Manifesto

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Um dia, nasci. E quando nasci, tornei-me assim, como eu quero, como eu quis.

Nasci flor, mas também nasci espinho. Só não sou flor seca e espinho quebrado. À parte disso, sou aquilo.

Também nasci gente. De carne e osso. Eu me machuco, quebro, incho e sangro. Mas também saro. E sei sarar. Não sou como você que me julga, pois não sou um robô. Não sou um robô por não ser feito de motor e lataria. Eu tenho sentimentos, eu tenho amores por diversas coisas nessa vida. E também tenho ódio. Não me faça ter que prová-los para você.

Nasci homem, mas posso ser mulher ou o que eu quiser. Não me venha com o seu sarcasmo de criticar ou falar da minha sexualidade. Sou gente e, por ser eu e ser gente, tenho a liberdade de escolher aquilo que a mim me convém. Sou livre e viva a livraria!

Nasci, mas escolhi ser eu. Branco, multifacetado, gordo, nerd, fora dos padrões, não recatado, mas do lar. Do lar, da casa, da rua, dos becos, da faculdade, da escola, do apartamento, da vida, do bar e do que eu quiser ser. Pois também seja.

E então, meu bem, entenda também que não sou de bagunça, não sou de balada. Sou de ficar em casa. Sou dos livros, da música, do cinema, das séries, do teatro, da língua portuguesa, da literatura, da arte, dos memes e da internet. Sou o que quero e sei fazer. Apenas respeite.

Além disso, não sou dos que combinam. E eu também não estou procurando ninguém, pois o único que procurei o tempo todo foi eu mesmo, perdido naqueles sonhos que o tempo me tirou. E eu me encontrei.

Mas se aparecer alguém digno, tudo bem. Serei o homem mais feliz do mundo. Mas se não, entenda: eu serei assim, só. Porque nasci só e a vida me ensinou a ser só, eu e a solidão.

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