Acabou que acordei primeiro que Jimin novamente, que nem da última vez na qual dormimos juntos.
Já estava claro e, por um momento, bati em minha própria testa, preocupado. Não havia avisado a ninguém lá de casa que iria dormir fora. Mamãe deve estar louca achando que morri...
Era estranho a manhã de agora ser completamente diferente daquela outra, em minha casa. Dessa vez, estava tão macio e confortável, Jimin tinha uma feição tão serena. Admito que me assustei por olhar para o relógio e notar que era 11h, tipo, dormimos por treze horas ou mais e isso é doideira. Acho que eu também estava um pouco exausto e ter ele por perto, me fez relaxar e descansar totalmente. O hyung ainda dormia, ressonando baixinho em meu peito e abraçado à mim, era... Suave. Talvez fosse um lance de sentimento. Dessa vez, não estávamos bagunçados.
Acordei há trinta minutos atrás, ou talvez menos. Estava olhando para o teto, pensando em milhares de coisas e me sentindo bem. Jimin me deixa assim, é inevitável.
Eu acariciava seus cabelos. Por Deus, suas bochechas estavam tão magrinhas. Eu sinto falta do rostinho rechonchudo e das bochechas saltadas de antes. Ele ainda dorme em meus braços e mal consigo respirar ao recordar-me de ontem, daquele choro, de tudo... As coisas que ele disse para me afastar eram tão confusas. Não faço ideia do que ele passou ou pensou para chegar naquela conclusão de que eu iria o esquecer, o odiar...
Eu, agora, não consigo sentir nada além de alegria, preocupação... dúvida. Era um misto terrível.
Ergui o braço, pegando meu celular na mesinha de cabeceira, vendo as inúmeras ligações de minha mãe, pai, Taehyung e até mesmo Taemin.
Devo ter ficado mais de meia hora no telefone, explicando tudo para todos. Contei a Taemin sobre o que aconteceu, ressaltando o fato de que o Park estava bem e comigo. O Lee disse que viria quando pudesse, embora não estivesse em Seul. Sua vó estava doente e viajou por conta disso, mas ele parecia muito aliviado. Estávamos, afinal.
Mamãe ficou muito irritada quando a liguei, e depois de me dar umas broncas, começou a chorar. Poxa, a deixei muito preocupada! Pedi perdão muitas vezes pela burrada. Inventei que eu saí para festejar pois passei com notas altas e que dormi na casa de Mingyu depois. Ela disse que eu deveria voltar antes de escurecer e eu disse que sim, mas provavelmente não iria. Tenho de ficar com Jimin.
Quando mandei mensagens 'pro Tae, dizendo que estava com o Park, ele me chamou de idiota apaixonado, e não neguei, porque provavelmente sou isso mesmo. Só depois disso, soltei meu celular e voltei a fitar Jimin.
Eu estava ameaçando cochilar de novo quando o Park se mexeu um pouco. Suspirei, olhando para seu rosto. Tão bonito. Os fios loiros brilhavam pela fresta de luz que vinha da janela e sua mão pequena permanecia agarrada a minha camisa, fazendo com que eu me sentisse bem.
Seus olhos se abriram e me perdi naquele brilho. Ele estava tão lindo e... Eu não sei, ele parecia bem melhor. Pus meus dedos em cima de sua bochecha, acariciando e sorrindo um pouco ao que ele me olhava, piscando sonolento.
— Gosto mais das suas bochechas quando estão gordinhas... — Meu timbre era rouco e um tanto desafinado. Estava sonolento, afinal. — Você dormiu por quase treze horas... Como se sente? — pigarrei, querendo minha voz normal de volta.
Sorriu apenas com os lábios, seus olhos estavam inchadinhos e, honestamente, era lindo demais.
— Bem... — Foi o que disse antes de ficar cabisbaixo novamente.
O silêncio reinou entre nós, mas era totalmente reconfortante, era... Era leve. Só estávamos poupando nossas palavras, fitando o nada e aproveitando um pouco a paz que, infelizmente, não durou tanto quanto eu desejava, pois... Logo ele se ergueu no colchão e foi até sua escrivaninha.
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Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃO
FanficClínicas, psicólogos e sessões com os orientadores do colégio resumiam grande parte da infância de Jeon Jeongguk. Um garoto de dez anos com um amigo imaginário e nenhum amigo real era motivo de preocupação para seus pais e fonte de diversão para su...