Nosso encontro II

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Horas depois

São exatamente 23h20. A noite é fria, serena, silenciosa... Dero está sentado em sua cadeira de balanço sobre a varanda da sua casa com uma garrafa de whisky de uma boa marca. Aquela música romântica toca suavemente em seus ouvidos enquanto ele fica olhando para a casa dela de vez em quando, é um daqueles olhares de desejos, de ansiedade, de procura...

Está tudo escuro na parte da frente da casa dela, há apenas as luzes do seu quintal ligadas, mas ele não se atreve em ir até lá; “Quem poderia estar lá?!”, ele sussurra mentalmente em dose do seu whisky “Nem conversamos muito sobre essa ‘tal festinha’, então, deixa isso para lá!...”, continuou em pensamentos.

As horas vão se passando como vento no deserto... Dero já está quase bêbado, sua visão está meio embaçada e aquele lindo som romântico soa por toda a varanda gélida e escura... Por alguns estantes, Dero não olha para a casa dela... ele fica apenas se entretendo com a sua bebida e ouvindo uma ótima música – nada mais que justo depois de um longo dia de trabalho...

Dero entra para ir ao banheiro por volta das 23h50 e, ao retornar para a varanda novamente, ele ver uma cena maravilhosa: é aquela desconhecida, ali, dançando sozinha no meio da sua sala, ele fica olhando pela a vidraça do enorme janelão da sala dela e vai andando lentamente até o parapeito da varanda sem desviar o olhar de desejos... “Nossa, que louquinha”, a pura malícia passa em sua cabeça rapidamente, “Eu queria estar lá com essa louquinha”, seus pensamentos são os mais loucos nessa hora sem tirar os olhos daquela linda desconhecida que dança solitariamente em uma enorme sala de estar, acarpetada com o mais lindo carpete, lindos lustres e lindos móveis, tudo completam um ótimo cenário para aquela linda e estranha vizinha... Não se sabe qual a música e nem qual o ritmo que ela está dançando no momento... O vidro da janela está fechado; não se ouve nada, apenas se ver aquela perfeita menina de corpo magnífico dançando sozinha... “...Pelo os movimentos do seu lindo corpo, eu posso dizer que é uma música pop...!”, ele pensa.

Dero permanece em pé encostado no parapeito com um copo de dose em mão e não mais retornou para a sua cadeira de balanço. “A vista aqui em pé está tão ótima...”, murmurou em pensamentos. Ela vai dançando, segurando o seu copo de dose na mão esquerda e na outra, ela segura seu celular... Ela não pára de cutucar o seu celular, mas também não pára de dançar, usa um blusão preto e está apenas de calcinha por baixo... Seus cabelos estão amarrados e não usa calçados. “Eu tenho a absoluta certeza que ela está me olhando aqui em cima, mas não dá bola...”, seus pensamentos falam mais alto e continua: “Será que seu marido está em casa?”, tomou uma dose e mais pensamentos de ansiedade: “Será que eu arrisco em tocar a sua campainha?”

Aquela sensação que, às vezes sentimos, aquela ansiedade de querer e, ao mesmo tempo somos barrados pelo o nosso “EU” interior; desejos incontroláveis que nos impulsionam para o certo e, ao mesmo tempo para o errado, mas, mesmo assim, não deixamos nada por fazer...

Foi o que aconteceu com Dero. Seu instinto falou mais alto...

(...) “Caramba, ela me olhou e me deu um tchauzinho!”, Dero sorriu dizendo para si mesmo e a retribui com um tchauzinho também... “Com esse tchauzinho que trocamos, agora eu tenho a absoluta certeza que seu marido não está em casa!”, se conformou dizendo baixinho.

Dero esperou aquele “anjo” sobre aquela linda sala de estar te olhar novamente e, quando ela o olhar mais uma vez, ele fez um sinal com a mão direita dizendo “posso ir aí...?”. Ela sorriu e confirmou com a sua cabeça que “sim”.

Era tudo que ele queria depois de muito tempo de espera...

Dero entrou em sua casa muito nervoso, tomou um banho rapidinho, passou um perfume, vestiu um bermudão, uma camisa de marca, calçou um tênis e foi até a casa da linda desconhecida...

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