Perdido no Apocalipse

Capítulo Vinte Três

Assim que saímos do esconderijo da Safira, ela para, todos paramos e olhamos para ela, o Matheus pergunta:
-O que foi?
-Eu esqueci uma coisa.
Então ela volta pra gruta, eu e Matheus ficamos esperando, quando ela volta, ela trás em seus braços, a última coisa que eu esperava, seu gato, Matheus gargalha e diz:
-Serio? Você foi buscar o gato!
Ela abraça o luan e diz:
-Lógico, ele foi meu único companheiro nos últimos 2 anos, preciso dele ao meu lado.
Ela olha pra mim, não tenho nada contra gatos, então digo:
-Não tem problemas, desde que você cuide dele e ele não nós atrase.
Ela sorri e confirma com a cabeça, voltamos a correr, eu a toda a minha velocidade, eles me acompanharam, enquanto corro imaginei como aquele gato estava se sentindo, ri imaginado como ele deve estar apavorado.
Chegamos a uma praia, não lembro de ter passado por aqui, mas se eu estou na Rússia, com certeza vamos ter que atravessar o mar, olho pra trás e todos estão olhando pra mim, então eu lembro de um detalhe:
-Safira como vamos atravessar com esse seu gato?
Ela olha pro Luan e parece pensar, ela abraça ele e o coloca no chão, pergunto:
-O que você esta fazendo?
-Não tem como levar ele, ele tem pavor a água
-Você esta loca? Não vamos abandona-lo aqui, ele vai conosco, só temos que pensar como.
O Matheus me olha assustado e pergunta:
-Vamos levar ele?
-Sim
Volto a olhar o mar, estou pensando quando o Matheus diz:
-Podemos colocar ele dentro de uma caixa e nadar, ao invés de ir por baixo da água
Penso na ideia dele, não é ruim, só temos que arrumar uma caixa, mas ele é mais rápido e quando eu me viro pra perguntar:
-Onde vamos achar uma caixa?
Ele já não esta ali, olho pra Safira e ela aponta pra mata, esperamos e logo ele volta com uma caixa de madeira, ele diz:
-Eu sabia que tinha uma
-Essa serve Safira?
-Vai ter que servir
Ela pega a caixa e joga o Luan ali, ele mia e ela diz:
-Cala a boca Luan, senão te jogo na água.
Ele para de miar e o Matheus diz:
-Nossa quanto amor, isso por que você não pode ficar longe dele, imagina se pudesse.
Eu começo a rir, mas quando olho pra Safira ela esta seria, coço o meu pescoço sem graça e digo:
-Errr.....enfim, vamos né?
Agora quem ri é o Matheus, olho serio pra ele e ele diz:
-Desculpa cara, mas a sua cara
Ele volta a rir, eu o ignore e pergunto a Safira:
-Podemos ir?
-Sim
Ela pega a caixa e pergunta:
-Podíamos amarrar nas minhas costas né?
Penso um pouco, se ela for nadando e melhor ter os braços livres e com a caixa nas costas ela vai ter mais liberdade, quando vou responder, percebo que o Matheus não esta mais ali, olho envolta e olho pra Safira, ela indica a mata com a cabeça, quando olho o Matheus já voltou com uma corda e diz:
-Vamos amarrar
Safira se vira de costas e estende a caixa pra mim ao mesmo tempo que diz:
-A onde você guardou todas essas coisas Matheus? Parece até que tem um estoque
Ele ri, eu coloco a caixa nas costas dela e ele amarra.
Assim que ele termina, anuncia:
-Vou esperar vocês do outro lado.
E some, olho pra Safira, mas ela esta preocupada com seu gato, toda vez que ele mia, ela olha pra trás, percebo que se eu não me mover, ela também não vai, entro na água e digo:
-Estou indo
Mergulho, vou nadando por baixo, vendo os peixes, a vegetação marinha, aprecio um tubarão caçando e quando ele morde, eu subo.
Olho pra cima, está anoitecendo, já é possível ver a lua, escuto barulho e olho pra direita, vejo a Safira voltando, vindo ao meu encontro, ela para perto de mim e diz:
-Onde você esteve? Pensamos que tinha desistido.
Rindo, eu olho pra cima e digo:
-Não sei por que ainda estou voltando, mas parece que algo ou alguém esta me puxando pra lá, é como se o centro do meu mundo, do meu corpo estivesse lá, é quase uma necessidade.
Olho pra ela, ela esta sorrindo, ela joga água em mim e diz:
-Vamos Sr. Apaixonado.
Ela vira e parte, sem me esperar, dou uma última olhada pro céu e volto a nadar.