Capítulo 2

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ANTES

Faltava apenas uma semana para que Gaya viesse morar conosco, e meus pais estavam tão obcecados em faze-la se sentir em casa, que já não se importavam se eu estivesse ou não em casa, até porque, era assim que eu me sentia. Fora de casa, em um lugar que para ser honesto, não me pertencia como pertencerá um dia.

O meu quarto não era mais meu, para ser sincero, desde a vinda de Gaya, não havia nada que fosse apenas "meu", sem que minha família tenha dado um pedaço a ela. Resolvi então sentar na minha cama e abrir o meu computador. Talvez conhecer o rosto da futura moradora da minha residência não seja de todo ruim, ou talvez seja.

Pesquisei o nome Gaya, e como esse nome parece ser um tanto incomum, não apareceram muitas opções. "Gaya Fonseca" , esse era o segundo nome da barra de pesquisas. Eu sabia que era ela, por quê? Bom, meus pais tem ela como amigos em comum, e pelo que parece ela nem se deu ao trabalho de me procurar, já que não há nenhuma solicitação de aizade pela parte da mesma, e bom, se ela não mandou por que então EU mandaria?

Comecei fuçando suas postagens. Ela não era muito de socializar, na verdade quase nunca postava nada, mas gostava de compartilhar muitos vídeos musicais ou vídeos com memes, que claro por serem brasileiros não entendi nenhum, então parei de tentar entende-los logo no 3º vídeo. O gosto musical da Gaya era realmente parecido com o meu, ela gostava de músicas internacionais, como o pop americano, mas também gostava de música latina (o que não me impressiona, já que vindo do Brasil as pessoas provavelmente devem gostar desse estilo mais do que eu achava).

Ela é fã ávida de leitura, está sempre compartilhando um livro diferente, mas o que ela coloca como legenda é difícil de entender, então me vejo entrando no "Google Translate" para descobri, aliás, por que eu preciso saber disso?

Vou em suas fotos marcadas, e vejo que ela é rodeada de amigos, está sempre sorrindo nas fotos com grupos diferentes, e vendo as marcações, descubro que um dos grupos é grupo de seus primos, e outro, um grupo da sua escola (percebi sendo de sua escola pelas fotos de formatura do seu último ano de colegial). Percebo que Gaya, mesmo estando destruindo minha vida, parece ser alguém que é bem fácil de gostar e socializar, mas isso não me interessa. Certo?

Passo para as fotos que ela posta, e em todas ela esta sorrindo, as legendas são de músicas em inglês, então eu consigo entender (menos por algumas que pelo que vi, é sua banda favorita brasileira, mas não é latina, pelo toque de um dos vídeos constatei que seria algum tipo de música alternativa).

Ela é realmente muito bonita. Tem um sorriso largo e brilhante, os olhos pretos como dois pontos escuros, mas que brilham em qualquer hora do dia. A cor de seus cabelos segue a cor dos olhos e os mesmos batem quase em seu bumbum. Sua pele é bronzeada, mas nem tanto, e há algumas sardas em suas bochechas e nariz. Em sua língua a um piercing preto, o que e início me assusta mas logo vejo que ele se encaixa perfeitamente com o seu rosto. Em algumas fotos ela esta usando um óculos de grau, o que a deixa ainda mais bonita.

Tudo bem, Gaya é realmente muito bonita, mas isso não significa nada, pelo menos não para mim. Ela continua sendo a estranha que tomou posse da minha casa, da minha família e por seis meses, do meu quarto. Continuei olhando alguma de suas fotos quando minha porta se escancara e eu pulo de susto fechando o computador na mesma hora.

"Vendo algo que não deveria?" – Diz meu pai rindo da minha reação. "Não só estava vendo algumas coisas do meu curso".

"Entendi...Bom, você se importa em sair um pouco? O guarda-roupa da Gaya acabou de chegar, e tem um pessoal la em baixo esperando para monta-lo."- Ele diz coçando a nuca, o que presumo seja preocupação, já que ele sabe que não gosto da ideia de dividir o meu quarto. "Hum... Certo" – Digo isso e logo me levanto deixando meu pai no quarto sozinho. Desço as escadas e vejo 3 homens da idade do meu pai com peças de um guarda roupa em mãos. Meu pai desce em seguida os chamando e os dois assentem subindo as escadas logo após meu pai.

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