Primeira Carta

475 29 8
                                    

Talvez você espere que essa história comece com um garoto rebelde renegado ou um nerd esquisito.

Ou melhor uma patricinha mimada que é traida pelo namorado, ou uma garota simples que conquista o coração do nosso garoto mais popular da escola.

Ambos vivendo em seus dias de adolescentes em crises e toda aquela histórinha cliche e blá blá blá.

Mais infelizmente hoje eu não vou contar essas histórias, até por que você já está  cansados de saber o final delas.

Sempre a garota fica com o mocinho e visse versa. E além do mais tudo que era pra contar a respeito disso já foi contado não é mesmo?

Essa história que vou dizer a você é a minha vida.

Eu nem sei por que estou escrevendo isso essa hora da madrugada, ou talvez saiba e não queira admitir.

Está chovendo lá fora, e isso de certa maneira é reconfortante, por que assim não choro sozinha.

Meu Deus, eu não aguento mais tudo isso.

Vou escrever tudo o que aconteceu até agora assim quem encontrar essa carta e a mim saiba que tudo isso teve um motivo.

Acho que tudo começou naquele madilto dia do recital da quinta série.

Meu pai me ajudou a ensaiar e me arrumou, deslumbrante e eu estava tão feliz, só que esses momentos de felicidade nunca duram para sempre.

Saindo do teatro depois da minha maravilhosa apresentação, nos dirigiamos pra casa o sinal fechou e meu pai parou o carro então...

Dois bandidos roubaram o carro e tudo o que estava lá dentro, inclusive eu que estava no banco de trás e não deu tempo de sair.

Um dos caras pulou para o banco de trás enquanto o outro dirigia rapidamente.

-Olha só o que temos aqui.-ele disse com um sorriso sínico no rosto.

Eu juro que tentei sair só que para uma criança de Onze anos era impossível.

O maior começou a passar a mão em mim que desesperadamente tentava sair daquele pesadelo.

Não me lembro muita coisa do que aconteceu depois disso, só de acordar no meio do nada com meu vestido todo sujo e rasgado.

Caminhei com dificuldade até uma residência onde saiu uma mulher baixa que aparentava ter por volta de vinte e cinco anos.

Ela me levou pro hospital e horas depois meu pai chega desesperado.

Sem dúvida aquele foi o pior dia da minha vida.

Você deve estar se perguntando onde sua mãe estava nessas horas? bom eu queria muito saber e perguntar pra ela o que achava dessa história toda ,só que ela abandonou meu pai quando eu tinha apenas meses de vida.

Não se preocupem eu superei isso, bom na verdade fingia que tinha superado.

Os meses foram passando e meu pai ficave cada vez mais distante, não estava entendendo o que acontecia em minha volta, mais tudo estava desabando e eu simplesmente não sabia o motivo.

Chegando no colegial tudo melhorou magicamente, como eu queria dizer que isso é verdade, pra ser sincera foi ai que tudo piorou.

Mais como culpar o vento pela desordem feita, se foi eu que deixei as janelas abertas.

Cartas De Uma SuicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora