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-Feliz 18 anos Minseok! -alguém gritou.

Sorri e levantei meu copo para logo beber o líquido nele calmamente. Todos ao redor sorriam e me parabenizavam, era um momento mágico onde várias pessoas q eu gostava estavam presentes, eu deveria estar feliz e sorrir verdadeiramente mas... a sensação de vazio se expandia em meu peito a cada segundo.

Por que sinto que estava me faltando algo?

-Hey, Minseok! -me virei em direção a voz que me chama, e logo vejo meu primo segurando um objeto de cor escura o qual me pareceu muito familiar- Não toca? Te mostrarei como se f...

-NÃO!

Derrepente toda a sala ficou em silêncio.

Não se podia ouvir nada além da respiração pesada que eu tinha naquele momento.

Quem havia gritado?

Por que... todos me olhavam?

Havia sido eu?

Mas... por que eu gritei?

Respirei fundo antes de forçar um sorriso tenso.

-Não... mas... um dia eu quero tentar. -Tomei a guitarra rapidamente de suas mãos  e a segurei próximo ao meu peito com cuidado, como se ela fosse feita de vidro, daqueles que a qualquer momento poderia se quebrar.

Quando a peguei, senti como se uma corrente elétrica atravessasse sobre mim de cima a baixo, e depois se instalasse em meu peito deixando-me momentaneamente sem ar.

-Minseok... você está bem? -Minha mãe se aproximou preocupada pegando em meu braço.

Assenti um pouco assustado.

-Sim... apenas... você sabe... às vezes eu não gosto de que toquem em minhas coisas.

O que acabava de dizer não tinha pés nem cabeça. Embora em parte fosse verdade... Deus, o que estou dizendo?

-Certo, eu tinha esquecido. Me desculpe Minseok. -meu primo pareceu não notar nada e sorriu.

-Não se preocupe, é coisa minha. -Com aquelas palavras, todos pareceram se acalmar e retornaram lentamente com a festa. Meu primo não tocou novamente na guitarra  e a deixou guardada em seu saco.

Suspirei com cansaço, não via a hora de que todos fossem logo embora para que eu finalmente pudesse ir dormir.

Pareceu uma eternidade, mas felizmente todos se retiraram e eu fiquei totalmente sozinho por volta das dez.

Infelizmente eu não conseguiria dormir sabendo da bagunça que ficara na sala, então, em seguida passei a arrumar as coisas que estavam jogadas por ali.

Quando eu estava tirando o saco da guitarra de cima do sofá, algo me pareceu chacoalhar lá dentro. Estranhei, logo o sacudi novamente, e a aquele som permanecia. O que poderia ser? Será que havia quebrado alguma peça? Mas se eu quase não a havia tocado... Abri o ziper lentamente um tanto receoso, como se estivesse esperando por algo que saltasse dali e me mordesse.

Tirei a guitarra e, ao fazê-lo, um pequeno objeto caiu no chão, me abaixei para pega-lo e encontrei um gravador de bolso.

Eu tinha um gravador assim?

Talvez meu primo tivesse deixado cair...

Será que havia algo gravado ali?

A curiosidade me matava. Eu era curioso por natureza, não podia evita-lo... e de qualquer forma, não era como se o meu primo fosse gravar algo de muito particular aqui. Não poderia ser algo mais privado do que uma conversa do presidente... certo?

Sabendo que talvez mais tarde eu me arrependeria, apertei no botão escrito Play.

Nada.

Pressionei novamente e... nada.

Mais uma vez... nada.

Frustrado com aquilo, pressionei todos os botões e depois irritado joguei aquele inútil gravador no sofá.

Eu estava prestes a sair quando pensei ter ouvido um murmúrio.

Fantasmas... Não! Que idiotice!

Eu não queria me virar por medo de encontrar algo que talvez eu não quisesse  ver, mas algo me empurrou para fazê-lo.

A abençoada curiosidade.

Como se meu corpo tivesse vida própria, eu me virei para ver o sofá. Não havia nada, mas só então eu percebi.

O gravador.

Me aproximei um pouco mais ao ouvir o som de uma guitarra. Logo o coloquei perto do ouvido.

O... que ?

"Zai na li, zai na li jian guo ni
ni de xiao rong zhe yang shou xi
wo yi shi xiang bu qi
a... zal meng li"

Aquela voz... aquela canção... seu nome... algo me impedia de dize-los.

Minhas cordas vocais se recusavam a funcionar, e ainda me faltava o ar.

Não Minseok!

Você não conhece ninguém com essa voz!

Não existe, não é importante, você já esqueceu!

Mas... eu queria... não, eu tinha que dize-lo.

-Lu... han... ?

el único; xiuhanOnde histórias criam vida. Descubra agora