Capítulo 5

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  AO LONGO da semana seguinte, Emma se desdobrou para fazer Regina mudar de ideia sobre sair com ela.  Swan parou na confeitaria, ligou para fazer pedidos de coisas que na verdade não queria e se assegurou de que seria a responsável para receber quaisquer entregas do restaurante, apenas para ocaso de, por acaso, ser Mills a entregadora. Nunca era ela. Mas ela não iria desistir. Enquanto, no começo, ela fora uma estranha sexy que captara sua atenção, agora ela se tornara uma espécie de desafio. Emma queria contornar a barreira protetora dela e ver se a garota divertida e sorridente ainda estava ali, atrás da mulher de aparência altamente desejável. Talvez fosse bom que Regina consumisse os seus  pensamentos durante o dia. Porque assim seria mais fácil resistir à tentação à noite. Definitivamente tinha ajudado nas noites de sábado e domingo. Ela havia trabalhado no Leather and Lace num segundo fim de semana. Desta vez, sabendo onde estava se metendo, fora cuidadosa para evitar ficar a sós com Rosa, a sensual estrela principal da boate, e não trocara nem mesmo uma palavra com a mesma. Ainda assim, tinha sido impossível manter os olhos longe dela. Especialmente quando ela dançava. Especialmente quando ficava olhando para ela enquanto dançava. Se a morena desse em cima dela de novo, honestamente não sabia se seria capaz de recusar. Então, assegurar-se de nunca ficar a sós com ela provavelmente era algo bom a se fazer. Diabos, sinceramente Emma não tinha certeza de por que estava resistindo. Contanto que mantivesse a mulher em segurança, não enxergava Severus Snape como o tipo de sujeito que teria problemas com isso. Afinal, ele era casado com uma das ex-estrelas da casa. E liberar um pouco de vapor sexual não precisava ter algo a ver com vida diária normal de Emma. Na verdade, ninguém em sua família precisava saber sobre isso. Não havia lei que dizia que uma mulher solteira não podia fazer sexo com uma mulher disposta a fazê-lo só porque a loira estava interessada em outra.Uma que não estava interessada nela. Droga. Era por isso que ela não tinha feito. Porque o fato de Regina não estar interessada nela estava enlouquecendo-a. Francamente, Swan nunca havia se esforçado tanto para conseguir a atenção de uma mulher. O fato de Regina ser a mulher em questão tornava toda a situação muito mais desafiadora. Mills havia sido louca por ela certa vez. Ela faria com que a morena a enxergasse daquele jeito outra vez, mesmo que fosse seu último ato. Mesmo que significasse fazer coisas estúpidas e piegas como aparecer na confeitaria com a mão lotada de flores. Do jeito que ela estava agora. Deus, como os caras na unidade dela iriam rir ao vê-la, parado em uma esquina em um dia quente de agosto segurando um buquê colorido que havia comprado de um vendedor na esquina.

– O que você está fazendo? – murmurou ela, do outro lado da vitrine no fim da tarde de quinta-feira, quando a loira bateu à porta trancada.– Estou trazendo flores para você – gritou ela de volta. – Abra.– Não traga flores para mim. Dando de ombros, Swan sorriu para ela.– Tarde demais.– Estou falando sério.– Como eu disse, tarde demais. Qual é, deixe-me entrar. Elas estão com sede. Ela olhou para Emma. Ao perceber pedestres parando para assistir ao show, ela deu um passo adiante e mostrou os dentes. Cara, a mulher era picante quando ficava brava.– Vá embora! Ela balançou a cabeça, fazendo "tsc, tsc, tsc". Então olhou para a mulher mais perto dela que havia parado para ver o que estava acontecendo.– Consegue acreditar que ela não quer minhas flores? Um adolescente e a namorada, que também tinham parado, cantarolaram juntos:– Vamos ficar com elas! A mulher mais velha, uma avó de cabelos grisalhos, franziu a testa:– O que você fez? Boa pergunta. Emma não estava totalmente certo do que tinha feito.– Eu não a reconheci depois de passar dez anos sem vê-la. A vovó arqueou as sobrancelhas. Tirando Swan de seu caminho, ela marchou até a vitrine, esticou o dedo indicador e apontou para Regina.– Aceite as flores, garota boba. – Revirando os olhos e bufando sobre a juventude serdesperdiçada pelos jovens, ela saiu andando pela rua. Regina, ainda rosnando praticamente, destrancou a porta, abriu-a num tranco e agarrou a loira pelo braço.– Entre aqui e pare de fazer papel de boba.– Eu não estava fazendo papel de boba – apontou ela. – Você estava fazendo com que eu fizesse papel de boba.– Você não precisa de muita ajuda para isso. Balançando a cabeça e sorrindo, ela murmurou:– O que aconteceu à Regina doce, amigável e ansiosa para agradar?– Ela cresceu. E arrancou o buquê da mão dela, fuçando atrás do balcão e pegando uma jarra para colocar as flores.

A flor da peleOnde histórias criam vida. Descubra agora