Sonhos que nunca tive

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Seguro este poema,

De mente já gelada.

Viver sem dilema,

Assim, de alma magoada?


E a cada verso que leio,

Mais um sentimento morre.

De ti tudo me é alheio,

E nada mais que a escuridão me ocorre.


Então eu fecho os meus olhos...


O mundo do qual fugi,

Devia para sempre chorar.

Pois eu agora parti,

E nunca mais vou regressar.


E vai acabar tudo agora,

Eu vejo os vultos aproximar

Por mais que eu resista, implora

Hoje, tudo vai desabar.


Querem tirar de mim,

Tudo o que de mim faz parte.

Como as flores, dum jardim,

Que não podem viver aparte.


Mas de que me valem palavras,

Se cá dentro só dor consigo sentir?

Tantas e tantas mágoas,

E eu preso, sem poder agir.


Por isso eu estou a morrer,

Cá dentro, já nada vive.

Já nada posso fazer,

Acerca dos sonhos que nunca tive.

Diário de um Poeta MortoOnde histórias criam vida. Descubra agora