Eu sinto muito.

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Alana

Passei a noite inteira chorando. Aquelas palavras do médico não saiam da minha cabeça.

Sinto muito.

Ele não resistiu.

E então eu comecei a absorver tudo que estava acontecendo. Esse era para ser um dia importante, o meu aniversário, e tudo acabou em tragédia. Se eu pelo menos pudesse ter evitado, se eu tivesse tomado cuidado, ou se eu nem tivesse me envolvido com o Dean, talvez nada disso estaria acontecendo... minha mãe tem razão, eu sou a culpada. Quando saímos do hospital ela jogara toda a culpa em mim. Eu não a julgo, até porque acabara de perder o marido, que estava casada a mais de 20 anos.

Quando chegamos em casa havia alguns dos empregados que ficaram arrumando a bagunça da festa. Ela se trancou no quarto, sem dizer nenhum palavra, e não saiu mais de lá.

No dia seguinte – 10:00.

Não consegui dormir, fiquei a madrugada inteira em claro. Chorei tanto que acho que não tenho nem mais lágrimas, mas a dor ainda estava lá no meu peito, e ainda mais forte. Ellen foi deixar meu café da manhã na cama, e me abraçou, dizendo palavras de conforto. Mal tomei meu café, comi apenas um sanduiche e bebi um pouco do suco de laranja. Tomei banho e deitei na cama e consegui dormir um pouco.

-0-

Acordei ouvindo gritos vindo da sala. Desci para saber o que estava acontecendo.

– Me desculpe, mãe, mas a senhora está sendo injusta. – Ouvi a voz de Matt. O mesmo passava a mão várias vezes pelo cabelo e testa.

– É claro que não! Sua irmã sempre foi uma rebelde e intolerante, Matthew! E não, não me diga o contrário. Você sabe que eu tenho razão. – Disse ela, e logo notou minha presença na sala. – Dormiu bem? Depois de saber que seu pai morreu por sua culpa. – Me lançou um olhar de fúria. Matt me abraçou e acariciou meu cabelo.

– Não diga isso. Lana está sofrendo tanto quanto a senhora. Todos nós estamos. – Ellen se pronunciou.

– De qualquer modo, o corpo do Estevan será velado hoje logo depois da missa, ás 18:00 horas. – Disse e logo se retirou.

– Precisamos conversar. – Matt disse sério. – Mas depois.

– Até imagino sobre o que é. – Revirei os olhos. – Tudo bem. – Sorri fraco.

– Eu soube de tudo.

– Matt eu...

– Não, não tente explicar nada agora. Você precisa descansar. Ainda estou com dor de cabeça da ressaca de ontem. – Riu fraco. – Nos vemos mais tarde. – Beijou minha testa e saiu pela porta.

Ouvi meu celular tocar e vi o nome da Cindy na tela, mas preferi não atender.

Dean

Matt havia recebido um telefonema da sua mãe que seu pai havia falecido, e saiu feito um desesperado. Fiquei pensando como Alana deveria está.

A campainha tocou e presumi ser ele. Assim que abri a porta recebi um soco na mandíbula.

– Que porra é essa? Ficou louco? – Indaguei incrédulo, segurando a gola de sua camiseta.

– Por que não me disse que estava com a minha irmã? – Gritou.

– O quê?

– Isso mesmo, eu sei de tudo. E não adianta negar.

– Matt, calma...

Meu Professor de HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora