O homem Sem Face

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Era noite, chovia, e eu estava deitado na cama perdido em pensamentos aguniantes. Pensamentos que me assombravam como se fossem fantasmas. Tinha certeza que se pudesse me ve ser neste momento, no espelho, minha expressão seria de desespero. Me revirava para os lados, trocava de posição frequentemente. Sentava, deitava e nada de sono. De tempos em tempos olhava a chuva batendo forte no vidro da janela, onde minha cama permanecia debaixo, infelizmente. Meu quarto, agora, era pequeno e não tinha como trocar a cama de lugar, porque se eu pudesse, faria imediatamente. Não gosto de olhar para o lado de fora. O que está lá fora olha diretamente para mim.

Agora evito ao máximo sair de casa. Fico escondido nesse pequeno quarto alugado em um beco feio e maltratado, junto com pessoas estranhas e mal encaradas, que parecem esconder realidades terríveis e perigosas. Ainda tenho algum um dinheiro guardado. Saio rapidamente na parte da manhã, quando está mais seguro, e compro alguma coisa para comer. Já compro um certa quantidade para não ter que ficar saindo toda hora de casa. Casa. Agora aquele quartinho fétido era meu lar. E tudo porque eu não acreditei na existência dele. Ele existe. E está vindo para me matar.

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