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 O despertador me obriga a acordar, fui dormir tarde com tantas caraminholas na cabeça e agora estou me arrastando e sei que o dia todo será assim.

Tomo um banho rápido e visto uma roupa qualquer, a primeira que vi pela frente: Calça preta (para adiantar o uniforme do trabalho) e uma blusa simples. Tomo um gole de café e saio mastigando uns biscoitos.

Mesma rotina de sempre, ônibus cheio, trânsito e pôr fim minha chegada a Universidade. Sigo direto para minha sala sem querer muito papo, não sou de acordar de bom humor e nos últimos dias ele anda ainda pior!

Primeira aula do dia: Marketing, gosto da matéria e da professora, mas estou sem saco e as horas parecem não ter presa para passar.

No fim da primeira aula, eu resolvo ir com as minhas amigas na cafeteria da própria Universidade, eu estou precisando muito acordar e está difícil. Minhas amigas e eu estamos sempre juntas, todos já estão acostumados com isso.

É sempre o mesmo grupo nos trabalhos e procuramos sempre estudar juntas para as provas também, sendo assim, todos nos conhecem desde a biblioteca até a coordenação. Somos chamadas de "Time Infalível", já que normalmente tiramos as melhores notas, ou seja, as nerds da turma!

Mas a verdade é que das quatro, três trabalham e uma faz estágio na área, três também são bolsistas e precisam ter uma boa média e sendo assim nos esforçamos muito em todas as matérias.

Thereza é mais próxima a mim, isso porque começamos a andar juntas desde a primeira semana de aula. Ela é a única não-bolsista, costumo implicar com ela sempre que possível lembrando-a de que é a amiga rica do grupo.

O pai dela tem dois mercados e ela trabalha na parte administrativa depois das aulas, na verdade, ela já assumiu sua "herança" e é muito dedicada. A família dela é portuguesa e dona de vários comércios na região, contudo, Thereza é simples e evita ao máximo que as pessoas saibam da sua real condição e é por esse motivo que sempre pego no pé dela.

Danielle é bolsista, mas não total, só que minha Universidade é muito cara e por mais que a Dani tenha uma boa condição financeira, ela é casada e tem uma filha linda, Sara, que acabou de fazer 4 anos e sem a bolsa ficaria difícil para ela terminar os estudos. O marido dela tem uma pequena empresa de Logística e o pai dela tem uma de conserto de elevadores, ela trabalha nessa última auxiliando seu pai também no administrativo da mesma.

Renata tem praticamente a mesma condição financeira que eu, "as pobres da faculdade!" Temos bolsa de 100% e com isso precisamos ter um bom CR (coeficiente de rendimento) e boa frequência para não perder a mesma. Ela costuma dizer que pelo fato de eu já trabalhar na área como gerente administrativa, estou na frente dela em relação a renda, uma vez que ela ainda está estagiando.

Bem, voltando à hoje, chegamos na tal cafeteria e fazemos o pedido na fila do caixa. Aqui tem poucas mesas e já estão cheias, sendo assim, iremos retornar para a nossa sala.

Pegamos o elevador no térreo e ele está cheio, pois é o horário de intervalo de todos os cursos. No G1 as portas se abre e me forço para não abrir um sorriso bobo, o professor Carlos Eduardo Baldizón entra no elevador vestido em seu terno impecável, seu perfume toma conta do lugar e de repente um silêncio se instala.

- Bom dia! – Ele diz com seu sorriso lindo e vários suspiros baixos são ouvidos, só agora percebi que só tem mulher no elevador, coitado do homem, vai emagrecer uns dez quilos!

O professor Baldizón é alto, com certeza mais de 1,90, branco com cabelo e olhos negros. Magro, mas com o corpo definido, as fotos no instagram confirmam isso.

O Professor - Degustação 🤩😍❤💗Onde histórias criam vida. Descubra agora