A Floresta Parte 1

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Outro dia sonhei, mais uma vez, que estava correndo nessa floresta. Já havia passado do pôr do sol. Eu estava em um local estranho. Tinha uma estrada de terra e ao meu redor, uma densa floresta, delimitada por uma grade. Estava escuro. Via apenas a silhueta das coisas ao meu redor. Percebi que na minha mão havia uma lanterna. Liguei e iluminei o meu caminho. Sabia que era mais um sonho bizarro com aquela criatura que ainda não conseguia identificar. Conhecendo o meu caçador, sabia que aquele sonho iria demorar para acabar e que não adiantava nada eu ficar ali parado esperando que eu acordasse sozinho. O que eu poderia fazer? Aquilo que eu sabia, que ele queria, que eu fizesse. Sair daquele labirinto dos horrores.

Respirei fundo, olhei para todos os lado e vi que podia seguir por várias direções. Resolvi seguir enfrente. Estava esfriando cada vez mais e não tinha nenhum casaco para que eu pudesse me aquecer. Caminhava lentamente, com ouvidos atentos a qualquer barulho. Apontava a lanterna para todas as direções. Parecia seguro caminhar por ali.

Logo avistei uma árvore. Ela era alta, com tronco bem largo e com galhos secos pontiagudos. Ela ficava no meio do caminho. Ao contorná-la achei uma folha de caderno, rabistado "Me ajude". Achei muito estranho. Peguei a folha, fiquei encarando alguns segundo e olhei a minha volta para ver se quem escreveu aquilo ainda estava por ali. Nada. Tudo vazio, escuro e silencioso. Guardei a folha no bolso e continuei andando.

A medida que avançava, ficava mais apreensivo. O coração agora batia mais forte e minha atenção tinha duplicado. Andei e acabei encontrando uma caminhonete abandonada.Havia também um trailer, ou um container, não sei ao certo. Mais uma vez olhei em todas as direções e nada. Nem um vulto, nem um barulho. Absolutamente nada. Estava tão silencioso que dava quase para ouvir as batidas aceleradas do meu coração.

Procurei por sinais de mais folhas de papel, mas nada encontrei. Revirei tudo o que pudia. Tentei abrir a posta da cominhotete, mas ela estava emprerrada, assim como a porta do container. Procurei em volta dele, mas nada de papel com mensagens. Fui embora seguindo o caminho e dizendo para mim mesmo:

"Que jogo doentio! Por que estou passando por isso?!" - Avancei os passos pelo caminho de terra. Não deixava de olhar ao meu redor e observar a floresta que tinha um ar muito sombrio.

"Será que se eu passar por entre as árvores eu consigo sair daqui?" - Mas acabei não me atrevendo a entrar. Algo me dizia que não era para eu fazer isso. Continuei seguindo o meu caminho amaldiçoado.

O homem Sem FaceOnde histórias criam vida. Descubra agora