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Já se faziam... dois anos?

Desde que o conheci, gritando naquele balanço, com aquela voz fininha e irritante que o caracterizava, e que a principio me assustava.

Seus gritinhos eram assustadoramente incômodos.

Eu juro que metade do edifício batia a sua porta - no 302 - milhares de vezes ao dia, para pedir-lhe que diminuísse o tom de voz.

Mas é claro que ele não fazia o menor caso.

"Por que eu deveria?" lembro-me que ele me perguntou isso quando comentei sobre aqueles momentos "As pessoas se queixam de tudo! Se você faz barulho, se fica quieto, se brinca demais... Você sabia que esta é a maneira mais saudável de retirar o estresse existente? No lugar de tomar pílulas 'relaxantes' poderiam simplesmente liberar sua frustração com um grito. Lhe garanto que isso funciona."

E dito isso, ele se virou para continuar correndo, e claro, gritando.

"Então ele está frustrado?"

Pensei logo depois de refletir sobre suas palavras.

É difícil de entender aos 14 anos, você não espera conhecer um pirralho de 13 que fala sobre estresse e frustração. Afinal... Que estresse poderia ter um menino de 13 anos?

Ninguém sabia.

Três meses depois de sua chegada, todos já haviam se acostumado com seus gritos. E já não iam mais bater em sua porta, nem reclamavam, ninguém dizia mais nada.

E eu queria saber por quê.

Eu era o único que ainda não aguentava seus gritos. O único que ainda detestava o modo como ele corria descuidadosamente pelas escadas, e se batia em todos que estivessem em seu caminho nesse processo. O único que queria que ele fosse logo expulso do prédio.

Coisas na vida de um adolescente de 14 anos.

Lembro-me de uma noite, em que perguntei a minha mãe o por que que ainda não expulsaram o inquilino do 302, se não cumpria as regras impostas e aceitas por todos os proprietários.

-Estou falando sério, mãe. Ele só faz desastres por onde passa, atinge e quebra todas as coisas, e grita como se não houvesse amanhã.

-Não cabe a nós tomar essa decisão Minseok. Não somos os donos deste edifício.

-Não, mas sempre se pode reunir assinaturas dos demais e assim fazer uma decisão geral, não é?

Minha mãe acariciou meus cabelos.

-Qual é o seu interesse em expulsa-lo?

-Nenhum... é só que tudo o que ele toca, o destrói!

Ela sorriu docemente.

-Você não deveria se irritar tão facilmente Minseok. Além disso, quem sabe no futuro esse menino não começa a lhe cair melhor.

-De maneira nenhuma! Isso nunca acontecerá mãe! Nunca!

-Nunca se sabe, filho, lembre-se disso.

Dito isto, ela se levantou do sofá para ir dormir, embora um segundo antes de entrar em seu quarto, se virou.

-Minseok.

-Sim?

Ela sorriu novamente.

-Você também não conhece a condição desse menino, não o julgue.

Suspirei cansado.

-Certo, mas isso não me fará mudar de opinião a respeito de seu comportamento.

Sem deixar de sorrir ela entrou em seu quarto, enquanto eu fiquei sozinho na sala, pensando.

Tentando entender o porque que diziam que as mães sempre tem razão.





...

Olá ~

Bom... essa fic não é de minha autoria.

Estou apenas traduzindo-a, a obra original pertence a KeymiLuna a qual me deu sua permissão para traduzi-la.

Esta historia é um pouco cumprida, então estarei postando-a aos poucos...

Deixa um votinho se gostar ok? ^^

~Chu 💋

el único; xiuhanOnde histórias criam vida. Descubra agora