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Definitivamente, a vida não é um morango.


Pov Lorena

Entrei sem entender nada. Do nada, o garoto ficou com raiva, sem motivos aparentes. Vai entender.

Tomei um banho bem quente e fui me deitar.

Querendo ou não, fiquei um pouco chateada. Ele sempre me tratou muito bem, sempre foi muito carinhoso. E, de repente, age assim.

Levantei da cama e peguei na gaveta da cômoda um bolo de maconha. Bolei e acendi; sempre coloco um balão para subir quando estou meio cabisbaixa.

Desde que vim morar no Rio com minha mãe e meu primo Bernardo, há quatro meses, minha vida mudou bastante, e eu nem sequer havia refletido sobre tudo.

Para mim, não foi tão difícil mudar de Estado. Apesar de tudo, nunca gostei de rotina, nunca gostei do preto e branco, da mesmice do interior de São Paulo.

Aqui, eu saio com meus amigos, sempre tem festa, baile. Aqui, me tornei mais madura. O Be e mamãe trabalham muito, então me resta ficar a maioria do tempo sozinha em casa. Eu limpo, cozinho, lavo, passo, etc. Isso tem me tornado um pouco mais responsável.

Até gosto de ser assim, solitária. Mas tem momentos em que me sinto muito carente, como agora.

Não gosto de pensar muito sobre a minha vida, porque sempre acabo chorando, pensando em tudo, no desinteresse do meu pai, nas coisas que poderiam ter sido diferentes.

Observava a fumaça fluindo enquanto me sentia cada vez mais embriagada. Aquilo era ótimo, me acalmava e, de certa forma, me fazia esquecer os problemas.

...

Duas semanas depois...

Sexta-feira, 6:10 AM

A semana passou rápido. Mesmo atrasada para o colégio, estou animada, afinal, à noite tem baile!

Me arrumei correndo e fui voando para o ponto. Quase perdi o ônibus, mas parece que o gato do motorista me esperou. Hoje é meu dia!

Entrei e sorri para ele.

— Bom dia, morena. — Gilson falou sorrindo.

— Bom dia. — Respondi soltando um sorriso e indo me sentar.

Cheguei na escola e corri para a sala. Não poderia entrar atrasada logo na aula de Biologia, né?

Entrei e fui para o meu lugar radiante. Wes e Camila já vieram ao meu encontro.

— Bom dia, gostosa! — Wes, escandaloso como sempre.

— Bom dia, gente. Vocês vão no baile hoje? Minha amiga estava insistindo, resolvi ir.

— Ai, pirua, nem dá. A Lív tá doente e minha mãe vai ter que sair. — Camila explicou.

— Melhoras para ela, amiga. Qualquer dia eu passo lá para ver aquela coisa gostosa. — Falei.

— Eu vou sim, tô doida pra ver uns bofes diferentes. A periquita até pisca de imaginar! — Wes exclamou nos fazendo gargalhar.

Camila foi uma das primeiras que conheci aqui no Rio. A considero como melhor amiga. Ela tem uma filha chamada Lívia, de 2 anos, a criança mais linda. Amo de montão!

A professora estava demorando a entrar, enquanto isso fiquei respondendo algumas mensagens no WhatsApp.

Percebi Aleph entrando e vindo em minha direção. Fiquei contente, já que depois daquele dia nunca mais o tinha visto.

— Fala tu, morena. — Falou chamando minha atenção.

— Oi. — Respondi sorrindo.

— Depois quero falar contigo. — Falou e, sem esperar resposta, já foi seguindo para trás.

— Fala, Juninho. — Cumprimentou um amigo nosso.

Parei de prestar atenção e fiquei intrigada com o que ele queria falar comigo. O que será?

Passados alguns minutos, a professora entrou dando bom dia e deu início à aula.

...

19h da noite, hora de me arrumar para o baile.

Pego uma toalha e vou para o banheiro, faço uma hidratação no cabelo, coloco a depilação em dia, pois nunca se sabe, né monas?

Saio do banho com uma toalha na cabeça, outra em volta do corpo e sigo para o quarto.

Finalmente vou escolher o meu look. Optei por um vestidinho babado, pretinho nada básico que destaca as minhas curvas. Fiquei em dúvida entre um salto ou uma Melissinha.

Me vesti, fui para o banheiro pentear meus queridos cachos, passei um creme da Salon Line que eu amo e deixei secar naturalmente.

Voltei para o quarto e fui fazer a make.

Passei base, pó, corretivo... um verdadeiro reboco! E, por fim, um batom rosa bebê, para não parecer muito exagerada, haha!

Por fim, escolhi o salto. Hoje eu queria ficar mulherão.

...

Já são 21:45 e estou aqui no Uber, com Sthe e Wes, a caminho do morro.

Passaram-se 20 minutos e o motorista parou perto do nosso destino. Explicou que não poderia chegar mais perto porque é área perigosa e blá blá blá. Pagamos e saímos.

LorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora