4- Mico

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Depois de um certo tempo, a Princesa estava fazendo uma espécie de prova. Ao terminar, ela me entregou a folha e eu não sabe o que fazer. O que era aquilo afinal? Geometria? Matemática? Eu realmente só sou boa com textos.

— E então? Como eu me sai?

— Parece bom pra mim.

Ela me olhou como se eu fosse doida e revirou os olhos.

— Eu tirei 9,2 no exame do estado. - Se gabou.

— Bom, já que você tão bom em matemática, por que não tentamos a escrita? Eu sou ótima nessa matéria.

— Você é escritora? - perguntou.

— Sou. - Ops, falei demais. — não, mas estudei isso na Universidade de Nova York.

— Eu pensei que fosse de Minnesota.

Ok. O que essa peste estava tentando arrancar de mim?

— Eu sou mas eu fiz faculdade em Nova York.

Por pouco, essa menina quase me pegou. Ela e pestinha mas o que deve ter acontecido para ficar em uma cadeira de rodas?

— Está se perguntando o que aconteceu comigo não é?

— Não, eu não...

— Chama-se espinha bífida, e não tem cura.

Ela saiu claramente chateada até a janela.

— Eu sinto muito, não queria que você ficasse assim. - Falei.

— "Pobre menininha rica". É o que todos pensam.

Fui até ela. Emily até podia não ser tão carismática, mas ela era só uma criança e com certeza devia sofrer muito com isso.

— Na verdade... "Meninha corajosa", eu estava pensando. - Ela abriu um sorriso sincero e olhou para fora da janela, acompanhei seu olhar.

E lá estava ele. Com suas roupas chiques e agora com a barba recém-feita praticando tiro ao alvo.

— Quer tomar um pouco de ar fresco, Sua Alteza Real? - Emilly sorriu abertamente.

[...]

— O que você está fazendo Richard? - Emily perguntou assim que chegamos no local.

— Estou... Ajustando as miras do meu novo arco.

Por um tempo fiquei encarando ele. Como não encarar? Ele é muito bonito. E acho que fiquei por tempo demais alucinada com sua beleza.

— Está tudo bem senhorita? - perguntou me tirando os meus devaneios.

— An... Ah, sim. Estou ótima. - Ele sorriu. — É que seu rosto... Sem a barba...

— Há alguma coisa errada com meu rosto?

— Não! Está perfeitamente normal.

— Perfeitamente normal? - Ele tinha um sorriso travesso no rosto.

— É que eu quase não te reconheci porque você se barbeou, E deve ser porque sua mãe gostou da barba... Não que tenho que fazer tudo que sua mãe fala... - Ai meu Deus, me enrolei demais e ele apenas sorria querendo rir. — então, tiro ao alvo?

— Sim, meu pai me ensinou quando era mais novo. Faz um tempinho. - Falou mirando o arco ao alvo e errando.

— Da pra ver.-Emily debochou.

Ele deu uma risada sarcástica.

— Você não deveria estar reduzindo uma fração ou algo assim?

— Fizemos Uma pausa, deixe me tentar. - Emily Falou.

— Mas não, esse arco é muito pesado pra você.

— Hum, acho que a princesa Emily pode fazer isso. A menos que tenha medo de ser humilhado. - Falei por fim.

Ele riu mas finalmente deixou.

— Se A mãe visse isso, ela cortaria minha cabeça. - Falou.

— Melhor do que arrancar outra coisa... - Emily Falou rindo.

— Princesa Emily! — A repreendi calmamente.

— Como a orelha dele. - Falou como se fosse óbvio.

Ela se preparou para atirar, mirou e conseguiu acertar o alvo.

— Isso! - Disse vitoriosa.

— Incrível! Toca aqui. - Falei esperando um high-five mas ela apenas me olhou como se eu fosse louca.

— Pura sorte de principiante. - Richard Falou um pouco irritado.

— Claro que não. - Falei na defensiva.

— A senhorita é a próxima. - Falou para mim.

— Ah, não. Não eu não posso.

— Apenas tente. - Disse.

— Bom, não tem nenhum vaso aqui por perto então pode tentar. - Fiquei corada só de lembrar daquele momento, que merda.

— Ai, como faço isso?

— Bem, você põe a flecha aí... - Disse se aproximando perigosamente de mim. — Pés alinhados... - Segurou minha cintura. — E segura a mão à altura do nariz. E estica.

Por conta da proximidade, encarei seu rosto mas a flecha não foi ao alvo e sim na janela onde podia ver a silhueta da Srta. Avril.

— Na mosca! - Emily Riu enquanto eu e Richard olhávamos para lá desesperados.

— Vamos embora. - Falei por fim e eles concordaram.

Jessica Cooper fazendo merdas desde 1995.

— Vamos nessa! Vamos sair daqui! — Richard exclamava tentando levar Emily o mais rápido possível.

— Não acredito que fiz isso! - Resmunguei.

[...]

Agora estava eu tentando corrigir as provas da Emily e falando por chamada de vídeo com meus amigos.

— Meu Deus olha isso! - Mostrei a eles. — Parece grego. Gráficos de dispersão? O que é isso? Sabe, o que eu vou fazer?

— Você poderia contratar uma tutora. - Josh tentou me ajudar falhando miseravelmente.

— Fica calma e em sincronia com os números. - Amber Falou tentando me tranquilizar.

Mas a verdade é que nada poderia me tranquilizar nesse momento.

Ouvi batidas na porta e avisei que ia desligar. Fechei o computador e fui atender a porta. Era Emily e sendo trazida por Avril.

— Oi. O que estava fazendo? - Perguntou.

— Bom, eu estava preparando as suas aulas pra amanhã. Tem muitos números... e equações, essas coisas.

— Lamentamos o incomodo, mas a Princesa Emily insistiu. - Avril Falou e a pestinha sorria.

— Gostaria que você fosse a minha convidada. - Emily sorriu.

— E para o que exatamente? - Perguntei.

Oie gente, me desculpem pela demora. Mas o final de ano é assim né, festas e família, é complicado rsrs. Demorou mas chegou, espero que gostem, próximo capítulo será cheio de emoções!

Bjs, bjs!

O PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora