Capítulo 3

2K 254 150
                                    

Se você quiser saber como é a dança que o Safir ensinou para o Akise é só assistir a mídia aí em cima. hehehehe. Depois imaginar, quando aparecer no texto, o pequeno dançando para o dragão. hmmm. 

**

Como estava escurecendo decidiram ir para "casa" no dia seguinte. Akise ainda não sabia se iria. Não sabia se o dragão tinha aceitado ele como companheiro, ou seja, lá o que fosse a tal de "oferenda humana". Já tinha entendido que não era para ser devorado.

- Vamos! – Disse Ryusei depois de comerem algo de manhã. O monge tinha preparado chá e alguns legumes, arroz e peixe grelhado. – A menos que você não queira! – Virou para o menor com um pouco de apreensão no olhar.

Akise baixou a cabeça um pouco envergonhado.

- Eu não tenho para onde ir. E eu fui oferecido a você. Quem tem que rejeitar ou não é você Ryusei sama. Eu... – Estava muito inseguro, se ficasse mais um pouco naquela tensão acabaria chorando. Não se lembrava quando tinha ficado tão sensível e inseguro.

- Bem... – Disse Takai. – Daqui a quinze dias teremos um festival aqui no templo. Será em honra ao despertar do deus guardião da vila. Obviamente estão mais que convidados.

Os olhos de Akise brilharam. Nunca tinha ido a um festival. Virou-se para o maior que viu os olhinhos brilhantes do menor e suspirou.

- Aaah! Eu não gosto muito de aglomerados de pessoas. Mas, acho que Akise vai gostar. Então, tudo bem.

O pequeno abriu um sorriso maior que a cara. Pegou na mão do Kami e disse um "Vamos" baixinho. "Vamos pra casa". Agora ele tinha uma casa. Olhou para seu companheiro. "E uma família". Seu coração parecia que explodiria de felicidade.

**

Nas duas semanas seguintes estabeleceu-se uma rotina na toca do deus dragão. Ele evitava ficar muito próximo ao jovem. Ao mesmo tempo que sentia alívio por não ser assediado e forçado como era na sua antiga vida, Akise estava sentindo o coração ficar pesado. Antes de dormir, quando escurecia, ficava relembrando e desejando os toques de Ryusei em seu corpo. Sentia-se solitário apesar da companhia do dragão. Ansiava pelo calor dos lábios, da língua. Mas, a única coisa que ganhava era um cafuné apressado.

Tinham comida, um lugar seguro e confortável. Quando chegaram na caverna o menino arregalou os olhos. Parecia com um aposento real. Estava tudo mudado. Com tecidos nas paredes. Futon para dormir. Almofadas. Num canto uma cozinha improvisada com uma coifa que ia para fora por um orifício na parede e assim não acumulava fumaça no interior. Um baú com roupas doadas e uma cesta com coisas de costura.

Ele mesmo reformava suas roupas e resolveu fazer isso para si e para Ryusei. Nesses últimos dias reformou dois yukatas para usarem no festival. Estava empolgado com a festa. Como seria? Teria danças, comida, teatro? Kamisama contava para ele histórias de outros tempos. De festivais grandiosos que eram feitos em sua honra. Contou um pouco da história dos dragões. Das várias espécies que existiam ou, pelo menos achava que existiam ainda, pelo mundo.

Akise teve uma ideia e foi ao templo falar com o monge. Ele e Takai concordaram em um "presente" de despertar para o deus dragão. Então, depois do café, o menor saia correndo em direção ao templo deixando um dragão meio desconfiado para trás.

**

- Akise... Isso vai dar certo mesmo? – Takai estava sem graça vendo o menino vestido naquelas roupas. Você está lindo, claro. A dança é bem exótica. Os voluntários para tocar no festival conseguiram aprender direitinho e tal. Mas... estou preocupado.

- Takai... tenho que compensar a falta de atributos que me faltam. Eu sei que Ryusei sama esperava uma mulher que o servisse e deve estar frustrado em ter recebido isso. – Disse apontando para si próprio. – Lembrei de Safir. Ele foi vendido para uma casa de chá e faz lindas apresentações. Pedi para ele ensinar-me e acho que peguei o jeito. Vai dar tudo certo.

Solstício de verão [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora