Capítulo 4

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Para se ter uma ideia da música que Ryusei sama canta no final desse capítulo veja a mídia aí de cima. ;-)

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Quando Ryusei entrou na caverna encontrou Akise no seu canto, chorando encolhido. Um cheiro doce no ar. Uma tensão se espalhou no corpo do deus. Aproximou-se do rapaz e tentou tocar seus cabelos. Levou um tapa na mão. O menor levantou o rosto para encarar o dragão. Estava vermelho. Uma leve camada de suor na testa. Estava quente. O cio. O Kami olhou com compaixão.

- Não preciso da sua pena. Sai de perto de mim. Não quero que transe comigo porque meu cheiro te atraiu.

- Meu pequeno. Eu tenho 3 mil anos de idade. Sei me controlar em qualquer situação. Vou fazer com você o que desejo, o que tenho negado para mim mesmo. Você disse mais cedo que me queria, me desejava. Pois, eu também te quero Akise.

Ryusei ajoelhou-se e puxou o menor. Pegou em seu queixo e o beijou. Um beijo doce no início. Akise entreabriu os lábios e com sua língua procurou a língua do outro. Com um gemido de rendição o dragão aprofundou o beijo, suas mãos despindo as roupas de ambos, desajeitadamente tentando manter o contato das bocas. Separaram-se recuperando o fôlego.

- Eu não queria ser igual a essas pessoas... – Dizia Ryusei enquanto lambia as cicatrizes no peito de Akise. – Eu quero te dar prazer. E quem sabe... um pouco de conforto depois de todo esse sofrimento. – E lambeu a cicatriz do olho esquerdo.

Akise já nem ouvia direito. Os toques da língua, das mãos... ele estava enlouquecendo... ele queria mais.... Finalmente conseguiram se livrar das roupas, o menino estava nu com alguns braceletes, pulseiras e tornozeleiras que tiniam levemente quando se movimentava. Essa visão fez com que o sangue do Kami fervesse de tesão. Tinha se afastado um pouco para observar o seu pequeno. "Meu"... um sentimento de posse e proteção havia nascido em seu peito.

Akise não conseguia se controlar. Quando Ryusei tomou um pouco de distância ele começou a se masturbar. O cio o dominava. Queria sentir o alfa dentro dele. A necessidade do corpo do outro era tão grande...

- Não seja gentil hoje, meu alfa, eu quero você... agora!! – Dizendo isso ficou de quatro rebolando enquanto enfiava os próprios dedos. O cheiro do ômega ficava cada vez mais forte.

O ômega nem precisava pedir uma segunda vez. Seu membro estava mais do que duro. Até doía de tanta excitação. Se posicionou na entrada e começou a roçar, provocando gemidos de prazer e frustração.

- Aaah!! Como você é mal. – Akise tentava se encaixar no maior e este segurava seu quadril impedindo e soltando uma risada maliciosa. O rapaz levantou o tronco tentando alcançar a boca do outro e distrai-lo. Mas, ele segurou seu rosto com uma mão e a outra continuava no quadril.

Ryusei começou a roçar os lábios na nuca do pequeno que gemia e rebolava na cabeça do seu pau. – Sshh. Calma meu pequeno ômega. – Akise começou a lamber os dedos da mão do dragão que segurava seu rosto. Com um rosnado o deus dragão foi entrando no seu pequeno ômega. Ao mesmo tempo que lambia mordiscava o seu pescoço. Começaram a se mover. Cada estocada liberava uma corrente de prazer e calor. Os gemidos foram ficando mais altos até se transformarem em gritos de tesão. Ao mesmo tempo que os dois chegavam ao ápice o dragão mordeu o pescoço do menor, deixando uma marca profunda que vinculava um alfa e um ômega. Ele era seu. De corpo, coração e alma.

Transaram mais duas vezes antes de se darem por satisfeitos. Dormiram aconchegados nos braços um do outro. Com um suspiro Akise passou os dedos na marca recém feita. Sorriu feliz. Agora ele tinha alguém para cuidar. Ele ainda sentia a sensação da semente do deus dragão dentro dele. Ele poderia carregar uma criança. Arregalou os olhos e colocou as mãos no ventre. Será?? Olhou para Ryusei, seu alfa. Que dormia tranquilamente. Acariciou os cabelos prateados. Dormiu sonhando com um possível futuro.

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"Aquele moleque filho da puta". – O mercador de escravos não se conformava. Então, aquele rebelde poderia ser lapidado daquela forma? Ele ficou extasiado, excitado. Aquela dança, aquelas roupas. Só de lembrar já sentia uma ereção.

- Que merda!! – Falou em voz alta batendo com os punhos fechados na mesa. Puxou uma das meninas presa na corrente. – Faça seu trabalho! – Disse dando um tapa violento no rosto da menina, chorando de dor e humilhação não restava nada a fazer do que o mandado. Katashi sama sorriu... já arquitetando sua vingança.

Tocou o sino e um servente apareceu.

- Chama os meninos pra mim. Ah! Chame o monge também. Preciso tirar algumas dúvidas com ele. – Seu sorriso só aumentava. Puxou a menina pelos cabelos e jogou na cama que tinha no quarto. Foi baixando as calças e pegando um chicote no meio do caminho. A menina tremia de medo.

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Takai recebeu o recado com desconfiança. O que será que Katashi Sama queria com ele? Sem ter como negar se arrumou e desceu até a vila. A casa do mercador de escravos era a maior de todas. Tinha vários anexos, jardins, era uma vila dentro da vila. Sempre que o monge ia ali dirigia-se direto ao escritório, então não conhecia as demais dependências.

- Sente-se monge, quer uma bebida? – Katashi sama demonstrava sua hospitalidade.

- Não obrigada. Pensando bem, aceito um chá.

- Claro! – Toca o sino e pede ao servente que traga um chá para o monge.

- Então, meu amigo mercador. Por que me chamou aqui?

- Estou curioso com algo. O Deus guardião não sai nunca de sua caverna? Ele não faz viagens, ou algo parecido. Acho que meu avô registrou que ele numa determinada época do ano migrava para resolver umas coisas e aproveitava a caravana dele.

- Bem... logo que o Ryusei Kamisama despertou eu fui ler alguns registros do templo e realmente. No começo do outono, parece, que ele viaja para o norte para colher uma erva medicinal que só brota nesse lugar e nessa determinada época do ano. Segundo os escritos ele deve viajar dentro de uns 20 dias.

- Bom... era só uma curiosidade. E o templo. Precisa de alguma doação? Afinal, temos um Deus para servir agora. – Emendou o mercador para dar a impressão de que não estava em busca dessa confirmação em especial. Não queria que o monge ficasse desconfiado.

O monge abriu um sorriso. Achou toda aquela conversa meio esquisita, mas pelo menos conseguiu uma saca de arroz e tecidos para o templo. Saiu da "reunião" satisfeito e ressabiado. Tinha que falar com Ryusei sama. Expor seus receios ao deus dragão. Temia pela integridade de Akise durante a ausência dele.

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Akise acorda com um pouco de frio. Percebe que o frio é causado pela ausência de um certo alguém que está esquentando água para um chá completamente nu. "Acho que dragões não devem sentir frio". Pensa o menino puxando as mantas sobre o corpo e voltando a deitar. Ryusei começa a cantar. E Akise fecha os olhos e é como se a canção fizesse brotar as flores de verão. Seu coração sente-se aquecido. Um sorriso de felicidade pura estampa-se em seu rosto. Parece um sonho. "Não quero acordar desse sonho nunca mais".

Solstício de verão [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora