Alguns dias se passaram e eu não me atrevia a tocar na guitarra.
Tinha apenas a coragem de tira-la de seu saco e admira-la por um tempo, mas não chegava a tocar em nem uma única corda. Senti que ela não me pertencia. Pois toda a essência de Luhan estava nela, e eu não queria que ela fosse manchada por alguém, que não fosse ele, tocando-a.
E em todas as noites eu escutava aquela gravação, repetidas vezes até dormir. Já conhecendo-a de cór. Cada palavra, cada nota, cada pausa, e cada respiração de Luhan queimavam em minha mente. Eu não sabia o porquê, eu não tinha idéia, apenas esperava nunca poder esquecê-las.
Como todos os dias, ele vinha me procurar para brincar. Eu sempre ia, senti que queria, não conseguia mais me afastar dele. Quando voltei a vê-lo interessado em construir mais castelos de areia, agilmente lembrei-me de algo.
-Luhan... quando é o seu aniversário?
-Não sei. Minha mãe era aquela que me fazia a contagem regressiva, mas agora que está mal eu não tenho idéia.
-Sério? Mas Luhan, você não pode esquecer seu aniversário! É uma data muito importante.
-Por que é tão importante?
Ele me olhou com aqueles olhos brilhantes.
-Porque é o dia em que você nasceu! - eu não o disse bem, oque me fez corar furiosamente. No entanto, ele não pareceu notar.
-Uhm... nesse caso, eu deveria tentar lembrar... mas não consigo.
Cansado de que não tivera uma data especial, decidi tomar as coisas com minhas próprias mãos.
-Então amanhã será seu aniversário!
-Amanhã?
-Sim! Amanhã vamos celebrar o seu di-
Não consegui terminar de dizer já que Luhan havia se atirado em meus braços derrepente e me abraçava com força. As cores voltaram ao meu rosto, mas consegui devolver o gesto.
-Obrigado, hyung! Você é o melhor hyung de todo o mundo! Não... da galáxia inteira!
Eu sorri sem conseguir evitar.
O mesmo sentimento que tive quando o ouvi cantar se estabeleceu profundamente dentro de mim, fazendo-me me sentir quente e feliz.
E aquilo crescia a cada segundo que eu passava com Luhan.
Naquela tarde depois de brincarmos, perguntei a mamãe e papai se eles podiam me ajudar a comprar alguns presentes e balões. Quando me perguntaram o por que, apenas respondi que alguém estava fazendo aniversario e precisava deles. Mamãe suspeitou, mas acabou aceitando sem dizer nada e também me deu algum dinheiro para que eu pudesse comprar algo.
Então eu sai correndo de casa antes que as lojas fechassem, e andei por varios minutos, procurando por algo que eu pudesse gostar e que Luhan sentiria o mesmo.
Entrei em uma loja de brinquedos de madeira, quando um pequeno objeto colorido chamou minha atenção. O peguei em minhas mãos admirando cada cor, sem saber o que era.
-Você gosta do cubo de Rubik? -uma jovem senhorita olhou para mim sorrindo.
-An... sim, mas... para que serve?
-É um brinquedo de estrategia. Tornou-se muito popular há um tempo atrás. Tudo o que você precisa fazer é desarmá-lo e depois colocar de volta em seu lugar. Parece fácil, mas é um desafio para o seu cérebro e suas mãos.
-Mãos...?
Poderia ser o destino que havia me trago para cá? Luhan tinha agilidade incomum com as mãos. Eu o comprovei ao vê-lo construir castelinhos e quando tocou guitarra em minha casa.
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el único; xiuhan
Fiksi PenggemarMinseok odiava seu vizinho. Odiava sua forma imprudente de correr, seus gritos ao brincar, e a aparente imaturidade que o caracterizava. Odiava a forma de seus lindos olhos, e o brilho deles que se enchiam quando o mesmo sorria, odiava sua voz fini...