Chego até a praia, sinto o cheiro, sei que estamos perto, longe, mais perto, pela primeira vez em muito tempo sinto o cheiro de casa.
-Ei José, tudo bem?
Matheus me pergunta, olho pra estrelas, pró céu e sorrindo respondo:
-Sim, tudo bem
Voltamos a correr, corro o mais rápido que posso, tenho que chegar logo, preciso vê-los, a saudade começa a apertar em meu peito.
Quando falta pouco pra chegarmos sinto um cheiro, um cheiro que me desespera, um cheiro que me dá medo, então, mudando minha rota, corro na direção dos mastros de destruição.
Quando chegamos lá, para meu espanto, vejo montes de cinzas no chão, paro a 3 metros dos mastros, em pânico e com medo, safira continua andando até eles e Matheus para ao meu lado, ele diz algo, mais eu não o ouço.
Safira se abaixa e toca as cinzas, analisando-as entre os dedos, então ela vira para nós e diz:
-Cinzas frescas, estão frescas, são de hoje
Ela nos olha assustada, sem pensar, corro até o esconderijo, para meu espanto, quando chego lá, ele está vazio, cinzas se espalham pelo chão do saguão, Matheus e safira param bem atrás de mim, mais uma vez dizem algo que não escuto, minha mente está a mil.
Safira me segura pelos ombros, me força a olhar para ela e pergunta
-O que foi José? Fala? Está nos assustando
Minha mente está a mil, tentando entender o que aconteceu aqui, olho em volta, num sussurro digo, voltando a olhar safira nos olhos
-Aqui, é aqui
-O que? É aqui o que?
Vejo o medo nos olhos dela esperando a minha resposta, ela sabe, mas quer me ouvir dizer
-É aqui que eles estavam
Então sem pensar subo as escadas, até o último andar e vou até o quarto dá Kimberly, vazio, começo a entrar em desesperado, Matheus para ao meu lado e grita comigo
-JOSE, CALMA, FALA COMIGO, O QUE HOUVE? ONDE ESTA A ESTER?
Não respondo, apenas o encaro, então desço as escadas e corro até a escola.
Uma chacina, um banho de sangue, a grama um dia verde está coberta de sangue seco, zumbis andam sem rumo pelo pátio, corpos mutilados se estendem até onde a vista alcança, todos mortos, homens, mulheres, crianças, mortos
Em pleno desespero começo a gritar, chamar por aqueles que amo
-JOHN? JACK? LIZ? POR FAVIR, LIZ? KIA? ESTER? CARTER?
Caio de joelhos, lágrimas rolam pela minha face, então gritos, muitos gritos, vindos de toda parte, de todos os lados, não consigo descobrir de onde vem os sons, de repente, silêncio, o mais absoluto silêncio, então uma voz, a voz que nunca mais imaginei ouvir na vida, bem atrás de mim, colocando a mão no meu ombro diz
-Ola JosePOV'S SAFIRA
Estou no saguão daquele prédio, olho em volta a procura de qualquer pista que achar, mas não tem nada, nem um cheiro dela, talvez eles tenham mentido pra mim, apenas para me tirar daquele lugar, mas por que?
Enquanto estou pensando escuto barulho nas escadas, quando olho, vejo José passar, vou atrás dele, mas Matheus me segura na porta e diz
-Deixa ele, quando estiver pronto, ele vai falar
-Ok, tudo bem
Eu e Matheus voltamos a vasculhar o andar, quando achamos uma escada até o subsolo, o cheiro ali era forte, intenso, olho pro Matheus e ele acena com a cabeça e começa a descer.
No fim da escada tem uma porta, não tem luz ali, está tudo escuro, mas por baixa da porta, vemos uma fresta de luz, Matheus puxa a porta, mas está trancada, então ele a derruba e para meu espanto, vejo vários corpos no chão, todos com estacas no peito.
Matheus corre de corpo em corpo removendo as estacas, mas sei que na verdade ele está procurando alguém, então começo a ajudar ele também.
Após remover todas as estacas, esperamos eles acordarem, alguns já estão cicatrizando, outros ainda não, então digo ao Matheus
-Sabe que eles podem nos atacar né?
