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M-morreu?

Mas... como? Por que...?

Ofegante, balancei minha cabeça. Tudo estava girando. Quando olhei para cima novamente encontrei a pior imagem que um dia eu imaginaria poder ver.

Luhan chorava alto enquanto mordia seu braço -o qual cobria o seu rosto- para não gritar. Suas lágrimas caíam incessantemente por suas bochechas rosadas para logo pararem no chão.

-Lu... eu... me desculpe, eu não sabi-

-Não importa Minseok! Já não importa se você sabia ou não! É só que... você não estava lá quando eu mais precisei... - tentava falar entre seus constantes soluços.

-Mas... você poderia ter me contado... só tinha que bater na minha porta e eu teria vindo a sua ajuda!

-Isso é mentira! Você teria dito que estava ocupado ou coisa assim. Não seja cínico! -ele esfregou os olhos com raiva e depois olhou para mim- De qualquer forma, já aconteceu. Você vindo até aqui, não muda nada. Agora vá embora.

-Mas Lu... eu não... não poderia te deixar. Eu não posso, e nem quero! -estava ameaçando chorar de novo.

É que finalmente havia entendido o que Luhan significava para mim. Não era justo que eu tivesse esperado que ocorresse o pior para perceber algo tão importante como isso.

Mas claro, a vida nunca era justa. E eu acabei de descobrir que, se eu não estivesse com Luhan, nada mais fazia sentido.

Luhan era tudo para mim.

-Oh, é claro que você pode! Você já fez isso uma vez, e poderá fazê-lo novamente. No fim não vai ter envolvido nenhum esforço.

-Luhan, por favor...

Eu nunca tinha orado, para nada nem ninguém, mas eu estava prestes a implorar a divindade que não me deixasse me separar dele.

-Não deixe as coisas mais difíceis do que já estão Minseok! Vai embora!

Apesar de ter secado as lágrimas infinitas vezes, estas seguiam caindo por suas bochechas.

E ele não era o único.

Eu tentava não me afogar naquela conhecida tristeza que você sente quando está separado de alguém que você quer. Aquele sentimento de ruptura que todos nós experimentamos pelo menos uma vez em nossas vidas.

E aquela estava sendo a minha primeira vez.

Permaneci como uma pedra em frente a ele. Tudo estava embaçado, por conta das lágrimas que não paravam de se formar.

Eu não queria ir, eu realmente não queria ir. Eu não conhecia um mundo sem ele.

"Mas você já fez isso antes"

Luhan tinha razão. Vivi 3 anos sem pensar nele, sem lembrar que tinha um melhor amigo. Não é mesmo?

Não, não é.

Não me lembrava disso, mas eu sempre senti que me faltava algo. Não tinha o esquecido completamente, eu nunca poderia!

Mas você o fez Minseok.

Não, eu não...

-Lu... Luhan, eu... não pensava... não...

Já não conseguia articular bem minhas palavras , nem eu me entendia, mas não me importava, eu só queria que ele me entendesse.

Mas talvez fosse isso que o irritava.

-SAI MINSEOK VAI EMBORA! -Ele me empurrou com uma força indescritível me fazendo cair no chão.

Quando tentei me levantar gritei de dor, percebendo que havia torcido o pulso, mas não era uma dor maior do que a outra que eu sentia naquele momento.

A dor da perda.

Luhan ia fechar a porta, mas consegui interromper ao colocar meu pé no marco antes que o fizesse. Ele gruniu entre dentes com raiva e tentou fecha-la de qualquer maneira, batendo-a com força em mim no processo.

Meu coração estava gritando comigo para ficar lá, mesmo que um terremoto acontecesse, mesmo que o fim do mundo chegasse, eu tinha que ficar ali.

-Tire! Apenas vá como se nada tivesse acontecido! Será fácil para você, não precisa pensar muito, poderá fazê-lo!

Suas palavras eram como punhais que iam direto ao meu coração, o rasgando, o quebrando e eliminando todos os traços de que aquele era um coração.

A dor era insuportável, e não era apenas no coração, minha cabeça também doía ao ponto de parecer explodir a qualquer instante. Eu não conseguia pensar claramente, mas sentia que devia impedir que ele me deixasse, e isso era a única coisa que importava. A única.

-NÃO PENSO EM ME AFASTAR DE VOCÊ PORQUE EU TE AMO LUHAN!!

O tempo congelou por um instante.

Misteriosamente, a dor desapareceu e foi substituída por uma sensação libertadora.

Isso era algo que eu sempre quis dizer.

Mesmo que eu não soubesse, meu subconsciente estava um passo à frente.

Por fim o havia dito.

No entanto, Luhan não pareceu contente ao ouvir aquilo.

Boquiaberto na porta de sua casa, com as lágrimas ainda escorrendo por suas bochechas, e seus olhos desumanamente abertos, ele não dizia nada.

Os minutos levaram as eternidades para passar, o tempo estava mais lento do que nunca. E lá estava eu, sofrendo por acabar de me confessar ao meu melhor amigo.

-Não diga bobagens Minseok. -levantei a cabeça ao som de sua voz. Seu olhar estava perdido em algum lugar no chão- Nunca mais diga isso... me ouviu? São mentiras... não as diga novamente.

-Luhan... não são mentiras...

- SIM! ELAS SÃO! -gritou- Elas são e nada mudará. Vá embora.

O tempo voltou a correr.

Mais lágrimas caíram por meu rosto, fazendo-me não ver nada ao meu redor. Não via mais o chão, minhas mãos, nem a Luhan.

Eu queria me levantar, queria dizer-lhe que não era mentira, queria tanto naquele momento poder segura-lo em meus braços, poder confortá-lo, eu queria ser seu amigo de novo...

Mas já não podia.

Ele aproveitou meu descuido e fechou a porta com um único golpe que ecoou por todo o edifício, minha cabeça, e em meu coração.

Tudo estava acabado.

A dor se apossou novamente de mim, deixando-me sem forças e sem chão.

Eu não podia respirar, não podia falar, não podia fazer nada além de sentir dor e chorar.

el único; xiuhanOnde histórias criam vida. Descubra agora