Depois da minha longa aventura, finalmente voltei para casa. De volta a rotina, o trânsito de New York estava interditado, como de costume. Acordei de manhã e fiz minhas higienes, tomei um café da manhã rápido e fui até o escritório da Max. Entreguei meu trabalho e esperava ansiosamente pela sua resposta enquanto ela lia.
- Então, o que achou? - Perguntei nervosa.
- É uma história profunda, madura, bem escrita... jamais verá luz do dia.
- O quê?
- Está matéria é bajuladora, Jess. Puro sentimentalismo. Não é o que fazemos.
- Mas é honesta, é a verdade. - Falei.
- Você estava no local dos fatos. Teve os papéis da adoção nas suas mãos. Pisou na bola feio dessa vez, Jessica.
- Mas é assim. Ele é assim.
- Realmente não me importo. Enquanto isso, preciso que volte para a mesa de edição. O artigo do Ron precisa dar uma melhorada. - Ela realmente acabou comigo e minha matéria, não podia deixar assim.
- quer saber? Acho outra pessoa pra fazer suas tarefas limpeza.
- Como é?
- Eu. Cansei.
Saí de lá e ja fui direto para minha mesa. Retirei tudo que era meu, sabia que seria despedida. Mas para mim não dava mais. Com essa matéria percebi que tenho capacidade e que não precisava de ninguém pra mostrar ela ao mundo.
- Então o que você vai fazer? - Josh Perguntou.
- Hora de me concentrar no meu próprio trabalho. - Falei guardando as coisas.
- É o que eu sempre disse. - Falou Amber sorrindo orgulhosa.
- Vou começar um blog sobre o Richard, mas a história real.
- Minha heroína! - Josh me abraçou.
Depois disso voltei para casa e fui escrever o artigo. Os dias foram se passando e até que estava doendo bastante curtidas. No final de semana, decidimos que iríamos no restaurante do meu pai para comemorar o ano novo que estava por vir. Escureceu e eu me arrumei, Amber mandou uma mensagem dizendo que estava vindo me buscar eu respondi com simples "OK". Enquanto ela não chegava comecei a lembrar de Richard e de como ele me fez feliz e em Aldovia, mas já era. Agora ele é rei, e eu sou só uma garota que vai montar o próprio blog. Nada mais. Simplesmente isso.
Assim que ela chegou, entrei no carro e Percebi que Josh já estava lá. Cumprimentei e logo chegamos ao restaurante do meu pai, ele não serviu com taças de vinho para entrada por conta da casa, meu pai demais!
- Feliz quase ano novo pra vocês! - Meu pai falou chegando na nossa mesa.
- Feliz! - Falamos rindo.
- Rudy, seus hambúrgueres são os melhores sério!
- É mesmo! - Amber concordou.
- Bom, achei que teríamos muito a comemorar já que agora meu docinho está de volta.
- E... outra coisa pra comemorar, seu artigo chegou a 20.000 curtidas! - Amber avisou.
- Aí isso é demais!! - Josh soltou um gritinho.
- Incrível filha! - Falou.
- Ah pai, não é muita coisa não.
- Isso vai estourar Jess!
Ouvimos um barulho de neve sendo jogada e apareceram três rapazes.
- Ei! - Meu pai reclamou.
- São os nossos crushes. - Amber Falou rindo.
- Ah aquele gostosão é o Michael. Sem pressão sabe... - Josh falou me fazendo rir.
- Não vou ir pra balada gente.
- Sério Jess? Vai ficar em casa na noite de ano novo? - Amber Perguntou desapontada.
- Só quero ajudar meu pai e escrever um pouco.
- E se a gente voltar um pouco mais tarde, talvez vamos te arrastar pra algum after. - Josh Falou com certeza se referindo ao "gostosão" ali.
- Sem chance.
- Certeza que vai ficar bem? - Perguntou e eu sorri a abraçando.
- Eu vou ficar bem. Divirtam-se.
Eles foram então e eu fui ajudar a recolher algumas coisas das mesas.
[...]
Estava quase na hora e as pessoas no restaurante estavam ansiosas olhando tudo pela tv. Fui limpar aquelas mesas perto da vitrine do restaurante, quando vi uma bola de neve sendo jogada. Por um momento achei que fosse Amber e Josh, indicando que a noite deve já tinha acabado. Mas quando olhei, não pude não me assustar. Me senti estranhamente melhor, sorri por dentro e por fora também.
Ele não estava à um oceano longe de mim. Ele estava ali, parado na minha frente e eu não conseguia nem sair do meu lugar. Ele sorria de um jeito que estava me desconcertando. O que fazer? O que fazer? Peguei meu agasalho e saí correndo para fora.
- O que está fazendo aqui? - Perguntei.
- Eu nunca tive chance de dizer "adeus". Ou obrigado.
- Não precisa me agradecer, eu sou responsável por toda aquela bagunça.
- Não, você abriu uma porta que precisava ser aberta. O que uma grande repórter faz. A Emily me mostrou seu blog online.
- Mostrou? - Sorri.
- Por que não publicou em sua revista?
- Ah, muito schmaltz...
- Schmaltz? - Sorriu de lado.
- Significa que era muito sentimental. Escrever verdade sobre você, que você é Gentil, compassivo, roubou meu táxi e que vai governar com coração.
Ele gargalhou e eu também.
- A Emily sente muito sua falta. E eu também.
- Também sinto sua falta.
- Um Palácio é um lugar solitário para o rei... Sem uma rainha... - Ele se ajoelhou aos meus pés, me olhou nos olhos e tirou uma caixinha de seu bolso. Abriu e eu vi que tinha um lindo anel de diamante. Não pude evitar sorrir e chorar de alegria.
- Mas... a minha vida toda está aqui...
- Podemos voltar quantas vezes quiser.
- Não quero que você desista de nada, Jess.
- Nunca poderia deixar o meu pai.
- Posso dar a ele uma ao exclusiva no palácio. Ou posso comprar um restaurante em Aldovia. Ou pegamos esse e levamos. - Rimos. - Por quanto tempo vai manter um rei de joelhos?
- Você realmente quer isso? Você nem me conhece direito. - Abaixei a cabeça.
Ele levantou meu rosto delicadamente e sussurrou:
- Eu nunca estive tão certo de algo na minha vida. E tenho fama de indeciso. Sei que é precipitado mas...
O puxei e o beijei intensamente. Que saudade desse cheio, que saudade dessa boca, que saudade desse beijo, que saudade dele! Eu o amo.
- Isso é um sim? - Perguntou sorrindo.
- Sim! Sim, sim, sim, sim!
Fim.
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O Príncipe
RomanceUma jovem jornalista, Jessica Cooper recebe a oferta de entrevistar a realeza de Aldovia para saber o que o famoso príncipe Richard irá fazer quanto ao trono, lá ela tem que se passar por tutora de Emily, irmã do príncipe. Mas o que acontece naquela...