Capítulo 5

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   Fiquei admirando toda aquela beleza por longos minutos sem dizer se quer uma palavra, só cai na realidade quando o garoto estala os dedos  na frente do meu rosto, me despertando de um transe que, juro, não queria me despir nunca.
  - Posso sentar? - questiona ele com sua grossa sobrancelha arqueada.
  - Ah, claro que pode! - digo dando espaço para que ele se sente ao meu lado. - Prazer, Henry.
   Ele sorri, balança a cabeça e começa a admirar o "jardim", seus olhos corriam por cada grama, como se tentasse analisar, ou talvez, simplesmente procurasse algum assunto em sua mente para tentar colocar em pauta, porém acho que não resultou em muito, já que ele passou grande parte do intervalo, numa constante vontade de falar algo e de se arrepender logo em seguida.
   O sinal indica que o intervalo já havia encerrado. E nem se quer o garoto se despediu, saiu do banco e foi sem olhar para trás, meus olhos e minha cabeça olharam aquela cena estranha.
  Então, tive uma ideia mirabolante, iria segui-lo, descobrir onde é seu armário e sala onde estuda, fazer um bilhete e marcar um encontro. Eu sou um gênio! - pensei.
  Era claro que era a ideia mais clichê e babaca que um garoto poderia cometer, muito esperto Senhor Henry, ele certamente estava a fim de você, só esperando você beija-lo loucamente na frente de toda a escola? Plausível sua atitude. Mas eu fiz mesmo assim, ele era lindo e tinha olhos encantadores, iria chamá-lo de "Olhos bonitos". Vi isso em uma série e achei super interessante chamar alguém de "olhos bonitos", como um código.
   Não exitei nenhum minuto e corri atrás dele, claro de maneira minuciosa para não chamar sua atenção. Como previsto ele se direcionou para seu armário, 211.
  E caminhou-se para o segundo andar, ele ainda estava no primeiro ano do ensino médio, eu subi até lá claro. Minha sala era um antes da dele. Era sem erro e mistério.
  Corri na minha mochila, peguei um post-it amarelo, uma caneta no meu estojo e escrevi um pequeno texto, sem grandes declarações, nem melação:
   Olhos lindos, sorriso encantador. Me encontre no final da aula atrás da escola. Não se atrase.
  Beijos, H.
  Desci novamente as escadas, e antes que eu pudesse ver a direção pela qual segui, acabei me esbarrando em alguém.
   - Olha por onde anda, viado! - disse um rapaz.
  - De-desculpa. - me enrolei todo.
    Era nada menos que Rafael, o garoto do terceiro ano, valentão da escola. E por mais medo que eu estivesse naquele momento tive forças sufientes para levantar e correr em direção ao armário 211.
   Olhei para minha mão para colocar o bilhete dentro do armário, e não o vi. Naquele exato momento vi minha vida passar em exatos 2 segundos. Voltei ao local onde eu tinha caído e por minha sorte o bilhete estava lá. Intacto.
   *Ufa*
  Corri para o armário dele novamente e depositei com cautela o papel colorido. Nunca senti tanto frio na minha barriga como naquele instante, o medo e a incerteza pairavam por meu estômago como uma comida mal digerida.
  Olhei ao redor do corredor, queria me certificar de que ninguém além de mim e os "Olhos bonitos" saberiam do nosso pequeno encontro. E para minha felicidade estava tudo vazio.

...
  Parecia que a aula nunca iria terminar, foi a mesma sensação ontem no curso, só que dessa vez não era o medo de ser descoberto, ou de levar uma bela surra da minha mãe por gostar de garotos. Mas era um medo, daqueles que podem ser explicados quando algo de errado parece super satisfatório, adrenalina.
  Sim, meu coração faltou sair pela garganta com o barulho do sinal. Coloquei todo meus materiais na bolsa e nem ao menos fiz questão de certificar se havia esquecido um livro ou caderno, só queria chegar o quanto antes do lado de fora da escola.
   Avistei de longe o Olhos Bonitos caminhando em direção ao seu armário. Um frio passou e se instalou ao meu redor. Estava fazendo um calor de 30°, mas mesmo assim eu tremia e era uma sensação bem esquisita.
   Não me exitei e corri para o local onde eu havia planejado, eu já aguardava ansiando a sua chegada. Meus olhos percorriam o lado esquerdo e o direito e tentava em minha mente deduzir por qual  séria o mais discreto para ele vir. E continuei esperando, e esperando. Só que ele não apareceu. Nem fez questão de dizer um oi. Talvez o medo, ou talvez ele não gostasse de garotos como eu.

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  Oi genteeee!!!
   Meu Deus coitado do Henry, eu ainda tinha esperanças de que com esse rapaz as coisas seriam diferentes...
   Olha em breve teremos mais capítulos novos e esses nos revelaram mais sobre Henry...
   Se você gostou desse capítulo, já vai apertando na estrelinha e votando nesse capítulo. Comentem sobre os próximos capítulos e me digam o que mais te deixaria impactado que acontecesse nessa história...
  Bjs my Little's!

 

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