encontro.

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Primeiro Encontro

com Na Jaemin

by svtherin 

Jaemin se sentia nervoso à ponto de suas mãos suarem. Os pingos fortes da chuva batiam violentamente contra a cobertura fraca do ponto de ônibus da escola, onde o garoto esperava ansioso, mordendo o lábio sem ao menos perceber enquanto sua perna esquerda balançava, incomodando a senhora que aguardava seu transporte impaciente do outro lado do banco.

Sua mente não parava de pensar nas mil e uma possibilidades de Kang Hyujin não ter visto seu bilhete no armário, ter perdido, caído de seus livros por alguma razão cruel do universo, ou só tivesse amassado impiedosamente seu aviso de que a estaria esperando ao final da aula no lugar de sempre, o lugar deles.

Felizmente, para contrariar sua mente, Jaemin sentiu mãos macias e ligeiramente geladas tapando seus olhos por trás. O garoto não conseguiu evitar o sorriso largo, sentindo todo o peso voar para longe de seus ombros e a sensação elétrica que era ter as mãos de Hyujin em seu rosto.

— Você demorou. — Disse para a, então, amiga, nem se incomodando de "tentar adivinhar" quem estava ali atrás.

— Culpe o Sr. Byun. — Ela disse, Jaemin escutou sua risada nasalada. — Aquele homem precisa de alguma alegria na vida seca dele.

Hyujin saiu detrás do rapaz e se sentou com uma perna em cada lado daquele banco sem encosto, virada diretamente para si. Ela tinha o cabelo molhado e o uniforme cheio de marcas de pingos de chuva, um leve rubor no rosto e um sorriso irônico, quase desafiador. Jaemin tentou disfarçar a forma como ficava tenso quando a garota estava assim, tão perto.

— Mas por que você me chamou aqui? Achei que fôssemos andando para casa hoje. — Ela proferiu.

A garganta do rapaz secou levemente, ele precisou tossir uma ou duas vezes para começar a falar.

— Acontece que hoje nós não vamos para casa. Não nesta tarde. — Disse, lhe olhando de rabo de olho.

A garota ergueu uma sobrancelha.

— Na Jaemin, o que você tá aprontando?

Antes que o garoto pudesse responder algo, o som dos pneus do ônibus lhe fez pular do banco.

— Vem, você deve estar com fome.

*

— Você só pode estar me zoando.

Já havia parado de chover ao longo do caminho, mas o vento frio ainda fazia os cabelos curtos de Hyujin balançarem graciosos, enquanto ela fazia uma careta.

Jaemin sentiu o corpo se tensionando gradativamente ao som áspero da voz da garota ao seu lado assim que ambos pararam em frente ao estabelecimento.

— O que foi? Não gostou?

Ela riu, mas sua expressão suavizou assim que tocou as mãos do moreno.

— Porque você me trouxe no restaurante mais caro do bairro, Jae? É algum tipo de comemoração? Sempre comemos hambúrguer quando isso acontece.

O garoto sorriu, tentando esconder o nervosismo, entrelaçando seus dedos e lhe puxando delicadamente para a entrada.

— Confie em mim, sim?

O garçon logo os conduziu para uma das mesas perto de grandes janelas. O ambiente era aquecido de um jeito agradável, o cheiro de carne sendo assada e algo requintado pairava no ar como uma fina neblina e a iluminação amarelada contrastava com o tom cinza do dia lá fora.

Hyujin lhe olhava desconfiada a todo momento, até segurou uma gargalhada quando um dos garçons gentilmente puxou a cadeira para que se sentasse. Fizeram os pedidos, Jaemin prometendo silenciosamente que tinha tudo sob controlo à garota preocupada com o preço salgado das refeições. Ele, realmente, esperava que desse tudo certo, havia economizado por meses planejando tudo isso.

— O que vão beber? — O garçon perguntou, meio entediado e um pouco hesitante diante de dois adolescentes naquele ambiente sério.

— Champanhe. — Falou.

Hyujin lhe olhou séria, chutando seus pés debaixo da mesa.

— Refrigerante, por favor. — Corrigiu-se.

— OK, agora você pode me explicar o que está acontecendo? — Kang perguntou assim que o homem se retirou.

— Não estou entendendo toda essa sua preocupação. — Comentou, achando mais interessante dobrar um pedaço do guardanapo de linho, coisa de rico. — Não posso trazer a garota que eu gosto para um restaurante decente?

Com a visão periférica, ele viu Hyujin estreitar os olhos, depois alargá-los e por fim, sorrir minimamente. Porém, não deu tempo de responder, pois os pratos haviam chegado.

*

Jaemin teve que driblar a garota na hora de pagar a conta, pois ela insistia que aquilo devia ser dividido, mas o rapaz foi mais rápido em explicar:

— Sem essa, eu que te chamei e é mais correto o garoto pagar a conta no primeiro encontro.

Aquilo foi o suficiente para fazê-la parar de falar e ficar estática, enquanto ele corria para o balcão. O preço quase o fez pular, mas conseguiu se manter firme.

Voltando para a mesa onde ela ainda estava, Jaemin lhe chamou baixinho e os dois começaram a sair do restaurante, com uma Hyujin bastante calada. O garoto começou a ficar mais nervoso, queria se dar mil tapas na cara por falar demais em momentos críticos.

Só quando já estavam na metade do caminho de casa que a garota virou em sua direção.

— Você estava falando sério? — Ela inquiriu. — Aquilo foi um... encontro?

Jaemin parou de andar.

— Só se ambos concordarem. Quer dizer, não pode ser um encontro se um dos dois não sabe. — Explicou.

Kang riu, negando com a cabeça diante daquele garoto maluco.

— E então? — Ele rapidamente questionou. — Foi um encontro?

A garota rolou os olhos, lhe socando levemente no ombro.

— Idiota.

Naquela tarde, Na Jaemin ganhou um beijo no alto da bochecha. Hyujin teve que ficar na pontinha do pé, e aquilo fez algo gritar dentro do rapaz.

Ele assistiu a garota ir andando em sua frente, com um sorriso enorme em seu rosto enquanto pensava no quão especial sua melhor amiga havia se tornado em pouco tempo. No quão ridiculamente ele estava apaixonado.

E era só o começo.

➾ amor bobinho.  

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