Depois de um certo tempo, a Princesa estava fazendo uma espécie de prova. Ao terminar, ela me entregou a folha e eu não sabe o que fazer. O que era aquilo afinal? Geometria? Matemática? Eu realmente só sou boa com textos.
— E então? Como eu me sai?
— Parece bom pra mim.
Ela me olhou como se eu fosse doida e revirou os olhos.
— Eu tirei 9,2 no exame do estado. - Se gabou.
— Bom, já que você tão bom em matemática, por que não tentamos a escrita? Eu sou ótima nessa matéria.
— Você é escritora? - perguntou.
— Sou. - Ops, falei demais. — não, mas estudei isso na Universidade de Nova York.
— Eu pensei que fosse de Minnesota.
Ok. O que essa peste estava tentando arrancar de mim?
— Eu sou mas eu fiz faculdade em Nova York.
Por pouco, essa menina quase me pegou. Ela e pestinha mas o que deve ter acontecido para ficar em uma cadeira de rodas?
— Está se perguntando o que aconteceu comigo não é?
— Não, eu não...
— Chama-se espinha bífida, e não tem cura.
Ela saiu claramente chateada até a janela.
— Eu sinto muito, não queria que você ficasse assim. - Falei.
— "Pobre menininha rica". É o que todos pensam.
Fui até ela. Emily até podia não ser tão carismática, mas ela era só uma criança e com certeza devia sofrer muito com isso.
— Na verdade... "Meninha corajosa", eu estava pensando. - Ela abriu um sorriso sincero e olhou para fora da janela, acompanhei seu olhar.
E lá estava ele. Com suas roupas chiques e agora com a barba recém-feita praticando tiro ao alvo.
— Quer tomar um pouco de ar fresco, Sua Alteza Real? - Emilly sorriu abertamente.
[...]
— O que você está fazendo Richard? - Emily perguntou assim que chegamos no local.
— Estou... Ajustando as miras do meu novo arco.
Por um tempo fiquei encarando ele. Como não encarar? Ele é muito bonito. E acho que fiquei por tempo demais alucinada com sua beleza.
— Está tudo bem senhorita? - perguntou me tirando os meus devaneios.
— An... Ah, sim. Estou ótima. - Ele sorriu. — É que seu rosto... Sem a barba...
— Há alguma coisa errada com meu rosto?
— Não! Está perfeitamente normal.
— Perfeitamente normal? - Ele tinha um sorriso travesso no rosto.
— É que eu quase não te reconheci porque você se barbeou, E deve ser porque sua mãe gostou da barba... Não que tenho que fazer tudo que sua mãe fala... - Ai meu Deus, me enrolei demais e ele apenas sorria querendo rir. — então, tiro ao alvo?
— Sim, meu pai me ensinou quando era mais novo. Faz um tempinho. - Falou mirando o arco ao alvo e errando.
— Da pra ver.-Emily debochou.
Ele deu uma risada sarcástica.
— Você não deveria estar reduzindo uma fração ou algo assim?
— Fizemos Uma pausa, deixe me tentar. - Emily Falou.
— Mas não, esse arco é muito pesado pra você.
— Hum, acho que a princesa Emily pode fazer isso. A menos que tenha medo de ser humilhado. - Falei por fim.
Ele riu mas finalmente deixou.
— Se A mãe visse isso, ela cortaria minha cabeça. - Falou.
— Melhor do que arrancar outra coisa... - Emily Falou rindo.
— Princesa Emily! — A repreendi calmamente.
— Como a orelha dele. - Falou como se fosse óbvio.
Ela se preparou para atirar, mirou e conseguiu acertar o alvo.
— Isso! - Disse vitoriosa.
— Incrível! Toca aqui. - Falei esperando um high-five mas ela apenas me olhou como se eu fosse louca.
— Pura sorte de principiante. - Richard Falou um pouco irritado.
— Claro que não. - Falei na defensiva.
— A senhorita é a próxima. - Falou para mim.
— Ah, não. Não eu não posso.
— Apenas tente. - Disse.
— Bom, não tem nenhum vaso aqui por perto então pode tentar. - Fiquei corada só de lembrar daquele momento, que merda.
— Ai, como faço isso?
— Bem, você põe a flecha aí... - Disse se aproximando perigosamente de mim. — Pés alinhados... - Segurou minha cintura. — E segura a mão à altura do nariz. E estica.
Por conta da proximidade, encarei seu rosto mas a flecha não foi ao alvo e sim na janela onde podia ver a silhueta da Srta. Avril.
— Na mosca! - Emily Riu enquanto eu e Richard olhávamos para lá desesperados.
— Vamos embora. - Falei por fim e eles concordaram.
Jessica Cooper fazendo merdas desde 1995.
— Vamos nessa! Vamos sair daqui! — Richard exclamava tentando levar Emily o mais rápido possível.
— Não acredito que fiz isso! - Resmunguei.
[...]
Agora estava eu tentando corrigir as provas da Emily e falando por chamada de vídeo com meus amigos.
— Meu Deus olha isso! - Mostrei a eles. — Parece grego. Gráficos de dispersão? O que é isso? Sabe, o que eu vou fazer?
— Você poderia contratar uma tutora. - Josh tentou me ajudar falhando miseravelmente.
— Fica calma e em sincronia com os números. - Amber Falou tentando me tranquilizar.
Mas a verdade é que nada poderia me tranquilizar nesse momento.
Ouvi batidas na porta e avisei que ia desligar. Fechei o computador e fui atender a porta. Era Emily e sendo trazida por Avril.
— Oi. O que estava fazendo? - Perguntou.
— Bom, eu estava preparando as suas aulas pra amanhã. Tem muitos números... e equações, essas coisas.
— Lamentamos o incomodo, mas a Princesa Emily insistiu. - Avril Falou e a pestinha sorria.
— Gostaria que você fosse a minha convidada. - Emily sorriu.
— E para o que exatamente? - Perguntei.
Oie gente, me desculpem pela demora. Mas o final de ano é assim né, festas e família, é complicado rsrs. Demorou mas chegou, espero que gostem, próximo capítulo será cheio de emoções!
Bjs, bjs!
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O Príncipe
RomanceUma jovem jornalista, Jessica Cooper recebe a oferta de entrevistar a realeza de Aldovia para saber o que o famoso príncipe Richard irá fazer quanto ao trono, lá ela tem que se passar por tutora de Emily, irmã do príncipe. Mas o que acontece naquela...