Ri.
— Para... — pedi.
Senti de novo. Ri mais.
Remexi o corpo e ouvi uma voz baixinha fazendo graça. Tipo quando você brinca com um neném, ou um cachorro e parece doido. "Iti, cuti, cuti, cuti". Algo como isso.
Senti outro dedo nas minhas costelas e resmunguei um riso pelas cócegas.
— Jeonggukie... — alguém cantarolou, ainda com os dedos brincando comigo. Pelo jeito, eu sou o neném (ou o cachorro). Interessante. — Ei. Ei. Oi. Oie. Já são quase sete horas, acorda, meu bem...
Depois das palavras, as apertadinhas continuaram até minha cintura. Era gostosinho, mas fazia cócegas, então não deu para não rir. Ao me mexer, percebo que não há nada cobrindo minhas partes baixas. Ah. Ou seja, estou completamente pelado. E o que era para ser meu travesseiro, é uma pele aveludada que inspira e expira, mexendo-me de forma gostosa e tranquila.
Assim, percebo que estou, na verdade, deitado sobre o corpo nu de Jimin. E a única coisa que consigo pensar, é: que belo dia para se estar vivo.
Apoiei-me em meus braços, que doíam doloridos e me ergui um pouco, com um olho aberto e outro completamente fechado. O sono não me deixava enxergar direito, mas eu os esfreguei repetidamente até tudo estar nítido. Ainda estava confuso sobre como fui parar ali, que dia era e quem eu era.
Comuns sintomas do sono.
— Ei, bom dia. — Jimin desejou e liberou uma risada gostosa, massageando o meu cabelo bagunçado.
— Hyung, bom dia... — eu digo, coçando a nuca e respirando fundo.
Jimin me observou ficar perdido e sonolento, continuando com o cafuné delicioso que me ajudava a pôr os pensamentos no lugar. A pouca luz do sol batia na maior parte do meu rosto, mas era tão fraca que não incomodava. Suas coxas estavam sobre as minhas e inteiramente marcadas. Retribui seu carinho tocando nelas com ternura, sutilmente massageando-lhe a pele.
— Bem... a gente precisa levantar agora. — ele falou baixinho ao que eu me lembrava vagamente da noite passada.
Minhas bochechas arderam e comecei a sorrir instantaneamente.
— Tá bom...
Apoiei as mãos no estofado e me afastei, sentando do outro lado do banco enquanto Jimin sentava-se também, chegando pertinho para me dar um abraço de lado. Ri um bocado quando ele balançou os braços, mexendo meu corpo com o seu com carinho e agitação, para que eu acordasse de vez.
— Você tá muito desligado, nada melhor do que comida — disse. — Aqui. Café da manhã. — antes que eu me virasse para si, Jimin ergueu um pacotinho de choco pie.
— Uau, obrigado. Como arranjou isso? — indaguei, sem demora para aceitar e pegar o doce. Não costumo acordar com fome sempre, mas hoje é diferente. Tô faminto.
— Tinha três no bolso desse banco. — explicou, tocando o banco do motorista. Olhei para Jimin, já dando uma mordida no chocolate. Delícia.
— E você comeu dois? — perguntei, fingindo indignação.
A verdade é que gosto quando ele come bastante, então era brincadeira mesmo.
— É claro que eu comi dois, nasci primeiro, portanto devo comer mais. — empinou o nariz, como um garoto sábio faria.
Engasguei uma risada. Ri da cara-de-pau alheia, dando um soquinho fraco em seu braço.
— Droga. É um ótimo argumento... — falei, recebendo mais uma risadinha acompanhada de um sorriso seu. Tão fofo. — Que horas eu dormi ontem?
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Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃO
FanficClínicas, psicólogos e sessões com os orientadores do colégio resumiam grande parte da infância de Jeon Jeongguk. Um garoto de dez anos com um amigo imaginário e nenhum amigo real era motivo de preocupação para seus pais e fonte de diversão para su...