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Dois anos.

Eu não podia acreditar que já haviam se passado dois anos desde que Luhan se mudou para este apartamento chato.

Parecia que foi ontem quando ambos caímos pelas escadas e ele cortou o lábio.

Ironias da vida.

Com o tempo as visitas de Luhan passaram de 5 vezes por semana, a somente nos domingos.

Mas ele já sabia minha resposta, mesmo que não tivesse vindo.

Eu nunca quiz dizer-lhe não. "Não" era algo que eu NÃO podia dizer a Luhan.

Mas o que poderia fazer? Eu não iria simplesmente deixar todo o meu trabalho só por causa dele... não é?

Pelo menos, era o que minha mamãe me dizia a cada vez que rejeitava as propostas de Luhan para sairmos, e logo eu estava fazendo caretas.

"É bom que ele seja seu amigo Minseok, mas há coisas mais importantes do que isso. Você tem responsabilidades aqui em casa, você não pode passar sua vida inteira brincando e não se importando com o resto, você precisa se desapegar um pouco desse garoto."

Desapegar-me desse garoto... desapegar-me de Luhan... Impossível.

Não podia, não queria, não ia fazer isso, não... não ia me separar de Luhan...

Não é...?

Mas no final acabei o fazendo.

Acabei me convencendo de que agora que era mais velho, tinha outras coisas para fazer, coisas mais importantes.

Era algo que eu sempre tinha em mente, e que todos repetiam para mim. Inclusive mamãe que se encarregou de dizer a Luhan que não voltasse a me chamar em nenhum dia da semana. Que esperasse até o domingo.

Mas aos domingos nós saíamos.

De modo que não o vi em nenhum momento. Nem sequer quando olhava para a janela que dava em direção ao pátio. Nunca havia ninguém lá. Desde que Luhan parou de sair, tudo ficou imerso em um profundo abandono deprimente.

E assim não o vi por uma semana.

Uma que se converteu em duas, duas em três e três em um mês.

Um mês em dois, dois em seis, e seis em um ano.

Um ano em dois....

E dois em uma eternidade que pesava apenas em mim.

el único; xiuhanOnde histórias criam vida. Descubra agora