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Capítulo 6

     Eu voltei para casa, de cabisbaixo, e comecei a tentar arranjar algum desculpa para meu coração de que tudo iria ficar bem.
  Tentava me convencer de que talvez ele nem tenha pego o bilhete ou que provavelmente tenha deixado cair antes de ler, e por mais convincentes que essas desculpas poderiam ser eu ainda não estava confiante o suficiente.
  Queria ligar muito para Camila e dizer tudo o que estava acontecendo, queria desabafar e dizer que na minha vida nada mais estava dando certo.
  Porém, por todavia eu pensei que talvez eu estivesse me precipitando ou talvez só tentando esconder meus sentimentos pelo garoto do meu curso. Tudo doía e nada parecia ser como era antes, ou eu só tenha percebido agora que nada dá certo para mim mesmo.
   Chego finalmente em casa, tudo está no seu devido lugar, inclusive minha mãe. Ela estava sentada no sofá com seu celular na mão checando sua time line tranquila.
   - Boa tarde! - esbocei o sorriso e a cara de pau mais engraçada que consegui.
  Estava tentando ser sarcástico, mas creio que não surtiu muito efeito já que ela me respondeu apenas com um simples "oi"
  - Oi? - indaguei
  - O que quer que eu diga? - diz ela sem tirar os olhos do celular.
  - Dá para senhora prestar atenção no que eu tenho para dizer por um minuto? - mostro um dedo para ela reforçando minha fala.
  - O que você tem a me dizer? Que mentiu para mim? - diz ela deixando o celular de lado. - Quando é que vai me contar a verdade, ein?
- Qual verdade? - esbaforo. - Que eu sou Gay? Era isso que você queria ouvir? Eu sou Gay, Gay!
  Pela sua expressão acredito que não era essa a resposta que ela esperava. Novamente me precipitei, agi por impulso, mas parece que uma tonelada saiu das minhas costas. Estava mais do que na hora de esclarecer de uma vez por todas o que eu sou.
  - G-Gay? - ela ponderou.
  - Gay! Eu gosto de homens.
- Eu sabia que estava me escondendo algo, Henry. - diz ela. Sua linha d'água estava cheia de lágrimas.
  - Eu tentei, - explico. - eu tentei esconder sim, tentei ser um aluno aplicado, frequentei os cultos com você, mas não só para esconder de você, como de mim também... - uma lágrima escorre por minha bochecha.
  Eu realmente tentei de todas as formas tentar ser relativamente "homem", mas foram tentativas frustrantes, a quem eu queria enganar se meu coração gritava quando eu via um homem na rua.
  Vi minha mãe respirando fundo várias vezes, como se de alguma forma buscasse ar suficiente para respirar, o que surtiu em vários fracassos, pois não era ar de que ela precisava.
  - E-eu bem que já notei seus olhares para os rapazes de motos quando a gente andava junto. - disse ela tentando achar uma desculpa.
  Mãe sempre sabe o que um filho faz acredite, se algum dia você sair escondido para ir algum lugar certamente ela saberá, não que alguém tenha contado a ela, pelo contrário ela vê em seus olhos a mentira estampada mesmo antes de você sair de casa e você deve estar se questionando do porquê ela, ainda assim, deixar você ir, e a resposta é simples, ela não acredita em si mesma. Isso mesmo, ela tenta ocultar a mentira com alguma coisa em sua mente, ou seja, ela automaticamente acaba por aceitar porque ela quer te dar uma chance, mesmo que aquilo de cause algum dano, mas também lhe causará uma lição.
   Com a minha mãe não foi e nem é diferente, ela simplesmente tenta ocultar sua dedução tentando acreditar que estava dizendo a verdade.
   - Nunca notei isso.
   Não eu já notei sim. - penso.
- Eu só quero que você seja mais aberto comigo, que me conte seus problemas, quero ser sua amiga. - disse ela num tom sereno.
  Demorei a perceber isso, que a intenção dela era só me ajudar. Porém, muitas vezes tive medo, medo de ser expulso de casa por ser Gay.
  - Não conte para meu pai. - peço.

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Oi gente!
  Ain realmente neh? Pobres mães, elas só querem ajudar, mas às vezes perdem noção de mundo de que temos que aprender com nossos erros. E poxa elas também foram e são filhas hahahaha!
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  Bjs do Dad Prince!