Retratos

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Depressão. Introversão. Silêncio. Milhões de sentimentos apodrecidos pelo tempo. Ingredientes principais na produção deste livro.

Foram anos e anos, dias e dias difíceis, confusos. Tentativas de me manter salvo do fim. Nos momentos mais difíceis da minha vida, busquei inspiração em mim mesmo: devastado, sozinho, procrastinador, mudo, dolorido, abandonado, sem sonho algum, sem esperança alguma, mas ainda com o talento para escrever. E escrever me fez mais forte, mais gente, mais humano. Fez-me erguer a cabeça e encarar tudo aquilo que me corroía. Ainda são dias difíceis, mas tenho aprendido muito com a vida. Isso me fez sentir um pouco melhor. Escrever este livro também facilitou um pouco.

É um livro difícil. Dolorido. Carregado de diversas energias. De amor, ódio, solidão, tristeza... É um livro forte demais para quem é fraco, sentimental e sensível. Feito de contos, todos baseados em coisas que vi, vivi, ouvi, sonhei e que talvez sonho até hoje. Não é um livro para se ler com os olhos, mas com a alma. Não é um livro para ser só um passatempo, aparentemente de fácil interpretação, mas um livro para ser analisado, pois nada é o que parece ser. Um bom leitor entenderá (ou não) os diversos sinais e significados que cada um desses contos traz.

Por fim, não é um livro que foi feito para ser comentado. Ou para ser um best seller, algo assim. É um livro para ser um pouco de mim, um livro para me representar. Um fruto da minha dor, dos meus sentimentos inibidos e esquecidos. Uma tentativa de fuga, de escape, de viver um novo momento. Uma forma de tentar recomeçar, de viver em um novo ciclo, em fim, uma forma de tentar me encontrar em um novo mundo, leve, feliz, que possa devolver quem eu era: sonhador.