Capítulo 4: *Thayla narrando*❣

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  O sinal toca. E chegado o final da aula. Eu e Deivid guardamos nossos matérias e caminhamos para a saída do colégio.

-- Você gosta de jogos? -- Pergunta ele enquando andamos.

--Depende do jogo-- Respondo com uma risada.

-- Ação? Curti?

-- Não sou muito fã, mais até que gosto sim kk.

--Que bom! Tenho vários jogos desse tipo. Eu fico o dia todo enfiado dentro do quarto jogando sozinho! Kkk. Faz tempo que não jogo com alguém. Jogava com meu irmão, mas ele veio a...-- Deivid deu uma pausa. Não continuou. Dêu para se notar tristeza e desapontamento no seu rosto.

--Veio a o que?

--Falecer...-- respondi ele olhando para o chão de cabeça baixa

--Olha eu sinto muito, mesmo de verdade...

--Tudo bem, já superei isso, afinal já tem três anos que isso ocorreu. Sabe, as vezes ainda é difícil me lembrar dele, ele era meu parceiro, vivíamos juntos, sempre aprontando uma-- sorriu-- Virava-mos a casa de cabeça para baixo quando ainda crianças. Com o tempo Robson cresceu e veio a começar andar com más companhia. Sempre avisava a ele para não se meter em encrenca com aqueles garotos, mas meu irmão não me escutava. Um dia eles pediram para meu irmão ajudar eles a assaltar um mercadinho que ficava na esquina da rua do colégio. Mas, meu irmão, ainda tendo um pouco de juízo, recusou, e por esse motivo eles o mataram quando ele estava voltando para a casa nessa mesma noite. Ele só tinha 17 anos e eu como dois anos mais velho deveria ter cuidado dele, a culpa disso ter ocorrido foi minha. Eu não fui responsável.

--Não. Por favor não se culpa disso. A culpa não foi sua. Sei que dói, mas foi o caminho que ele escolheu e Deus achou melhor assim.

--Sabe...-- disse ele me olhando-- Nesses momentos um apoio sempre é bom. Principalmente de uma pessoa meiga como você-- Sorriu, e deu para perceber uma leve curvada em seu sorriso.

  Senti meu rosto queimar. Me afastei lentamente para não parecer entupida e continuei andando normalmente. Eu realmente havia gostado de suas palavras.

-- Tem irmãos?

--Sou filha única.

--Queria ter?

--Tou de boa sozinha mas as vezes sinto falta de um(a) companheiro(a).

--Entendo! Sinto falta também...

Sorri para ele e lentamente passei minha mão em seu braço em ato de carinho.

  Seguimos o caminho inteiro sem deixar o assunto acabar. Deivid foi comigo até em casa e acabei descobrindo que ele não morava muito longe de mim. Éramos praticamente vizinhos, Deivid morava apenas a três quadras da minha rua.

--Então é aqui que a senhorita mora...--Disse ele com as mãos no bolso e dando-me uma piscadinha.

--Exato-- respondi em tom de sarcasmo e dando rindo em seguida.

--Sei.. Acho que vou vir aqui mais vezes. --Disse olhando para mim e me cutucando.

--Sua presença é uma honra! Seja bem vindo quando quiser, vossa majestade. -- disse dando risadas.

  Ele riu, se despediu e foi embora. Fiquei um tempo lá fora o observando partir e fui para dentro quando sua vista não era mas possível de se ver.

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