-Sim, eu sei
Estamos ali esperando, estranhos vampiros acordarem, vampiros que não conhecemos e que podem tentar nos matar, na quantidade que tem, eles poderiam até conseguir, dependendo de seus tempo de transformados.
Matheus corre ate o final do estacionamento e então se vira pra me chamar, ele olha pra um rapaz de sombrancelhas grossas, cabelo loiro, o buraco em seu peito está quase totalmente fechado, quando vou dizer algo escutamos um barulho de porta rangendo, quando nos viramos pra porta não tem ninguém lá, penso que pode ser o José e então espero mais um pouco, mais ninguém aparece, então volto meu olhar pro Matheus que diz:
-Ela não está aqui, sinto o cheiro dela, mas ela não está aqui
-É, eu sei, vamos esperar o José, ele vai saber nos explicar alguma coisa
-Quem são vocês?
Quando olhamos para o lado, vemos uma jovem de cabelos pretos e roupas pretas nos olhando em posição de ataque, então me levanto devagar e digo
-Ei calma, estamos aqui pra ajudar, viemos com o José, ok? Conhece ele?
Ela parece pensar, está um pouco confusa, então diz
-Jose? Não, ele foi embora, nos deixou
Ela olha de um lado para o outro, olha os corpos, ela sussurra
-O que aconteceu? O que houve?
Tento chamar a atenção dela
-Ei, minha jovem, olha pra mim, calma ok, vamos com calma, conversa comigo, me conta, qual é o seu nome?
Ela continua a olhar para os lados, então eu a chamo
-Eii, oii, aqui, olha pra mim
Então ela olha pra mim, continuo
-Está tudo bem, me diz, qual seu nome?
-Kia
-Kia? Err ok, olha Kia, eu sou a Safira, como disse vim com o José, ele nos trouxe aqui, esse é o Matheus, estamos procurando uma amiga nossa, Ester, você a conhece?
Ela balança a cabeça e parece que já se recuperou totalmente
-Ester? Ela foi embora, pouco depois do José ir
Não consigo desfarçar minha cara de decepção, então Matheus se vira para ela e pergunta:
-O que aconteceu aqui?
Então parece que acorda de verdade e diz:
-Ai meu Deus, Jack? Jack?
Ela grita olhando para os lados e então começa a correr de corpo em corpo chamando por esse tal de Jack e então para ao lado do corpo do rapaz que Matheus e eu estávamos olhando e diz
-John
Vou até ela e gentilmente digo:
-Olha sei que está tudo confuso agora, mas estamos tentando ajudar, será que você consegue nos dizer o que aconteceu aqui?
Ela olha pra mim e pro rapaz no chão e diz:
-Foi ela, não sei como ela pode ser tão forte, mas nós derrotou fácil e aos poucos, os nossos foram sumindo aos poucos, dois por dia, então três, vasculhamos a área, mas não adiantava, cada vez mais um de nós sumia, nossos animais de estimação morreram, todos num dia e nossos guardar sumiram, todos, então eu estava aqui, com meu namorado Jack quando escutamos um barulho, eu estava de costas pra porta e quando me virei senti uma dor no peito e tudo ficou preto.
-Você sabe quem foi que fez isso?
Quando ela vai responder o rapaz acorda, mas ele não tá tão feliz como ela e nem um pouco calmo, ele me ataca, me soca e não para, reparo que seus olhos estão vidrados, ele não está vendo, então Matheus tira ele de cima de mim e Kia diz
-John, pare, está tudo bem, agora está tudo bem
Então ele relaxa e diz
-Onde está a Kimberly? E a Meghan?
-Nao sei, não sei onde elas estão
Essa é a única resposta de Kia
Quando vou dizer algo, ouvimos gritos, muitos gritos, então eu e Kia nos olhamos e corremos porta a fora, deixando o Matheus pra cuidar do John e dos outros.
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Perdido no Apocalipse
ФанфикJosé era um garoto comum de 17 anos, ate que um dia seu irmão desparecido volta e transforma ele em vampiro, segundo ele na pior época possível, no meio de um apocalipse zumbi, onde seres humanos estão em extinção. Nesse meio tempo José se apaixona...