Minha linda desconhecida

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Ela só vive sofrida... Seu semblante de tristeza dá dor quem lhe ver... Ela não sai, não fica em frente à sua casa; nem se quer conversa com ninguém na rua que mora: Medo dele? Respeito a ele? Ninguém sabe dizer... nem mesmo o Dero sabe explicar a sua ausência nesse “mundo” social.

Dero é uma dessas pessoas também que não se familiariza com ninguém. É do trabalho para casa... Ele trabalha no ramo de designer no jornal local da cidade de Monte da Serra. Ele tem 34 anos de idade, solteiro, não tem filhos, cabelos longos e muito atraente. Não há familiares morando com ele. Seu pai está na Europa e sua mãe faleceu há 10 anos... a única pessoa que estava perto dele era a sua ex-mulher, mas ela sumiu: Dizem que ela foi à casa de umas amigas e até hoje, há 9 anos, não mais retornou...

A vida de Dero é solitária. Vive em sua varanda nas noites de solidão com sua garrafa de whisky de boa qualidade. Não há amigos, nem vizinhos para conversar. Na clareza que ele detesta companhias.

Já o marido dela: é um empresário, um alcoólatra nato, gordo, asqueroso, vive com aquela cara de emburrado todos os dias. Ninguém da rua Rellmer sabe com que ele trabalha, mas isso não importa... Algumas pessoas, assim como Dero, ficam indignadas quando ele a deixa trancada em sua própria casa enquanto sai por aí e, na maioria das vezes, só retorna no outro dia... Às vezes, Dero ouve ele gritar com ela e chega até a agredi-la fisicamente. “Detesto tudo aquilo”, retruca Dero às vezes que assiste o showzinho dos dois da varanda da sua casa. “Se ela o ama, não vai embora de casa, não o denuncia, então, o porquê eu me meter na vida alheia?”, continua ele resmungando...

***DESCONHECIDA***
- Entre o amor e o ódio -

O nome dela é Vanessa. Tem 18 anos de idade. Ela não tem filhos. Seus olhos são graúdos da cor verde claro, lindos como uma lagoa no verão. A sua boca é carnuda avermelhada, mas seus lábios curvam perfeitamente. Cabelos lisos, castanhos escuros, pele bem clarinha como uma boneca de porcelana. Tem um corpo magnífico com curvas maravilhosas, assim como de uma bela estrada a seguir...

A admiração e a narrativa dessa perfeita menina soam sempre na cabeça de Dero quando a ver indo ao mercado rapidinho, sozinha: “deve ser cronometrado a sua ida ao mercado...”, diz ele encarando-a enquanto dá um leve sorriso encostado no parapeito da varanda...

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