— Assim? — mostrou a folha para o Hobi.
— Exatamente assim. — eles voltaram a rabiscar o papel, pelo sorriso travesso, estavam planejando fazer alguma merda.
— Tenta esse. — eles começaram a usar o lápis de cor, pareciam duas crianças desenhando casinhas para darem de presente para seus pais.
— O que vocês estão fazendo? — parei de sugar o canudinho, colocando o copo de achocolatado sobre a mesa do refeitório.
— Estamos desenhando. — jura, Taehyung? Nem sabia, pô.
— É mesmo? — ri irônico, fazendo Tae revirar os olhos diante do meu deboche.
— Fica quieto. — e eles voltaram a pintar a folha.
Olhei em volta, voltando a sugar a bebida pelo canudo e, nossa, o refeitório estava muito cheio. Estava começando a ficar abafado e, porra, que saco. O intervalo havia sido prolongado por causa da falta de professores, e bem, isso era bom, levando em consideração o fato de que posso ficar com meus únicos dois amigos, jogando conversa fora, mexendo nos jogos do celular, dormindo. Era melhor que estudar sim, mas também era ruim em alguns aspectos. Tipo, como o fato do refeitório estar lotado. Eu nem consegui comprar um lanche decente, tive que alimentar meu corpo apenas com algumas garrafinhas de achocolatado da máquina, eu provavelmente chegaria em casa faminto.
Mas não era ruim apenas por isso. Como havia muitas pessoas, eu não conseguia reconhecer ninguém dentro daquele refeitório. E sim, eu queria reconhecer certo alguém, e é claro que era o Jimin. Quem mais seria, afinal?
Ainda estava pensando no que faria sobre aquilo que havia acontecido, sobre o que eu havia feito. Aquela confusão que eu comecei ontem precisava ser resolvida, e enquanto eu não me levantar daqui e procurar resolvê-la, não irei passar sequer um minuto sossegado. Minha cabeça estava pipocando, e honestamente, acho que eu mereço isso. Afinal, a culpa é minha. Quem mandou empurrar o garoto contra uma parede só para perguntar qual era o seu nome, hein, Jeongguk?
Eu podia simplesmente deixar pra lá, sabe? Eu queria, queria muito. Sério, meu atual sonho é esquecer aquilo, deixar pra lá. Tudo aconteceu ontem mesmo, e caramba, o acontecimento já está me consumindo. Eu realmente queria esquecer. Mas só de lembrar de como eu fui rude com ele e mal educado, eu me sentia na obrigação de ir me desculpar, de fazer algo, qualquer coisa. Eu só não queria causar uma má impressão. Além de que ele deve ter se perguntado o que aquilo que fiz significava, certo? E se ele estiver preocupado com isso? Me deixa louco imaginar que o fiz pensar na coisa errada. Como, agora, ele estar pensando que o meu ato rude fora porque eu queria brigar com ele, ou porque eu o odiava, ou por qualquer outra coisa. Queria tanto me explicar... Só não fazia ideia de como.
— Ah, acabou. — murmurei tristinho, vendo meu copo vazio. — Eu vou comprar outro.
— O quê? Mais, Jeongguk? — Hoseok me olhou desacreditado. — Você já bebeu duas garrafas.
— Só tem 600ml em cada uma. — fiz um bico.
— Isso quer dizer que você já bebeu um litro de achocolatado. — dei de ombros. — Não faz mal?
— Não, achocolatado nunca faz mal. — eu disse para Hoseok.
— Achocolatado me deixa inchado. — Tae reclamou chateado, sem retirar sua atenção do desenho ou... Sei lá o que aquilo era.
— Ah você fica bonitinho inchado, Tae. — Hobi disse sorrindo, e na mesma hora me levantei, não queria ficar ali agora.
— Já volto. — ambos confirmaram com a cabeça, acho que não me queriam ali agora também.
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Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃO
FanfictionClínicas, psicólogos e sessões com os orientadores do colégio resumiam grande parte da infância de Jeon Jeongguk. Um garoto de dez anos com um amigo imaginário e nenhum amigo real era motivo de preocupação para seus pais e fonte de diversão para su...