7- Cozinhando

535 30 1
                                    

Que? Como ela sabia? Como assim? Como que...?

- Senhorita Jessica Cooper. - Tentei falar alguma coisa mas não saia nada. - Pra começar, nem tente negar.

- Mas como?

- Pra começar você não sabe nada sobre ser tutora. E eu olhei no seu computador quando estava no banheiro.

- Mas tem senha!

- Sim, mas eu vi sua senha enquanto você digitava. Grande erro.

- Ah... - Eu já imagino que agora ela me queira longe daqui então a melhor coisa a se fazer é ir embora. - Eu vou arrumar as minhas coisas.

- Espere. Ninguém precisa saber.

- Não vai contar pra ninguém?

- Não se fizermos um trato.

Fechei a porta por trás de mim para que ninguém nos ouvisse e ela começou:

- Escreva a verdade sobre meu irmão. Que eu guardo o seu segredo.

- Quer dizer que escrevem mentiras sobre ele?

- Não chegam nem perto da verdade.

- Então ele não é playboy ou mulherengo? - Acho que fiz merda. Não acho, tenho certeza que fiz ao falar aquilo para ele!

- Você o conheceu. A ideia dele de diversão é brincar com arco e flecha. - Rimos. - Então temos um trato?

- Sim.

- Agora, quanto aos biscoitos de Natal...

- Vamos lá!

[...]

A cozinha era enorme, digna de um castelo realmente. Haviam tantas coisas que me sentia até perdida. Não era mestre da cozinha mas tinha lá meus dons.

- Espero que esteja com fome, porque são muitos biscoitos. - Emily riu.

- Eu aguento tudo e mais um pouco. - Rimos.

- Então princesa, o que acontece entre seu irmão e a baronesa?

- Isso é pra sua história?

- Preciso saber, se vou escrever a verdade.

- Ele a amava.

Que? O Richard já amou alguém então? Que confusão, ele realmente não é nada que eu esperava.

- Mas foi à muito tempo. E agora ela voltou então, quem vai saber?

- O Simon gosta dela.

- O Simon sempre quis tudo que o Richard tinha. Desde quando eram crianças. Parece que todos querem o que temos.

- Vocês são a família real.

- As coisas eram diferentes antes do meu pai morrer. E agora ele se foi.

Isso é tão triste. Ela é só uma criança e ainda especial. Realmente muito corajosa por ser quem é. Eu não suportei mas pude ver que o que ela falava era como se estivesse tirando um peso das costas, como se aquilo estivesse guardado à muito tempo.

- Ei. Ele não se foi. Você sempre vai ter ele aqui. - Apontei pro lado esquerdo do peito. - Vamos lá que a gente tem muito biscoito pra assar ainda!

Continuamos assando os biscoitos e depois continuamos conversando sobre assuntos aleatórios. Foi bom pra ela e até pra mim, pude esfriar um pouco a cabeça e sair um pouco desse nervosismo todo que estou passando.

O PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora