Posso falar com você?

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   Jonas me leva de carro ate sua casa. E eu choro o caminho todo e ele fica calado, como se soubesse que eu precisava ter meu momento reflexão.

-- espero que não se importe com a bagunça – ele diz quando entro na sua casa .

-- não, tudo bem – digo me sentando no sofá.

-- quer alguma coisa para beber? – ele diz da cozinha.

-- um chocolate quente seria maravilhoso.

   Jonas e um fofo, ele fez o chocolate enquanto eu olhava tudo na sua casa, acho um porta retrato com uma menina muito bonita.

-- sua namorada? – digo e ele sai da cozinha com duas canecas na mao

-- Minha mae – ele diz sorrindo.

-- Ai meu deus, sua mae e uma gata.

-- e, imagine como e ter todos seus amigos querendo pegar a sua mae? – ele me diz entregando uma das canecas.

-- Ela parece muito nova.

-- e ela e, ela engravidou muito nova, meu pai deu um pe na bunda dela...longa historia. – ele diz colocando o chocolate na boca

-- deve ter sido difícil.

-- e, mais estamos aqui para falar sobre você.

   Conto para ele tudo, ate oque não devia, a nossa infância, o trato, a vergonha que ele tem de mim, literalmente tudo, quer dizer, menos a parte do porque eu fugi do porão aquele dia, tive medo de magoar ele.

-- ele e um babaca – você merece coisa muito melhor.

   Nesse momento o telefone de Jonas toca e se acende na tela uma foto fofa dele e de um garoto e o nome do contato e apenas um coração.

-- tenho que atender licença.

   Jonas vai ate a cozinha e fecha a porta e eu, como curiosa que sou, vou atrás da porta para escutar.

-- Oi Leandro, também to com saudades amor – Amor? – Amanha aqui em casa? Claro. Também te amo – nesse momento eu forço mais a porta, ela se abre e eu caio de cara no chão – Vou desligar – ele diz desligando o telefone e olhando pra mim no chão.

-- Não e oque você ta pensando.

-- Eu estou pensando que você veio atras da porta para escutar minha conversa e descobriu que eu sou gay.

-- Eu ia chutar que era um irmão, mais e mais ou menos isso.

   Ele me ajuda a me levantar e me conta tudo, que Paulo não sabia que ele era gay, e não queria contar porque tinha medo dele não querer mais ser seu amigo, por isso tinha ficado comigo na festa, e me agradeceu por ter saído correndo naquele momento, porque ele iria sair a qualquer momento também.

   Eu não tinha contado o momento no porão porque tive medo dele se sentir mal por eu ter pensado em outra pessoa, mais depois dessa revelação contei o motivo e ele apenas riu e disse que também estava pensando em Leandro.

   Conversamos por horas, ele me contou como Leandro pediu para namorar com ele, foi em um lindo passeio pela Disney, em uma viajem que fizeram juntos, e eu fiquei imaginando se um dia teria um pedido tao lindo como esse, a resposta deve ser não... 

   Conversamos por tanto tempo, e Jonas me faz tão bem que por algumas horas havia me esquecido do acontecido que me destruiu por dentro, queria que ele não fosse gay, porque ele e um cara incrível, e eu precisava de um desses como namorado, não idiotas como o Vitor. Leandro e um cara de muita sorte, tomara que ele saiba disso, e valorize Jonas. 

   Nos decidimos ver um filme e escolhemos ''As branquelas'' e foi muito bom eu precisava sorrir, comendo um pote de sorvete.

   O filme acaba e eu pego meu telefone e percebo que ele acabou totalmente a bateria.

-- Quantas horas jonas?

-- 1 da manha.

-- já? – Digo me levantando com um pulo – eu preciso ir embora.

-- Eu te levo – ele diz pegando a chave do carro.

   Jonas me leva de carro e quando ele vira a esquina do quarteirão da minha casa vejo uma movimentação estranha, e quando chego na esquina da minha casa vejo que a movimentação estranha esta bem na porta da minha casa.

   Merda, não avisei minha mãe que não ia voltar cedo de casa.

-- Acho que sua mãe vai te matar – Jonas diz quando estaciona o carro.

-- Vai – Olho para minha casa e vejo pela janela que Vitor esta la na sala – Jonas você pode fingir ser hetero mais um pouquinho?

   Desço do carro e minha mãe vem correndo em minha direção e me abraça, e logo toda a multidão olha pra mim, meu pai também se aproxima e me abraça.

-- Onde você pensa que estava – ela diz já chorando na minha frente – eu liguei pro Vitor e ele falo que você não estava la, eu fiquei maluca Anabela, eu liguei pros idiotas da policia e eles disseram que não podiam fazer nada antes de 24 horas.

-- Talvez você devesse escutar eles de vez em quando – ela me da um tapa no braço e eu só consigo rir, minha mãe e louca.

-- Não brinque com isso Anabela, e porque você não atendeu o celular?

   Nesse momento Raissa e Vitor saem pela porta da minha casa e vão em minha direção, Vitor me olha com uma cara triste e com os olhos inchados, parece que como eu ele tinha chorado muito hoje.

-- E quem e esse – minha mãe diz olhando para jonas.

-- A claro, esse e o jonas, um amigo meu – Digo piscando para Raissa, que parece dizer com os olhos : Vagabunda, todo mundo preocupado e você transando.

   Vitor entende o sinal, por isso que eu pisquei, porque sabia que ele entenderia, e sua expressão muda de triste para furioso.

-- E um prazer – Jonas diz estendendo a mão para os meus pais, que o cumprimentam de volta.

-- Hora de dormir ne Ana? Agradeça seu amigo. – ela diz depois se vira para a multidão dizendo que eu estava bem.

-- Obrigada – Digo no seu ouvido quando o abraço- quando eu estiver saindo pergunte se o programa de sábado ainda esta valendo – falo ainda no seu ouvido oque o faz sorrir.

   Eu desabraço dele e vou em direção a Raissa.

-- Ei Aninha – ele diz oque faz eu me virar e sorrir, ele usou o apelido porque sabia que atingiria Vitor – O programa de sábado ainda esta de pé?

-- Claro – Digo sorrindo enquanto ele entra no carro, e eu ia entrar na minha casa, mais então Vitor me puxa pelo braço.

-- Posso falar com você? – ele diz com a voz tremula e com os olhos cheios de lagrimas.


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