Historinha de amor

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“A Vanessa era o meu grande amor. Nunca me via distante dela. Ela era tudo para mim. Éramos feitos um para o outro, mas eu perdia a confiança dela quando eu menti para ela no ano passado. Ela me deixou e foi embora da nossa cidade que vivíamos. Cheguei em minha casa e vi apenas um bilhete que ela escreveu com seu próprio punho dizendo que já estava cansada das humilhações que passava em casa.

Os meses se passaram e eu cacei essa menina por toda a nossa cidade. Logo descobri que ela estava morando aqui nessa cidade, já estava casada vivendo com outro cara. Isso foi o meu ódio eterno. “Eu vou matar ela!” Sempre me vinha essa frase em minha cabeça todos os dias... Todas as horas...

Foi quando, justo nesse dia, quando você, seu desgraçado, estava se apoderando da minha Vanessa, eu cheguei na casa dela e vi um cara conversando com ela na mesa, próximo a piscina. Eu não sei quem era ele, eu imaginava que seria seu marido, mas só sei que eles transaram bem gostoso, também. Vi quando eles entraram e demoraram bastante para sair. Me isolei naquele pequeno bosque que tem lá no quintal dela até a saída deles. Ela fez sinal para ele saísse pelos fundos... foi aí que eu o matei: ela foi lá para a sala enquanto ele se aproximava do portão dos fundos, eu o agarrei por trás e o asfixiei até a sua morte. Havia uma cova – não sei porque eles cavaram aquela cova – mas serviu nessa hora. Quando tentei me aproximar dela, você aparece e ela te convidou para entrar. Foi mais uma espera deprimente para mim, que lá estava aos prantos sobre o bosque... Vocês transavam enquanto eu entrava e assistia vocês no bem e bom. Quando eu desci em prantos, eu ouvi um barulho na trinca da porta da frente, era o marido dela – com certeza, ele voltou para pegar a sua carteira –. Me escondi em um cômodo até ele passar para a cozinha e, quando ele se aproximou da mesa, ele viu seus copos que logo suspeitou. Os barulhos lá no quarto entregaram vocês dois... quando ele foi subindo bem devagar, eu o agarrei por trás com um fio de pesca e o sufoquei até a morte, também... Eu acho que vocês não ouviram, pois, os gemidos dela estavam muito alto...

Foi mais tarde, quando levei o corpo do marido dela no meu carro para uma mata logo ali perto, e, quando retornei, você já tinha descido, olhado a cena do crime e foi embora. Tentei te encontrar por toda a casa, mas não te encontrei... Eu retornei para o quarto dela e a vi, ali, deitadinha, dormindo, toda peladinha, só para mim...”

– O que fizeste com ela seu...

– ...cale-se! – Xavier dá uma tapa no rosto de Dero – Eu ainda nem terminei a história...

“...Me sentei na cama, e logo me joguei ao seu lado bem devagar. Comecei a acariciar seu corpo bem gostoso, alisei sua linda bunda branquinha, beijei sua costa colocando o dedo em seu ânus bem gostoso... Ela se mexia pouco, deveria estar pensando que era você. Retirei minha calça e comecei a transar com ela bem gostoso, também... Mas logo a desgraçada se acordou: ‘O que você está fazendo aqui?’, disse ela se cobrindo toda inocente. ‘Eu quero o que é meu’, eu gritei com ela puxando seu braço direito. ‘Sai da minha casa, seu imundo!’, ela tenta correr, mas logo eu acerto um murro nela. Quando ela caiu no chão, eu montei em cima dela e a estuprei... foi uma transa para finalizar o nosso amor...

“Eu terminei de transar com ela e depois eu a sufoquei com um pano, para não deixar marcas das minhas mãos...”

– ...Mas seu sêmen está nela, e, eu tenho a certeza que os peritos vão descobrir...

– ...cala a sua boca, idiota! – mais uma tapa na cara do Dero surgiu – Eu transei com ela com preservativo. O seu sêmen que está lá. Suas digitais estão lá, também...

Deroiam abaixa a sua cabeça e roga:

– O que eu fiz para merecer isso, meu Deus...?

– ...Na hora de transar com a mulher dos outros você não pediu para Deus ir no seu lugar, né, idiota. – irônico e cruel, diz Xavier – Levanta-te desse chão! – continuou ele puxando Dero pelo o braço... sentou-se na poltrona e continuou a contar a “historinha” de amor:

– Eu entrei na casa dela com minhas luvas de couro. Não dei um disparo com a minha pistola, não gozei dentro dela, não deixei pegadas... E, ainda por cima, eu sou o detetive do caso, que nesse momento, estou encerrando ele agora...

Às vezes, percebemos que as coisas não são tão fáceis de se lidar quando sabemos que estamos no erro e persistimos no erro na forma mais natural possível. Damos a vez ao nosso desejo, ao nosso bem estar e, na maioria das vezes, esquecemos que: quanto mais fácil, mas difícil fica... ficamos no xeque-mate da vida, sem escolhas e sem mais destinos... estagnamos o nosso futuro e o nosso presente... não esperamos mais por nada, apenas o fim que acabou de chegar diante de nós!

DesconhecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora