Fomos deixados no apartamento. Não tinha ninguém, eram 15 horas da tarde ainda. Minha mãe só chegaria às 17h.— Estou faminta. Vou procurar alguma coisa para comer aqui. — comuniquei.
Bob jogou-se no sofá com meu celular em mãos. Não lembro de ouvi-lo pedindo pra pegar, mas ele era meu amigo. Podia.
Entrei na cozinha e botei alguns cookies num prato raso. Enchi um copo de leite e misturei com Nescau. Esse era um dos meu lanches favoritos.
Voltei para a sala e observei a agilidade de Gouvêa em digitar as palavras. Fiquei curiosa.— Está falando com quem? — perguntei, aproximando-me do lado dele. Próxima o suficiente para olhar a tela do celular.
— Com Iago, menina. — sorriu. — Ué, por que o maluco do Sarno está pedindo o seu número?! — perguntou pretensioso.
Revirei os olhos e tomei o celular da mão dele.
Iago tinha me mandado cinco mensagens.
Whatsapp on:
SAMM.
Apareça!!
Meu amigo Theo também vai pra festa hoje, tá pedindo seu número, quer te ajudar com a fantasia.
Fale com ele aí!!
@TheoSarno (contato)Whatsapp of:
Devolvi o celular para Bob desinteressada. Pelo que Iago me contou, esse menino era aluado que nem ele. Não que isso fosse um problema, mas faltava-me paciência. Já bastava as invenções do próprio Valverde.
Liguei a televisão, fazia tempos que não assistia nada. Andava sem saco para muitas coisas, TV era uma delas. Toda vez que colocava em algum programa, sentia que estavam tentando me manipular de formas diferentes. Não acreditava nos jornais, na veracidade das informações. Sempre suspeitava que existiam conspirações por trás de todo "fato" apresentado.
Coloquei meu prato de cookies no colo e fui saboreando cada um lentamente. Aquilo era muito bom.
— Sam, Sarno te mandou mensagem. — comentou Bob, interrompendo meu momento de degustação.
— Mandou? Fala com ele aí, uai. — brinquei.
Ele sorriu e realmente começou a trocar mensagens com o garoto.
— Ele mandou uma foto com uma arma na cabeça. — gargalhou.
— Como assim? — joguei meu corpo para perto dele, enconstando minha cabeça em seu ombro. Visualizando a foto. — É de verdade? — me empolguei.
— Não sei... Deve ser. Do jeito que esse menino é louco, não duvido nada.
— Ué, mas você nem conhece ele? — perguntei. — Isso é de brinquedo, aposto.
— Não, mas já ouvi muitas histórias...— justificou. — Fique nessa! De doido espero tudo.
— Você conversaram o que aí? — perguntei.
— Nada demais, só tá dando ideias para fantasias. Ele ofereceu um terno feminino. — contou. — Acho que ele quer te pegar. — completou.
— Um terno feminino? E é dele mesmo?
— Eu sei lá de quem é Samanta. Só sei que ofereceu. Acho que é pra vocês irem iguais. — conspirou.
Dei risada.
— Você é todo maldoso. — reprovei. — Ele só quer me ajudar.
— Duvido muito. — disse. — Mas mesmo se for isso, do jeito que você é devassa, duvido que deixe passar.
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Amontoada
RandomAntes de ler este livro, irei te pedir para traçar uma linha imaginária, olhe atentamente para frente e imagine uma linha reta sem fim. Agora se imagine caminhando sem desviar da linha, até que seu olhar se perde e você avista uma pessoa. Sua linha...