena. 

Sentaram-se na primeira fileira, Beatriz colocou sua cabeça no ombro do seu filho e segurou a mão de sua filha mais nova. Um pastor bastante famoso na cidade de Arvoredo deu início ao funeral.

O "evento" não durou mais do que uma hora. A família não quis falar nada no microfone, o que fez com que a palavra do pastor fosse passada para alguns empresários... Antigos amigos íntimos do senhor Napoleão.