A Teoria das Gerações

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"Meu caro Will. Sinto muito por tudo que aconteceu. Você foi meu melhor amigo na vida. Meu irmão. E eu vou pensar em você todos os dias. Lamento profundamente não poder ter estado lá para preparar nossa despedida e dizer minhas últimas palavras. Você merecia mais. Mas acima disso, lamento pela Evelyn e por não ter conseguido protege-la. Queria que ela também pudesse estar aqui, mas fomos longe demais, Will, e tudo fugiu do controle. Falhei terrivelmente com você e com ela. Espero que onde estiver, possa me perdoar. Prometo que o que tiver conserto, vou tentar consertar, mesmo que custe a minha vida. Eu sempre te amei, irmão. Descanse em paz."

Max tocou a lápide simples de pedra calcária pela última vez. Fechou os olhos e respirou profundamente. Sinto sua falta, meu amigo...

Olhou para frente e ao redor. As árvores que cercavam o cemitério proporcionavam uma visão bonita, e as folhas que balanceavam levemente com o soprar dos ventos trazia uma calmaria desejada. Queria poder ficar aqui mais tempo.

A paz no silencio dali de repente foi interrompida por uma voz atrás de si:

- Temos que ir. Agora!

Max olhou pra trás. Os olhos expressivos da garota não lhe deixavam poder de escolha. Seus cabelos vermelhos voavam no ritmo do vento...

***

Anteriormente...

- Como ele está?

Max estava tão desalinhado quanto Eve. Fazia vinte e quatro horas que não dormiam e nem sequer tomavam banho. Desde a noite do atentado, Eles permaneceram juntos no hospital, numa desconfortável sala de espera, bebendo café puro e aguado e comendo sanduiche de máquina expressa. Pelo menos a sala de espera ali era privativa.

- Ele acordou! - Ela se aproximou rapidamente e se aninhou nos braços de Max, chorando copiosamente, como se um enorme peso tivesse sido arrancado de seus ombros.

"Obrigado". Pensou Max. "Muito obrigado". Não tinha certeza a quem estava agradecendo, mas sentia dentro de si uma enorme sensação de gratidão.

Eve chorava e chorava. Como se soltasse de si um fardo do qual não suportava mais. Max sabia como ela se sentia. O medo de perder Will; a força levada até a exaustão para se manter firme; o medo de perder Will; a agonia de esperar e esperar por notícias dos médicos e enfermeiros; o medo de perder Will...

Will tinha ficado o dia inteiro entre a vida e a morte. Hora melhorava um pouco, hora seus sinais vitais estavam tão baixos que chegaram a usar um desfibrilador nele.

RIFT.

Quem faz uma coisa dessas com as pessoas?

Max não conseguia compreender. O som do disparo ainda era nítido em seus ouvidos. Max seguiu o barulho e viu seu melhor amigo tombar para trás com a pressão do tiro em seu abdômen. Imediatamente uma poça de sangue se formou ao redor, enquanto Eve se ajoelhava ao seu lado, desesperada, sem saber se fazia pressão no ferimento ou gritava por ajuda.

O homem que fizera isso estava com um olhar louco e aterrorizado. Continuava segurando a arma apontada para a frente, em ninguém em particular. Tudo durou apenas alguns segundos. Um segurança surgiu do meio da multidão e jogou o homem ao chão.

A arma caiu e deslizou para algum lugar. O homem começou a gritar enquanto era detido. Não seremos escravos! Não seremos escravos!

Loucura.

"As pessoas sempre irão temer aquilo que não compreendem." Disse uma voz em sua mente.

O trabalho que eles faziam era seguro. Max tinha se certificado disso em cada passo que davam.

Transcendence (Fanfiction History)Onde histórias criam vida. Descubra agora