Transcendence (Fanfiction History)

Vida, Morte e Ressurreição

O frio lá fora era de graus celsius negativos.

Soprava um vento gelado no topo daquela montanha que congelava até a alma.

A Suíça sempre foi o destino que escolheram pra passar a lua de mel.

Eles esquiaram montanha à baixo, subiam de volta pelo teleférico, observavam juntos o cenário invernal em redor, as copas das árvores altas, o mundo ficando pequeno lá embaixo, o céu num profundo tom branco, a neve caindo, e como tudo era lindo.

Beberam chocolate suíço derretido até à forma líquida. Era delicioso!

O hotel era incrível. O restaurante era decorado todo em um tom mogno e dourado. O chão de madeira, as mesas e cadeiras eram vernizadas. A iluminação vinha de lustres de cristal pendurados no teto e em candelabros nas paredes. Eles degustaram um almoço delicioso por um prato recomendado pelo cheff.

Cholera de truta e legumes, e Rosti; harmonizado com um tinto forte e seco. Como sobremesa, o típico fondue de chocolate, uvas, morangos e avelãs.

Terminaram mais um dia fazendo amor numa cama de lençóis brancos com um colchão e travesseiros feitos de pena de ganso, em um quarto aquecido por uma lareira crepitante e iluminado por velas com aromas suaves.

– Queria que esse momento nunca mais acabasse. – Sussurrou Eve.

Will acariciou seus cabelos e beijou-a longa e intensamente.

– Eu não tenho objeções quanto a passar a eternidade inteira ao seu lado. – Então mordeu o lábio inferior dela puxando-o pra si.

– Somos cientistas – continuou ela –, podemos encontrar uma solução pra isso. – Então correspondeu seu beijo.

– Alquimia, amor. Pedra filosofal, amrita, elixir da vida eterna. Temos que resgatar os antigos conhecimentos.

Eve sorriu.

– Viveremos eternamente juntos num planeta com data de validade. Não quero ser transformada pela radiação num zumbi comedor de cérebros, quero você aqui, agora, e pra sempre.

Will se ergueu, olhou-a nos olhos, aqueles olhos grandes e expressivos. Eve devolveu seu lindo sorriso e mordiscou os lábios.

– Então precisamos construir nosso próprio universo...

Ela o abraçou e puxou pra mais perto de si.

– Ah, agora estamos progredindo. Talvez exista alguma galáxia distante, inabitada e com um preço bom. Vamos terraformar nosso planetinha, ajusta-lo a uma distância segura da estrela-mãe, regular a gravidade, e morar numa casinha perto do lago, o que acha disso?

– Sendo zumbis ou extraterrestres, humanos ou espíritos desencarnados. Eu vou amar você em qualquer forma...

Então se lançou sobre ela e a consumiu em seu abraço e seu calor.

***

Will olhou ao redor. Seus olhos estavam sempre embaçados. E não dava pra enxergar direito através daquela cortina que se estendia ao seu redor.

Não conseguia mais pensar direito. Era tão difícil isolar os pensamentos.

Só quando dormia que sua imaginação ganhava asas.

Mas quando estava acordado, era apenas agonia, dores e dificuldade de respirar.

Will sabia que a qualquer segundo puxaria seu último suspiro de ar e então morreria.

Eve e Max o levaram pra algum lugar e o instalaram numa sala limpa improvisada. O ambiente esterilizado e o oxigênio liberado ali era tão puro que dava vontade de sugar o ar com toda a força.